sexta-feira, 7 de outubro de 2016
RESTAURANDO
VIDAS (J.F.de ASSIS)
A palavra restauro é, etimologicamente, uma derivação de restaurar;
por sua vez, o verbo restaurar vem
do Latim restaurāre. Restauro é
ato ou efeito de restaurar; restauração; trabalho de recuperação de obras de
arte, construções, etc., danificadas ou desgastadas; e reparação; conserto.
A conservação
e restauro de obras de arte é uma atividade que tem por objeto a
reparação ou atuação preventiva de qualquer obra que, devido a sua antiguidade
ou estado de conservação, seja necessária uma intervenção para preservar sua
integridade física, assim como seu valor artístico, respeitando ao máximo a
essência original da obra. Na opinião de Cesare Brandi,
"o restauro deve se dirigir ao reestabelecimento da unidade potencial da
obra de arte, sempre que isso seja possível sem cometer uma falsificação
artística ou uma falsificação histórica, e sem apagar pegada alguma do
transcurso da obra de arte através do tempo.
Na arquitetura,
o restauro é apenas do tipo funcional, para preservar a estrutura e unidade do
edifício, ou reparar rachaduras ou pequenos defeitos que podem surgir nos
materiais. Até o século XVIII, os restauros arquitetônicos só preservavam as
obras de culto religioso, dado seu caráterlitúrgico e simbólico,
reconstruindo outro tipo de edifício sem respeitar sequer o estilo original.
Por fim, desde o auge da arqueologia ao
final do século XVIII, especialmente com as escavações dePompeia e Herculano,
se tendeu a preservar a medida do possível qualquer estrutura do passado,
sempre e quando tivesse um valor artístico e cultural.
Ainda assim,
no século XIX os ideais românticos levaram
a buscar a pureza estilística do edifício, e a moda do historicismolevou a planejamentos como os
de Viollet-le-Duc, defensor da intervenção em
monumentos com base em um certo ideal estilístico. Na atualidade, se tende a
preservar ao máximo a integridade dos edifícios históricos.
Na área da pintura, tem evoluído desde uma primeira
perspectiva de tentar recuperar a legibilidade da imagem, acrescentando se
fosse necessário partes perdidas da obra, a respeitar a integridade tanto
física como estética da obra de arte, fazendo as intervenções necessárias para
suas conservação sem que se produza uma transformação radical da obra. A
restauração pictórica adquiriu um crescente impulso a partir do século XVII,
devido ao mal estado de conservação de pinturas a fresco,
técnica bastante corrente naIdade Média e
no Renascimento.
Do mesmo
modo, o aumento do mercado de antiguidades proporcionou a restauração de obras
antigas caras a sua posterior comercialização. Por último, a escultura tem sido
uma evolução paralela: desde a reconstrução de obras antigas, geralmente em
relação a membros mutilados (como a reconstrução doLaocoonte em
1523-1533 por parte de Giovanni Angelo Montorsoli),
até a atuação sobre a obra preservando sua estrutura original, mantendo em caso
necessário um certo grau de reversibilidade da ação praticada.
Pode
remontar-se a preocupação com a conservação do património histórico e cultural
à Idade Antiga,
quando, no Império Romano, o imperador Alexandre
Severo, no século III,
determinou a aplicação de multas a quem adquirisse uma casa com o a finalidade
de demoli-la. O Império Romano possuía um código de posturas que visava a
conservação da imagem da cidade. Essa preocupação transmitiu-se ao Império Bizantino, que, já ao final do século IV,
possuía leis que proibiam a desfiguração das fachadas e dos seus ornamentos.
No início da Idade Moderna,
no período do Renascimento Italiano, conhecem-se novas
medidas de proteção do património, por iniciativa da Igreja, visando a
conservação de documentos e dos seus edifícios. Mais tarde, durante o barroco,
tiveram lugar obras de conservação e
reconstrução de antigos castelos e catedrais,
tanto na Alemanha quanto
na Itália.Na França,
à época da Revolução Francesa, publicou-se um decreto que
considerava propriedade pública todas as antiguidades nacionais.
No início do século XIX,
na Alemanha, existiu uma resolução de proteção ao património, legislação essa
ampliada no início do século XX.
A moderna legislação sobre o tema, entretanto, iniciou-se em outubro de 1931, com a chamada Carta de
Atenas. Deste então, mais de quatro dezenas de normas de conduta
internacionais voltadas para a preservação do património histórico e cultural
tem sido publicadas.
O Kintsugi é uma técnica japonesa de restauração de cerâmica, que quer dizer:
colagem com ouro. Diz-se
que tudo começou com o shogun Ashikaga Yoshimasa que enviou para a China, para
que lá fosse consertada, uma peça de cerâmica que havia se quebrado. Seu vasilhame voltou
arranjado, mas tinhas uns grampos feios de metal que ademais tornaram o pote inservível
e tosco. Descontente, incumbiu alguns de seus comandados que encontrassem
artesãos japoneses que tivessem uma melhor solução, desenvolvendo assim uma
nova forma de consertar cerâmica. Mas, quando a peça retornou o reparo era tão feio
que ele pediu que artesãos japoneses refizessem tal restauração. Foi então que
os artesãos, imbuídos do espírito zen budista de mushin, desapego e aceitação,
consertaram a peça utilizando uma mistura de laca e pó de ouro.
O sucesso do kintsugi
foi tal, que alguns colecionadores japoneses foram acusados de quebrar
deliberadamente valiosas cerâmicas, só para consertá-las com ouro. Uma técnica
muito valorizada que converte objetos quebrados em verdadeiras obras de arte, o
kintsugi acrescenta um novo nível de complexidade estética às peças
consertadas. Faz com que antigas vasilhas coladas sejam ainda mais valorizadas
do que as que nunca se quebraram. Como se estivessem costuradas com fio de ouro
maciço por um ourives, as peças que podiam ter acabado no lixo renascem ainda
com mais beleza. Em uma grande ironia nesta época de usar e jogar no
lixo.
Na cultura japonesa, as peças que
recebem esta reparação comumente são mais valorizadas que as que estão
intactas. Isso por que sua estética trabalha mais com questões como a
transitoriedade e a impermanência do que com a beleza propriamente dita. Ao
invés de se envergonhar pelas “feridas” expostas, eles as embelezam para que
sejam uma celebração constante da vida cotidiana. Dos pequenos e grandes erros
que cometemos e da possibilidade que temos de aprender com isso. Ao
contrário de nós que queremos sempre que as coisas voltem a ser como novas,
eles querem mostrar que parte do nosso legado é aquilo que tentamos esconder
com mais determinação: as nossas falhas e defeitos.
“Ele não quebrará a cana rachada
e nem apagará o pavio que fumega” (Isaías 42:3) No livro de Isaías está escrito
que “Ele (Jesus) não quebrará a cana rachada e nem apagará o pavio que fumega”
(42:3). Esses dias li um comentário incrível sobre esse versículo onde dizia
que naquele tempo as crianças brincavam de fazer flauta usando pequenos pedaços
de junco que encontravam no meio das plantações de cana. Mas, enquanto tentava
fazer os buracos da flauta de brinquedo, muitas vezes, a cana se rachava e eles
a jogavam fora, pois havia centenas de outros pedaços que poderiam utilizar.
Outra figura tinha haver com
pavios de fios de linho, que as donas de casa utilizavam para iluminar o
ambiente. O pavio era colocado em um jarro com azeite e aceso. Quando o azeite
acabava e o pavio fumegava, um mau cheiro era exalado. Neste momento a dona de
casa pegava aquele pavio fumegante e jogava fora, pois ela tinha muitos outros
fios dentro de casa.
Essas figuras, usadas por Isaías,
tem a ver com o Messias que ele anunciava. Mas, usando essas figuras para nossa
própria vida, podemos dizer que Deus nos toma, muitas vezes, como canas
rachadas, mas não nos descarta. Ás vezes, somos rachados por causa dos
processos de relacionamentos, das aparentes “perdas”, dos desafios pelos quais
estamos vivendo, das impossibilidades, mas Ele nos restaura. Deus pode fazer de
nossa vida, ainda que ela esteja como uma cana rachada, um instrumento de sua
orquestra.
Outras vezes parecemos pavios
fumegantes, apagados, exalando o mau cheiro do desânimo e do pessimismo. Mas
não seremos jogados no lixo da existência. Pelo contrário, Deus pode reascender
em nós uma nova luz, uma chama de amor, de otimismo, de vida. De alguma maneira
maravilhosa, Deus pode transformar os piores momentos de nossa vida em momentos
maravilhosos. Ele recupera o nosso senso de autoestima, de valor pessoal, de
que somos amados e podemos amar.
Deus não descarta você, Ele pode
restaurar o que seus olhos naturais não podem ver, Ele é o Deus do impossível,
é o Deus que abriu o mar para Moisés, que livrou Daniel da cova dos Leões, é o
Deus de ontem, de hoje e para sempre. Ele pode fazer de você de uma cana
rachada, uma vida restaurada. Ele pode fazer de você, de um pavio fumegante,
uma chamar ardente.
O que está rachado em sua vida?
Sua família? Suas amizades? Seu coração ferido? E o que tem sido apagado em
você? O seu ministério? Os seus talentos? Não limite o poder de Deus ao que as
circunstâncias dizem sobre a sua vida. Nós não cremos em circunstâncias, cremos
em um Deus vivo e fiel, que faz nova todas as coisas. Se lance no Senhor, lance
toda sua vida, lance todas as suas ansiedades, lance todos os seus medos, lance
sua família, lance tudo, pois aquele que começou a boa obra na minha e na sua
vida, terminará.
Deixe-o então restaurar a sua vida, pois
aquilo que perdido foi, não se compara com o que há de vir. “Mas, como
está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem
penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. ” (I
Coríntios 2:9)
sábado, 17 de setembro de 2016
ENDEMONIZAÇÃO E O CRISTÃO
A Palavra de Deus afirma que
todo cristão está em uma frequente batalha, as afirmações do apóstolo Paulo em
Efésios deixam claro para nós que esta batalha não é contra seres humanos, mas
sim contra principados e potestades, contra os dominadores deste sistema
mundial em trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais (Efésios 6:12). As afirmações de Paulo
nos levam a uma certeza: o crente está numa batalha
espiritual. Entretanto, o grande questionamento é: em que proporções essa batalha ocorre, qual é de fato a relação do cristão nela em função de sua vida no
mundo?
Este assunto é bastante extenso, há um número corriqueiro de literaturas
que tentam explicar, algumas de forma até fantasiosa, esses mistérios
envolvendo o mundo invisível, há também, por outro lado, um vasto número de
experiências empíricas que produzem as mais diversas conclusões a respeito do
assunto. Entretanto, propomos no presente artigo uma análise a respeito da
atuação de Satanás na vida do cristão. Teria ele poder de possuir um
crente salvo em Jesus? Teria ele o poder de ocasionar doenças em um crente
salvo em Jesus, levando-o até mesmo à morte?
Quais
as implicações da graça de Deus e do sacrifício na cruz de Jesus na vida
daqueles que são lavados no sangue de Cristo? Há um
movimento, chamado movimento de batalha espiritual, que
acredita que a resposta para essas questões é sim. Acreditam que um crente,
mesmo sendo fiel a Jesus, pode sim sofrer ataques e até mesmo possessão
demoníaca. Infelizmente, boa parte dessa literatura se baseia no empirismo, ou
seja, baseia-se em experiências vividas, em relatos de pessoas endemoninhadas e
coisas do gênero. Mas, biblicamente temos razões para acreditar que a resposta
para tal possessão (de um crente fiel a Cristo, lavado pelo seu
sangue na cruz) seja não.
A morte de Cristo na cruz inaugurou uma nova etapa para a vida, a etapa
da cruz. Na cruz Jesus conquistou uma nova vida para o crente e promoveu um
resgate das trevas, porque “sabemos que os filhos de Deus não continuam pecando, porque o
filho de Deus os guarda, e o Maligno não pode tocar neles” (I João
5:18). De igual modo, os reformadores possuíam uma convicção firme a
respeito disso. Martinho Lutero, em sua poesia Castelo Forte cantada no Brados
de Júbilo, afirma: “Se nos quisessem devorar demônios não contados, não nos podiam
assustar, nem somos derrotados. O grande acusador dos servos do Senhor já
condenado está; vencido cairá por uma só palavra”.
Os
cuidados que precisamos ter nessa questão são dois: o primeiro é o de não
superestimar as atitudes de Satanás, dando ênfase demasiada às suas atitudes; o
outro é não subestimar, pensar que Satanás não existe. A existência de Satanás
é algo concreto. No livro do Gênesis, no capítulo 3, é-nos contado que esse ser
já atuava desde o início da criação. No entanto, nas páginas do Antigo
Testamento, sua ação parece não ganhar muito destaque. Esse assunto não parece
despertar grande interesse nos autores do Antigo Testamento. Devido a isso, são
poucas as passagens relevantes. Uma das únicas passagens que parece
apresentar a ideia de possessão no Antigo Testamento é o caso de Saul, no
capítulo 16 do primeiro livro de Samuel (não estamos afirmando aqui que
o caso de Saul fosse de possessão, mas apenas uma referência que pode
apresentar uma ação de Satanás; ao que tudo indica, o caso de Saul era de
opressão, e não de possessão). A situação, no entanto, parece mudar nas
narrativas dos evangelhos, onde os demônios aparecem atuando mais claramente.
A manifestação explícita da ação de Satanás e de seus demônios se dá com
a chegada de Cristo e com a inauguração do Reino de Deus. Na chegada do Reino
de Deus através de Jesus, a ação de Satanás e de seus demônios não só é
revelada como desafiada. Toda estrutura demoníaca é exposta e combatida por
Jesus. Os evangelhos utilizam normalmente a palavra grega daimonion ou daimon, que se referem a seres espirituais hostis a
Deus e aos homens. São espíritos maus, que atuam sob o comando de Satanás. São espíritos
destituídos de corpo físico, tendo a capacidade de entrar numa pessoa.
Costumeiramente tem-se a tendência de dizer que a ideia de possessão era
a maneira do povo do primeiro século referir-se a condições que hoje seriam
chamadas de enfermidades mentais ou loucura. No entanto, os relatos dos
evangelhos parecem fazer uma distinção clara entre doença e possessão. Por
exemplo, Mateus 4:24 diz-nos que eram trazidos “todos os que estavam padecendo de vários males e tormentos:
endemoninhados, epiléticos e paralíticos”. A ideia de possessão na
Bíblia tem a ver com o fato de uma pessoa ser tomada, ser habitada por um
demônio. O termo utilizado para expressar essa ideia de possessão vem do
grego Daimonizomai, ser possuído por demônio, ser endemoninhado,
agir sob o controle de um demônio. Segundo o dicionário VINE, aqueles que são
afligidos dessa maneira expressam a mente e a consciência do demônio ou
demônios que neles habita (Lucas 8:28). O termo aparece 7 vezes em Mateus, 4 em
Marcos, uma vez em Lucas e João.
A Bíblia não informa sobre as condições que possibilitam uma pessoa
ficar possessa, Cristo nos fala em Mateus 1:44,45 que uma “casa vazia” pode ser ocupada. Podemos entender,
através dos termos utilizados, que a ideia de possessão tem a ver com a habitação.
O cristão é templo, habitação, morada do Deus Trino (João 14:16,17); (22,23); (I
Coríntios 6:19), sendo assim, podemos deduzir logicamente que quem não tem a
santa Trindade vivendo nele, está sujeito a ter como hóspede a Satanás (Mateus
12:43-45); (Lucas 11:24-26). Não queremos dizer com isso que todo não crente
está possesso, mas que a possessão ocorre na casa vazia, onde a santa Trindade
não habita.
Os demônios agem também através da influência demoníaca. A influência
ocorre fora do corpo. A ideia de influência é muito clara na Bíblia. Satanás
influencia Eva, sopra-lhe ideias que a levam a ir contra a ordem de Deus (Gênesis
3:1-5). Ele também influencia Davi, levando-o a fazer um recenseamento do povo
(I Coríntios 21:1). Na tentação de Jesus, todo o esforço de Satanás é de
influenciá-lo a tal ponto de fazer com que ele caísse em suas propostas.
Satanás e seus demônios não podem possuir ou tomar o corpo dos crentes
em Jesus, pois estes são moradas da Trindade. No entanto, ele pode
influenciá-los, levando-os a pecar no intuito de afastá-los de Deus. A Bíblia
nos orienta a resistir ao Diabo (Tiago 4:7); (I Pedro 5:8,9). Cada
vez que um crente defende ou toma para si ideias malignas, seja em sistemas
políticos, religiosos, artísticos, culturais, ele está sendo influenciado por
Satanás, mas não possuído.
Que um verdadeiro cristão, um nascido de novo, não pode ficar possesso
isso é inquestionável. “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não está no pecado;
aquele que nasceu de Deus, Deus o protege, e o Maligno não o atinge”, (I
João 5.18). Porém, a garantia de proteção é condicional: não estar no pecado, também conforme (I João 1:7): “Se, porém, andarmos na luz,
como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu
Filho, nos purifica de todo pecado”.
Quando não andamos na Luz, nós nos afastamos da comunhão e da proteção,
mesmo frequentando a igreja. Com isso não estamos dizendo que qualquer crente
em Jesus que pecar pode ficar possesso, o fato de o crente cair em pecado não
dá o direito de o inimigo possuí-lo. O que queremos dizer com o “deixar de andar na Luz” é o mesmo que apostasia,
quando o crente peca de forma deliberada e não busca o arrependimento. Para
entendermos melhor, gostaria de traçar aqui um paralelo entre o herege e o
apóstata. O herege é alguém que caiu em algum tipo de erro doutrinário, por consequência
comete erro em sua conduta moral. Mais de modo geral continua sendo discípulo
de Cristo, podendo ser restaurado. Em (Tito 3:10), o apóstolo Paulo indica que
há possibilidade de recuperação no início.
Segundo Champlin, na igreja pós-apostólica alguém era considerado
apóstata mediante a renúncia da fé ou mediante o lapso moral, por haver
cometido grandes pecados conscientemente e deliberadamente como o adultério e
homicídio, sem se arrepender dos mesmos. Portanto, o apóstata é aquele que se
afasta de Cristo, deixando de andar na luz, praticando pecado deliberadamente,
mesmo estando na igreja. Pois há dois tipos de apóstata: o revelado, que assume seu estado, e o velado, que se afastou de
Cristo, mas não da igreja por ter amigos e alguns privilégios.
Algo importante para se trazer à baila nesta discussão é saber
diferenciar as doenças circunstanciais de uma possessão demoníaca. As mazelas
do mundo ocorrem também de forma circunstancial, ou seja, como uma consequência
da queda no Éden. A queda causou uma verdadeira catástrofe em todo o universo,
é nesse sentido que Paulo afirma aos romanos: “sabemos que até hoje toda a criação geme e padece, como em dores
de parto. E não somente ela, mas igualmente nós, que temos os primeiros frutos
do Espírito, também gememos em nosso íntimo, esperando, com ansiosa
expectativa, por nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo”.
A teologia chamará de mal moral e mal circunstancial. O mal moral é o pecado em
todas as suas formas. Já o mal circunstancial é o mal que decorre do mal moral,
que resulta em sofrimento, miséria, dores e doenças.
Já é certo que os cristãos estão sujeitos às mesmas mazelas no mundo, ou
seja, também passam por privações, também são sujeitos a dores e sofrimento,
assim como a doenças. O que não podemos fazer é confundir fatores clínicos com
possessão demoníaca. É notadamente comum estabelecermos tais relações,
principalmente quando estamos lidando com partes pouco conhecidas da mente
humana. Doenças relacionadas ao cérebro são comumente confundidas com demônios.
Uma breve consulta aos manuais de psiquiatria nos dá uma vasta lista de doenças
relacionadas ao cérebro, do ponto de vista psiquiátrico temos: esquizofrenia,
todos os variados tipos de neurose, depressão, psicose. As doenças neurológicas
são diversas também: autismo, dislexia, encefalite, Alzheimer, Parkinson, entre
outras.
Temos ouvido a esse respeito e visto, ao longo da história, diversos
crentes fiéis a Jesus Cristo passarem por essas doenças, assim como
acompanhamos o sofrimento de suas famílias, casos como estes não podem ser
confundidos ou mesmo relacionados com qualquer relação diabólica. Não estamos
querendo dizer com isso que Satanás e seus demônios não estejam ativos no
mundo; sim, estão, e provocam males sem fim à sociedade, entretanto, tais atos
malignos não podem ser confundidos quando o que se deve tratar na verdade são
doenças que atacam os seres humanos. Ainda há um grande mistério quando o
assunto é a mente, uma histeria pode ser resultante de um grande stress emocional
levando a pessoa ao choro teatral, ou mesmo à paralisia de membros do corpo.
Diante do exposto, conclusivamente podemos afirmar que a resposta para
essa questão - se um crente salvo em Jesus pode ficar endemoninhado - é não. Embora o espaço não seja suficientemente grande para
exaurirmos o assunto, é possível concluir, partindo de uma premissa
simples: a vitória de Cristo na cruz. A vida do cristão parte da
cruz de Cristo, e a Bíblia afirma em toda a extensão do Novo Testamento
que na cruz Cristo derrotou todas as forças do mal. Cristo
padece, morre e ressuscita; e como resultado dessa ação sobrenatural, ele
declara vitória sobre as forças do mal para toda a eternidade.
Este cenário é muito claro nas Escrituras: “despojando os principados e potestades, publicamente os expôs ao
desprezo, triunfando deles na cruz”, (Colossenses 2:14 e 15). A cruz
de Cristo é o lugar onde ele triunfa sobre todas as potestades e principados do
mal. Essa linguagem usada por Paulo é uma linguagem militar, retrata um soldado
vencedor que despoja o derrotado de suas vestes e de suas armas, deixando-o
completamente desarmado.
Esse estado de Satanás nos permite ficarmos tranquilos em Cristo. São
diversas as citações bíblicas que garantem ao crente em Cristo tranquilidade diante
de Satanás, e todas elas expõem de forma direta um inimigo já derrotado por
Cristo (Gênesis 3:15); (Marcos 3:26-27); (João 12:31,33); (14:30); (16:8-11); (Hebreus
2:14-15); (Apocalipse 20:1-3). Outros textos poderiam ser citados, mas
entendemos que estes são suficientes para determinar com clareza que Satanás já
está derrotado por Cristo na cruz.
Ao tratar deste assunto, o qual deve ser ponto de dúvida de muitos
outros, o tratarei levando em conta, não crentes nominais, denominacionais ou
meramente religiosos, mas sim, levando em conta, os verdadeiros crentes, os
quais entenderam a mensagem do Evangelho (que Cristo veio ao mundo para salvar
os pecadores e por essa razão foi crucificado e, posteriormente, ressuscitou)
e, recebendo tão maravilhosa revelação, se converteram a Jesus Cristo,
arrependidas de seus pecados.
O verdadeiro crente é propriedade exclusiva de Deus (Pedro 2:9). Se é
exclusiva, só Deus tem direito de usufruto desta propriedade. Só Deus tem o
direito sobre a vida do verdadeiro crente. Deus tem lavrada uma Escritura, onde
está escrito, com o sangue de Jesus, que TODO VERDADEIRO CRENTE É PROPRIEDADE
EXCLUSIVA DE DEUS. O verdadeiro crente é selado com o Santo Espírito da
promessa (Efésios 1:13). Se um selo real, de um mero mortal, não podia ser
violado; o que se dirá do selo de Deus? Quando nossos inimigos espirituais
tentam investir contra o verdadeiro crente, eles logo veem o Selo de Deus, e
tremem.
O Selo Real está impresso na alma do verdadeiro crente e de forma alguma
pode ser violado. O verdadeiro crente é marcado com o próprio Espírito de Deus.
O verdadeiro crente é Santuário de Deus; local onde Deus habita (I Coríntios 3:16-17;
6.19). Se Deus está habitando a “Casa”, então não há lugar para o Diabo e/ou
demônios. (II Coríntios 6:14-16) também traz luz sobre esta questão para
nós: “Não vos ponhais em jugo desigual
com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e
o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o
santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como
ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles
serão o meu povo”.
Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não
toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis
para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso”. O texto garante que: “Não há comunhão da luz com as trevas”;
”Não há harmonia, entre Cristo e o Maligno”. Mas, também assevera que: ”Não pode haver sociedade entre a justiça
de Deus e a iniquidade do mundo”; “Não pode haver união entre crente e
incrédulo”; “Não pode haver ligação entre o santuário de Deus e os ídolos
falsos”. O verdadeiro crente observa estas coisas como uma ordenança do
Senhor e não como um ponto de vista de Deus, o qual pode ser contrariado.
E, temos que lembrar o que a Escritura diz, em I Samuel 15.22-23: “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o
Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua
palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor
do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria,
e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitais
a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti”. A desobediência à
Palavra de Deus tem o mesmo peso de se praticar feitiçaria. E nós sabemos com
quem a feitiçaria tem parte neste mundo – Satanás.
O verdadeiro crente busca obedecer a Deus em tudo e não apenas no que
lhe convier. Quem procede desta forma, será guardado de toda investida do Diabo
e/ou de seus demônios. Contra este, todas as investidas malignas, serão
frustradas. O verdadeiro crente, portanto, tem dentro de si, aquele que é maior do que o diabo (I João
4:4). Como um mais fraco poderá render ao mais forte, sendo o mais forte
Deus? Jesus conta que para um valente venha a tomar uma casa, ele tem que ser
mais valente que o que já está na casa (Lucas 11:21-22).
Maior é o que está dentro do verdadeiro crente do que o que está fora
dele. Como o Diabo e/ou seus demônios poderão saquear a “casa” onde Deus está?
Satanás que está fora de mim, não pode em nada contra Deus que está dentro de
mim. O verdadeiro crente não pode ser possesso porque o Espírito de Deus habita
dentro dele. O Diabo e/ou os demônios não podem entrar nele porque Deus está
dentro dele. O verdadeiro crente tem autoridade e poder sobre o diabo e sobre
os demônios (Lucas 10.17-19). E, para quem tenha alguma dúvida se este poder é
para todos os que creem (Marcos 16:17-18). Como pode alguém ficar possesso por
alguém sobre quem tem autoridade e poder, no Nome de Jesus, para submeter?
Ao verdadeiro crente foi-lhe concedido poder e autoridade sobre o Diabo
e os demônios. Os agentes do mal não só, não podem tomar a vida do verdadeiro
crente, como, por ele (o verdadeiro crente) eles (os agentes do mal) ainda são
repreendidos e expulsos das pessoas que estão sob sua possessão. Em meu nome
(disse Jesus) expulsarão demônios.
O verdadeiro crente exclama com a mesma alegria dos 70 ao retornarem da
missão para a qual foram enviados: “Senhor,
os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome” (Lucas 10:17). Quanto
ao verdadeiro crente, o Maligno não o toca (I João 5:18). Se Deus guarda o
verdadeiro crente, como o Maligno poderia penetrar-lhe o corpo? Quanto ao
verdadeiro crente, o Diabo e/ou seus demônios não podem tocá-lo de forma
espontânea; Sim, os agentes do mal não têm liberdade para tocar um verdadeiro
filho de Deus. Pois Deus é quem o guarda. Não podemos dizer que o Diabo tocou a
Jó como bem quis e quando bem quis. O Diabo não pôde tocar em nada de Jó nem em
Jó senão sob a permissão de Deus, pois Deus havia cercado Jó, a casa de Jó e
tudo que Jó possuía, com uma “cerca” de poder espiritual (Jó 1:10).
Não vamos tratar aqui sobre o porquê De Deus ter permitido a Satanás
tocar em Jó; no entanto, uma coisa é certa, Satanás entendia que quem está
“cercado” por Deus, ele não tem livre acesso. Deus guarda o verdadeiro crente e
o Maligno não o toca. Qual é a advertência bíblica quanto aos cuidados que
devemos ter com o Diabo e os demônios? Nunca deixe a “Casa” vazia, abandonada (Mateus.
12.43-45). O que isto tem a ver com o assunto. Tudo, pois fala sobre possessão
demoníaca. Qual é a advertência então? Certamente, esta passagem pode ser
dirigida à pessoa que experimentou uma mudança de vida quando creu em Jesus
Cristo através do Evangelho.
Aqui se aplica a verdade que “aquele que está em Cristo é uma nova
pessoa; as coisas antigas passaram e tudo se fez novo” (II Coríntios 5:17). Pois
fala de “casa varrida/limpa” = Purificação de pecados; também, purificação do
coração, da mente, em relação à sujeira que se alojou em nós, provenientes dos
valores e princípios do mundo que jaz na maldade; Fala de “casa ornamentada” =
Fala de uma nova “decoração”; Novos valores e princípios, agora, relativos ao
Reino dos Céus.
Então, qual é o problema desta “casa”? O problema é que ela está vazia,
abandonada. E o que isto quer dizer? O que significa? Significa que não podemos
nos afastar da presença de Deus. Sim, fomos salvos pela graça de Deus para
andarmos no Caminho da Graça sem jamais retrocedermos dele. Deixar a “casa”
vazia é negligenciar tão grande salvação. (Hebreus
2:1-3): “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às
verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Se, pois, se tornou
firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência
recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?
”
Significa que não devemos abandonar a “Casa do Pai”. (Hebreus 10.25): “Não deixemos de congregar-nos, como é
costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o
Dia se aproxima”. O crente que negligência as “coisas” de Deus e não desenvolve
a sua salvação (Filipenses 2:12-16), corre o risco de retroceder até que se
perca novamente.
Aí o segundo estado dele será pior do que o primeiro (II Pedro 2:20-22)
lembremo-nos que quando o Espírito Santo se apartou de Saul (o oposto é
verdadeiramente o causador – Saul foi se apartando do Espírito Santo), o
demônio se apossou dele (I Samuel 16:14). Antes que alguém venha sugerir que
tanto o Espírito de Deus quanto o espírito maligno são enviados por Deus,
afirmo, com certeza, de que, na questão de Saul, ao deixá-lo o Espírito do
Senhor, Deus o deixou à mercê dos demônios.
Creio que Paulo entendeu isto e tratou do mesmo jeito ao jovem que tinha
relações ilícitas com a mulher de seu próprio pai: “Geralmente, se ouve que há
entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto
é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. E, contudo,
andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do
vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Eu, na verdade, ainda que ausente em
pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente,
que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o
meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para
a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor
Jesus” (I Coríntios 5:1-5). Se a pessoa resiste a Deus em relação à Palavra de
Deus e à ação do próprio Espírito de Deus, então que ela seja exposta ao Diabo
e seus demônios para ver se dessa forma ela cai em si e retorne ao Salvador.
A conivência e a tolerância jactanciosa para com o pecado na “Casa de
Deus” se torna pedra de tropeço e espaço para o Diabo fazer maior estrago. E,
como o juízo começa pela “casa” de Deus (I Pedro 4:17). A verdade é, que onde
Deus não está, a “casa” fica exposta aos espíritos malignos. O que fazer,
então, para estarmos sempre seguros em Cristo e vencermos o maligno? O
verdadeiro crente deve manter a “casa” sempre cheia do Espírito: Todo
verdadeiro crente deve sempre ser cheio do Espírito Santo (Efésios 5:18); deve,
todos os dias, andar no Espírito Santo (Gálatas 5:16); Deve viver, constantemente,
no Espírito Santo (Gálatas 5:25); Deve frutificar o fruto do Espírito Santo (Gálatas
5.22-23); Deve orar, em todo o tempo, no Espírito Santo (Efésios 6:18).
Não menospreze Satanás, mas também não o superestime; apenas tenha o
devido cuidado (I Pedro 5:8). Se o Diabo e/ou qualquer demônio não podem
possuir um verdadeiro crente, eles, então, vão buscar persuadi-lo a abrir a
guarda. Guarda aberta, o que mais poderá acontecer dependerá de até onde tal
crente se afasta do centro da vontade de Deus.
O grande pregador Charles Haddon Spurgeon disse certa vez: “O Diabo está por perto e não são poucos
os que estão com ele”. No entanto, não devemos temê-los. Pois maior é o que
está em nós e conosco, e mais poderosos são os que estão a nosso favor, do que
os que estão contra nós. Prestemos atenção à posição “geográfica” espiritual de
que Pedro está falando: “O Diabo, vosso
adversário, anda em derredor”. O verdadeiro crente se posiciona no centro da
vontade de Deus e, este fato, se dá, pelo testemunho de obediência, à Palavra
de Deus, dado por ele. Ao redor do verdadeiro crente tem um outro “pelotão”: (Salmo
34.7): “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem (os que verdadeiramente
temem a Deus; ou seja, os verdadeiros crentes) e os livra”.
O Diabo e seus demônios têm um limite para se aproximarem dos
verdadeiros crentes e, é, ao derredor, ou seja, só após a linha, a cerca,
ocupada pelos anjos de Deus. Para o Diabo e/ou qualquer de seus demônios possam
atingir de forma mais objetiva a vida de um verdadeiro crente, sem a permissão
de Deus, como no caso de Jó, eles (o Diabo e os seus demônios) precisam seduzir
e atrair o verdadeiro crente para fora da vontade de Deus e para além da linha
salvaguardada pelos anjos de Deus.
Por isso, o Diabo e sua corja, vivem andando ao derredor enquanto lançam
seus dardos inflamados sobre os verdadeiros crentes; dardos estes que os
verdadeiros crentes podem neutralizar pela fé obediente à Palavra de Deus (Efésios
6:16). Portanto, devemos ser sóbrios e vigilantes, pois o diabo é astuto e
ardiloso. Devemos resistir ao Diabo e, então, ele fugirá de nós (Tiago 4:7); Devemos,
também, nos revestir de toda a Armadura de Deus para podermos ficar firmes
contra as ciladas do Diabo (Efésios 6:11); mas, acima de tudo, temos que
estarmos fortalecidos no Senhor e na força do seu poder (Efésios 6:10).
O verdadeiro crente não pode ser possesso por demônio enquanto anda na
luz onde o Senhor na luz está. Baixando a guarda e se afastando das coisas de
Deus, o Diabo vai conseguir produzir alguma ingerência sobre tal crente
descuidado e conformado com o mundo caído, buscando fazer dele um tropeço
enquanto continua buscando afastá-lo completamente do “arraial” de Deus, quando
poderá devorá-lo. Fora do “arraial” de Deus, a situação de tal crente poderá se
tornar à semelhança da situação de Saul, quando se afastou de tal maneira de
Deus que o Espírito Santo o deixou e a “casa” ficou vazia e à mercê de
salteadores que buscam um covil para se esconderem. Portanto, sejamos sóbrios e
vigilantes, para que, a nossa situação espiritual, no Senhor, não seja
invertida.
Já vi o demônio se manifestar em uma pastora, batizada pelo Espírito
Santo, mas nem por isso deixou de ser usada por Satanás. Um cristão que vive em
eterna rebeldia e arrogância na Casa do Senhor, que não obedece a liderança da
igreja, que espalha a discórdia e a contenda entre irmãos, que se recusa ser
discipulado por se se achar autossuficiente, que não participa da comunhão
verdadeira entre os irmãos, que quer gloriar-se a si mesmo, este cristão é uma
porteira escancarada para o Diabo, suas potestades e principados. Como já foi
dito: sejamos sóbrios e vigilantes, para que, a nossa situação espiritual, no
Senhor, não seja invertida.
terça-feira, 13 de setembro de 2016
SOBRE DEUS E O VINHO
SOBRE
DEUS E O VINHO (J.F.de ASSIS)
Quando Jesus disse ter vindo para "lançar fogo sobre a terra" Lucas 12:49) e não para "trazer paz, mas espada" (Mateus 10:34), como falou verdadeiramente! Ele não se ajustava aos modos familiares do mundo ao qual veio. Mesmo o mais revolucionário pensamento de seu tempo não poderia contê-lo. Suas palavras e modos eram transcendentemente diferentes, inquietantes, ameaçadores. Não poderia haver uma síntese calada do velho e do novo, somente uma colisão descomprometida que conduziria inevitavelmente a rebelião ou rendição. Alguns viriam a gostar do novo, outros a odiá-lo. Em suas três analogias, em Mateus 9:14-17 (Marcos 2:18-22; Lucas 5:33-39), Jesus responde aos seus críticos gentilmente, mas ilustra o inevitável do conflito: como pode pano novo ser usado para remendar roupa velha? Como pode o explosivo vinho novo ser contido em velhos e inflexíveis odres? O provérbio de Jesus sobre o remendo novo na roupa velha saiu facilmente de sua própria vida.
Aquele que "não tinha lugar para repousar sua
cabeça" não deveria desconhecer vestes remendadas. E todos sabiam que
uma tentativa de remendar uma roupa gasta com pano novo levaria a dois
desastres, um estrutural e outro estético. O pano novo encolheria com a
primeira lavagem e aplicaria tal tensão sobre o pano velho que faria um rasgo
maior do que antes (Marcos 2:21); e, por sua própria novidade, o remendo novo
faria com que a roupa velha parecesse ainda mais desbotada e velha (Lucas
9:36).
Às vezes, o velho é
irreparável e tem simplesmente que ceder lugar ao novo. O judaísmo rabínico,
com suas corrupções farisaicas, estava além da recuperação. Sua atitude estava
totalmente tão afastada do espírito da lei e dos profetas que o único meio de
ir além dela era saindo dela. E ainda que a mensagem de arrependimento e de
abatida contrição de João fosse de Deus e vital para o seu tempo, ela era
preparatória, e não permanente (Atos 18:25-26; 19:1-5). O novo caminho de Jesus
era um pano inteiro e não uma colcha de retalhos. Ele não tinha vindo para
enxertar suas novas verdades no esfarrapado tecido religioso das tradições
humanas e ímpias atitudes, ou para sentar-se imóvel a uma das paradas da
estrada do propósito eterno de Deus. Tivesse feito isso e teria destruído tudo.
Em Cristo, todas as coisas teriam que ser novas (2 Coríntios 5:17).
A incredulidade judaica
vigente recusou-se a renunciar aos seus caminhos tradicionais para receber a
palavra de Deus, e crucificou Jesus. Os judaizantes da igreja primitiva
relutavam em deixar a lei pelo evangelho e, em seu esforço para acomodar o
evangelho à lei, manobraram para rasgar e destruir tudo (Gálatas 1:6-9; 5:3-4).
A mesma disposição mental vive hoje. Velhos e ímpios caminhos, recusando a
entregar a alma, nos desafiarão a acomodar o evangelho a eles ou a sair.
Nesses momentos
precisamos correr, e não andar, para a saída mais próxima. O terceiro destes
provérbios que Jesus usa para responder a seus críticos simplesmente reforça a
mensagem dos dois primeiros: certas coisas não se ajustam. Os homens, ele
disse, não colocam vinho novo, ainda fermentando e expandindo, em velhos e
ressecados odres porque eles se rasgariam e seriam destruídos e o vinho novo
escorreria e se perderia (Mateus 9:17). O Senhor está advertindo que
mentalidades rígidas custarão aos homens a incomparável qualidade especial do
evangelho.
Porque ela é
imprevisivelmente nova e inimaginável (1 Coríntios 2:9) e não se ajusta confortavelmente
nos trilhos familiares, estamos demasiado dispostos a tentar forçá-la, através
de nossas categorias congeladas, até que ela saia parecendo mais com o que
esperávamos e desejávamos que fosse. Não há meio melhor do que este para
simplesmente derramar no chão o precioso vinho novo do reino eterno de Deus.
Precisamos estar
atentos a um conservadorismo tão insensato que pensemos que o melhor modo de
permanecer firmes na fé seja manter as coisas como estão. Que tudo está bem e
bom se o modo como as coisas estão é como o Senhor quer que estejam; mas se
não, precisamos juntar armas a bagagem e ficar prontos para uma longa jornada
naqueles novos lugares onde o Senhor pretende que estejamos. O vinho novo do
evangelho não é destinado a nos deixar confortáveis, mas a nos fazer novos.
Alguns fizeram um uso
infeliz da afirmação de Jesus a propósito do vinho novo e dos odres velhos.
Para eles, os odres velhos frequentemente representam aqueles modos pelos
quais, no Novo Testamento, os discípulos então fizeram as coisas, e o vinho
novo simboliza ideias modernas que são mais atraentes para os homens e as
mulheres da geração corrente.
Eles precisam ser
lembrados que todos os modos dos cristãos primitivos que não foram simplesmente
um reflexo das condições do seu tempo (a lavagem dos pés como um ato de
hospitalidade, um beijo para saudação, etc.) eram o produto da vontade radical
de Cristo e os imutáveis princípios eternos do seu reino. Todos nós faríamos
bem em seguir o exemplo deles (Atos 2:42). Pois se o fizermos, certamente não
estaremos sentados imóveis, mas estaremos empenhados na experiência mais
radicalmente transformadora da história humana. Beber o vinho do reino de Deus
não é um passo de moderação. Obedecer à voz do Filho de Deus não é um ato
conservador!
Citado muitas vezes na Bíblia, o
vinho já existia quando o Antigo Testamento foi escrito: O livro de Gênesis
descreve o plantio de uma vinha como a primeira atividade de Noé depois do
dilúvio. O cultivo da videira floresceu na Grécia e em Roma. Os romanos
difundiram a videira por seu império, em especial na Gália, onde pela primeira
vez se utilizou o tonel para armazenar e conservar o vinho. Na Grécia antiga, o
vinho era escuro e geralmente bebido com água; bebê-lo sem mistura era
considerado procedimento devasso. Guardado em barricas, odres de pele de cabra
ou ânforas de barro tampadas com óleo ou um trapo engordurado, o vinho estava o
tempo todo em contato com o ar. A maturação plena só foi possível a partir da
generalização do uso da garrafa e da rolha. Devido à necessidade de vinho para
o serviço religioso, o cuidado da vinha era uma preocupação particularmente
eclesiástica. O posterior reaparecimento de vinhos e vinhedos de reconhecida
qualidade esteve sempre associado à iniciativa de monges ou de monarcas
especialmente devotados à igreja do final do século XVII e resultou em grande
parte do trabalho de Dom Pierre Pérignon, da abadia de Hautvillers, que é tido
por criado do champanha.
Outra mudança importante foi a
descoberta acidental, em 1775, de que as uvas apodrecidas nas videiras
produziam doçura e buquê inimitáveis. Na década de 1750, os produtores da ilha
da Madeira passaram a fortalecer seus vinhos com o acréscimo de conhaque,
processo essencial para a manufatura e maturação de quase todos os vinhos
generosos, que se bebem fora das refeições ou a sobremesa. Os espanhóis levaram
a videira para terras americanas a partir do século XVI e XVII e logo os
vinhedos cobriam ampla áreas do sul do continente. Nos séculos XIX e XX, novos
países somaram-se aos tradicionais produtores de vinho.
VINHO O
NÉCTAR DOS DEUSES
O vinho é a bebida obtida por
fermentação total ou parcial da uva fresca, ou do sumo da uva fresca (mosto). A
palavra vinho também pode ser aplicada a bebidas feitas de outras frutas,
vegetais, ervas e até flores, mas usada sozinha aplica-se apenas ao produto que
tem a uva como matéria-prima. De acordo com a cor, o vinho pode ser tinto,
rosado, clarete (ou palhete) e branco. Conforme o sabor, pode ser doce,
semi-seco ou seco. Os vinhos doces contêm altas porcentagem de açúcar, enquanto
os secos têm pouco ou nenhum açúcar, embora não sejam amargos. Outra
classificação frequente distingue, de maneira geral, vinhos comuns e especiais.
Comuns são os vinhos maduros ou verdes, resultantes da fermentação normal do
mosto, entre os quais se incluem os vinhos oficialmente classificados, nos
países produtores ou de consumo tradicional, como de consumo - de mesa - ou
como típicos.
Os vinhos especiais compreendem
os licorosos, aqueles de elevado teor alcoólico, provenientes de mostos cuja
fermentação foi interrompida por adição de aguardente vínica ou de álcool
vínico; os doces de mesa, de teor alcoólico igual ou inferior a l4º;os espumantes
naturais, cuja efervescência resulta de uma segunda fermentação alcoólica em
garrafa ou outro recipiente fechado, produzida por processo tecnológicos
clássicos; e os espumantes gaseificados, cuja efervescência é produzida por
adição de gás carbônico puro, com aparelhagem adequada. Pela importância que
adquiriu em muitas regiões do mundo, o vinho tornou-se objeto de uma ciência
específica, a enologia, dedicada ao estudo de composição, qualidade,
características e processos de para a sua elaboração.
Os principais produtores de vinho
são respectivamente os seguintes: Itália, França, Espanha, EUA, Argentina, Alemanha,
África do Sul e Portugal. A cultura da vinha no Brasil começou no século XIX,
nos planaltos do Rio Grande do Sul, com a chegada de imigrantes italianos, e
espalhou-se por diversos estados, como São Paulo, Santa Catarina e Minas
Gerais. Foi no Rio Grande do Sul, porém, que a viticultura mais prosperou e
tornou-se o maior produtor nacional, com 80% do mercado interno. Os principais
centros do chamado "polígono do vinho" são os municípios gaúchos de
Caxias, Flores da Cunha e Bento Gonçalves. A uva denominada Isabela foi
tradicionalmente a mais usada, mas a necessidade de melhorar a qualidade do
produto levou à adoção gradual de uvas de castas mais nobres como cabernet, merlot
e moscatel.
Lenda Presa
O vinho teria sido descoberto
pela amante do rei JAMSHEED da Pérsia (atual Irã). O rei gostava tanto de uvas
que costumava estocá-las em vasos, para comê-las o ano todo. Certo dia, as
frutas de um desses potes fermentaram, tornando-se amargas. Achando que o
líquido resultante desse processo estivesse envenenado, o rei escreveu uma
advertência no vaso. O aviso atraiu a sua amante, que havia decidido se matar,
bebendo o líquido. Em vez de morrer, ela começou a se sentir muito feliz e
dormiu bem como não conseguia havia tempos. Quando soube do
"milagre", o rei passou a ingerir com frequência o novo tônico, que
logo ficou famoso por seus poderes de cura e foi chamado de "Medicina
Real".
Bodas de Canaã
JESUS se manifestou pela primeira
vez transformando água em vinho, leia esta linda passagem bíblica: Três dias
depois, celebraram-se umas bodas em Canaã da Galiléia, e encontravam-se lá a
Mãe de Jesus. Foi também convidado Jesus com seus discípulos para as bodas. E,
faltando o vinho, a Mãe de Jesus disse-lhe: Não tem vinho. E Jesus disse-lhe:
Mulher, o que nos importa a mim e a ti isso? Ainda não chegou a minha hora.
Disse sua Mãe aos que serviam: Fazei tudo o que ele vos disser. Ora estavam ali
seis talhas de pedras, preparadas para a purificação judaica, que levavam cada
uma, duas ou três medidas. Disse-lhes Jesus: Enchei as talhas de água. E
encheram-nas até em cima. Então disse-lhes Jesus: Tirai agora, e levai ao
arquitriclino (ao mestre de cerimônias). E eles levaram. E o arquitriclino,
logo que provou a água, convertida em vinho, como não sabia donde lhe viera
(este vinho), ainda que o sabiam os serventes, porque tinham tirado a água, o
arquitriclino chamou o esposo, e disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o bom
vinho, e, quando já (os convidados) têm bebido bem, então lhes apresenta o
inferior; tu, ao contrário, tiveste o bom vinho guardada até agora. Por este
modo deu Jesus princípio aos (seus) milagres em Canaã da Galileia, e manifestou
a sua glória, e os seus discípulos creram Nele. (João 2,1-11)
Vinho é medicinal
Os poderes medicinais já eram
conhecidos pelos sumérios por volta do século 20 a.C. Outros povos antigos,
como os egípcios, gregos e romanos, também receitavam a bebida para tratar os
mais diversos problemas de saúde, tanto físico quanto aos psíquicos. As
propriedades terapêuticas atribuídas ao vinho ao longo dos séculos são: antisséptico;
tranquilizante/sedativo; hipnótico antinauseas; estimulante de apetite; digestivo; tônico reanimador; antianêmico;
diurético; Laxante; Antibacteriano; Antitérmico Cicatrizante
Um dos principais propagadores das propriedades medicinais do vinho foi "HIPÓCRATES", considerado o pai da medicina ocidental. Ele receitava a bebida pura como complemento nutricional, febre, diurético, laxante, antisséptico e cicatrizante de feridas. A quantidade máxima de ingestão diária de álcool para um adulto saudável, de 70 kg, é de 59,2 gramas os homens (cerca de 250ml ou 2 taças de vinho), sendo recomendado a metade para as mulheres.
O vinho alimenta o corpo, prepara
o espírito, acalanta a alma.
Quando o vinho foi inventado, com certeza era mal aproveitado e se bebia até se chegar a exaustão da embriagues até se dormir de bebedeira.
Quando o vinho foi inventado, com certeza era mal aproveitado e se bebia até se chegar a exaustão da embriagues até se dormir de bebedeira.
Com o passar dos tempos, foi se
percebendo, que era necessário e merecido um cuidado maior na vinificação,
envelhecimento e conservação desse precioso líquido, o vinho, e usá-lo de forma
racional para melhor proveito. Saber beber vinho e desfrutar do custo-benefício
que ele proporciona, não é fácil. Beber de forma contemplativa, em meditação,
são dicas importantes para a degustação e seleção dos diversos vinhos, nos eleva
o espírito e nos remete aos bons pensamentos, nos torna intimamente alegres,
mais desprovidos, mais sinceros, mais receptivos fazendo bem para o nosso corpo
e alma.
O diferencial do vinho para
outras bebidas, literalmente alcoólicas, é que ele é um ritual que se torna um
hábito e não um vício, que estimula o apetite e ajuda na digestão, bem como, um
importante complemento alimentar pela constituição bioquímica e física do
vinho. Procure colocar o vinho num copo apropriado (copo ou taça). Veja a sua
cor. Sinta o seu aroma. Beba lentamente, moderadamente, com respeito e sempre
pensando nas coisas boas da vida. Então terá a oportunidade de descobrir a
grandeza do vinho e suas virtudes. Pode se afirmar que o terreno, a cepa, o
clima e a intervenção do homem, são fatores que influenciam diretamente nas
qualidades do vinho e em suas características quanto a sua composição
bioquímica e química, procurando torná-lo num produto único e atraente. O vinho
é uma bebida extremamente complexa, mas indispensável à vida, pois contribui
para que ela seja mais agradável. Os povos da antiguidade o consideravam uma
dádiva divina. O vinho hoje existe em quantidade e variedade imensamente
grandes e oferece a mais ampla escolha aos gostos diversificados de seus
consumidores.
Contudo
havia três tipos de vinho: VINHO NOVO: é
o que Jesus chamou de “fruto da videira” (Mateus 26.29),
ou seja, o suco da uva pisada no lagar (Isaías 63.2), ainda fresco e sem
mistura (Apocalipse 14.10). O vinho mais usado diariamente nas famílias
era novo com propósito apenas de alimentação, não tendo tempo nem para
envelhecer e fermentar. VINHO VELHO: é
o vinho guardado em odres durante muito tempo para fermentar. O suco da uva
quando envelhecido se torna mais forte (Josué 9.4). O fermente sempre
foi símbolo da influência do pecado (Marcos 8.15; I Coríntios 5.7,8). VINHO MISTURADO: é quando se
acrescenta ao suco da uva uma mistura que lhe dê maior teor alcoólico (Provérbios
23.20; Isaías 5.22), também chamado de “bebida forte” (Levítico
10.9; Deuteronômio 29.6; Provérbios 20.1) toda
pessoa que se consagrasse ao Senhor deveria se abster desta bebida (Juízes
13.9, 7 e 14; Número 6.3; Lucas 1.15).
Por isso Jesus não quis beber o vinho com fel quando estava na cruz (Mateus
27.34)
O Senhor quer nos renovar como o
Vinho Novo que representa o Sangue de Jesus (I Coríntios 10.16) e o
fluir do Espírito Santo para que “não
vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do
Espírito”(Efésios 5.18). Se formos lavados pelo sangue de Jesus,
não podemos deixar que o vinho, ou seja, a vida de Cristo que há em nós se
envelheça e seja misturado com o pecado mundo. Este Vinho Novo também significa
o frescor para os desertos da vida e alegria para nossas festas.
Deus quer te dar Vinho Novo!
ODRES NOVOS: O odre era um saco de pele
animal costurada que servia de recipiente para guardar líquidos como água (Gênesis
21.14,15,19), leite (Juízes 4.19) e vinho (Josué 9.4). Mas
deveria ser usado especificamente para cada coisa separada para não deixar
sabor de leite no vinho ou deste na água por exemplo. O odre envelhece com o
tempo. O couro encolhe e enruga. O sabor do vinho velho ou de qualquer outra
mistura pode estragar o vinho novo. Mas o vinho novo é mais ácido e pode
corroer o odre. Além disso, o vinho novo vai liberando gases com o tempo e
esticando o couro, então o se o odre já estiver velho pode estourar. Por isso
Jesus disse que “vinho novo deve ser posto em odres novos [e ambos se
conservam]” (Lucas 5.38).
Um dos animais mais usados para
fazer odres do seu couro era a ovelha, além do cabrito. Sua pele era retirada
cuidadosamente e depois de um pouco cozida exposta na fumaça (Salmos 119.23)
era costurada bem apertado deixando apenas o pescoço aberto para inserir os
líquidos e depois ser amarrado. O odre da pele de ovelha representa a nossa
carne fraca (Marcos 14.38) que precisa ser arrancada de nós para não
vivermos mais para nós mesmos e sim para Deus (Gálatas 2.20-22). O
Espírito Santo quer habitar em nós e nosso corpo deve ser templo do Senhor (I
Coríntios 3.16), mas nossa carne corruptível não suporta o poder de Deus (I
Coríntios 15.50). Por isso precisamos ser renovados como um odre novo para
receber o vinho novo.
Esta renovação do odre significa
renunciar às vontades da carne (Efésios 2.3) negando-se a si mesmo para
seguir a Jesus (Marcos 8.34). Deixando a cada dia as obras da carne para
buscar o fruto do Espírito (Gálatas 5.19-23). Muitas vezes envelhecemos
com o pecado e coisas do mundo. Somente Deus pode renovar nosso ser de tal
maneira que até mesmo nossa carne seja transformada e possamos ser mais
espirituais.
Deus quer renovar o seu odre!
VESTES NOVAS: Uma roupa velha remendada com
parte de pano novo não é uma roupa nova nem velha. É um desperdício de tecido
novo que poderia ser feita uma veste nova. As roupas caracterizam as pessoas e
muitas vezes julgamos pela aparência (I Samuel 16.7). As vestes novas
também representam esta nova vida, não somente no exterior porque uma pessoa
pode ser bem vestida e guardar pensamentos velhos e sujos. O filho pródigo
quando voltou para a casa do pai, chegou sujo e maltrapilho e seu pai lhe deu a
melhor roupa (Lucas 15.22) demonstrando a renovação que seu filho
passava, porque “estava morto e
reviveu, estava perdido e foi achado” (Lucas 15.24).
Quando Jesus voltar e nos receber, vai nos dar “vestiduras
brancas” (Apocalipse 3.5) porque “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Apocalipse
7.14).
O apóstolo Paulo Em Efésios
4.21-24 orienta aos crentes que “vos despojeis do velho homem”, “vos renoveis no espírito do
vosso entendimento” e “vos revistais do novo homem”.
Como uma mudança de roupa é a nova vida que Deus nos dá e todos percebem que “aquele que está em Cristo é nova
criatura, as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo” (II
Coríntios 5.17). A nudez é um símbolo de pecado na Bíblia (Gênesis
3.7; Êxodo 20.26). Deus foi quem fez a primeira roupa de peles
para Adão e Eva (Gênesis 3.21). Com isso, o Senhor não foi apenas o
primeiro costureiro, mas ofereceu o primeiro sacrifício pelo perdão da
humanidade derramando o sangue de um cordeiro para cobrir o pecado. Deus não
quer remendar algo de novo em sua vida, mas te renovar completamente.
Deus quer te dar Vestes Novas!
Deixe Jesus renovar sua vida
totalmente. O vinho novo é a vida interior, aquilo que está dentro de você como
o sangue que corre em suas veias. Se houver em você o vinho velho do passado ou
misturado do pecado, Ele te dá o vinho novo de alegria do Espírito Santo e o
lavar do sangue de Jesus. O odre novo é nossa carne ou sentimentos e vontades.
Se sua carne estiver envelhecida com hábitos mundanos, Deus quer renovar seu
ser completamente para habitar em sua vida. As vestes novas representam o
testemunho. Se você ainda tem algum remendo ou rasgado de vestes velhas, receba
novas vestes para que todos vejam que você é filho de Deus. Renove tudo em
sua vida! Leia a palavra de Deus e saiba mais SOBRE DEUS E O VINHO.
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