terça-feira, 6 de setembro de 2016

UM CONSELHO SÁBIO







UM CONSELHO SÁBIO (J.F.de ASSIS)




OS MIDIANITAS era um povo idólatra (Números 22.4-7; 25.1-6): Trata-se de um povo descendente de Abraão e sua mulher Quetura (Gênesis 25.1-6). Os midianitas tornaram-se idólatras e exerceram uma influência maléfica sobre Israel. Associaram-se aos moabitas e aos amalequitas com o propósito de destruir Israel. Foi uma raça trabalhadora, rica e dominante no comércio (Números 31; Juízes\ 8; Isaías 60.6). Afirmam os estudiosos serem os midianitas os primeiros que domesticaram e usaram camelos.

Estranho às alianças: Embora os midianitas tivessem direito às promessas feitas a Abraão, valeram-se do livre arbítrio e tomaram caminhos que desagradaram a Deus. Assim, ficaram alienados das alianças divinas. Quando uma pessoa ou um povo rejeita a bênção de Deus, suas ações tornam-se impiedosas. Foi o que aconteceu com os midianitas. Durante sete anos oprimiram a Israel com tal crueldade, que muitos hebreus se refugiaram em cavernas (Juízes 6.1,2). O jovem Gideão livrou Israel de um desses períodos de opressão (Juízes 6.7,8,35).

Alcançados pela misericórdia de Deus (Deuteronômio 7.9; II Coríntios 1.3): Embora sendo um povo desviado dos caminhos de Deus, Moisés, que durante quarenta anos esteve em Midiã como pastor de ovelhas, teria instruído aquele povo no conhecimento de Jeová. Logo, conhecendo o verdadeiro Deus, Jetro prestou culto a Jeová, oferecendo sacrifício ao Senhor, pois o Deus que ele seria era o mesmo de Moisés (Êxodo 18.10-13). Assim sendo, ao pior pecador, Deus tem providenciado um eficiente meio de salvá-lo, por Sua infinita misericórdia (Tito 2.11).

JETRO, O SACERDOTE ESTRANGEIRO

Alcançado pela misericórdia de Deus, Jetro é mencionado nas Escrituras como o sacerdote de Midiã (Êxodo 2.16; 3.1). Jetro tinha conhecimento de Deus (Êxodo 18.10-13): Nas suas palavras, nestes versículos, demonstrou júbilo por tudo que Jeová tinha feito, e, por isso ofereceu-lhe sacrifícios na presença de todos os anciãos de Israel. Foi um genuíno culto, pois até os mínimos detalhes não foram esquecidos. Era um reconhecimento por muitas bênçãos alcançadas (Salmos 116.12-14). Será que o leitor tem procedido de modo semelhante. Servia a Deus com suas limitações: Jetro não possuía os mesmos conhecimentos que o seu genro Moisés a respeito de Deus, conforme indicam os textos (Êxodo 23.20,23; 32.9-24; 33.11-17). Mesmo assim, foi responsável por um grande culto a Jeová (Êxodo 18.10-13). Graças a Deus que temos a poderosa ajuda do Espírito Santo, que nos esclarece quanto ao verdadeiro culto racional. Quanta negligência e irreverência encontramos em muitos que dizem cultuar ao Deus vivo e verdadeiro (Romanos 12.1; Salmos 100.2,3). Quantos saem de um culto, onde se oferecem louvores ao Senhor, pior do que quando entraram no santuário. Se este for o teu caso prezado leitor, corrigi-te imediatamente. Pare de murmurar, Deus não se agrada disso.

JETRO, O SOGRO DE MOISÉS

Moisés, ao fugir do Egito (Êxodo 2.11-15), foi abrigar-se em Midiã, parando à beira de um poço. Sete filhas de Jetro vieram tirar água para os rebanhos de seu pai. Vindo os pastores, expulsaram-nas. Moisés interveio a favor delas, dando de beber ao rebanho. Jetro, assombrado com o rápido regresso de suas filhas, ficou inteirado da oportuna intervenção do egípcio. Em gratidão ofereceu sua hospitalidade a Moisés. A permanência na casa de Jetro, conduziu Moisés ao matrimônio com Zípora, uma de suas filhas. Doutrinado por Moisés: Jetro descendente de Abraão (Gênesis 25.1-4), ainda não era monoteísta. Sua declaração: “Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses...” (Êxodo 18.11), significa que ele agora reconhecia Jeová como o único e verdadeiro Deus. Se Moisés não tivesse fugido do Egito, seguindo para Midiã, é bem provável que Jetro jamais viesse a ser conhecido fora daquela parte do país. Todavia orientado pelo genro tornou-se parte da História Sagrada.

Influenciado pelo testemunho de Moisés: O bom testemunho de Moisés muito contribuiu para influenciar o seu sogro. Diz a Bíblia que Moisés era conhecido como o homem mais manso da terra (Nm 12.3; At 7.22), um notável elogio a quem possuía tanta autoridade. Sua mansidão, seu caráter e zelo pelas coisas divinas, sua vida de santidade, influenciaram a seu sogro Jetro. O Espírito Santo inspirou os escritores do Novo Testamento a escreverem o nome de Moisés noventa e nove vezes. O apóstolo Paulo, em uma de suas epístolas, diz que somos cartas abertas para o mundo (2 Co 3.3).

Que o nosso testemunho possa levar muitas vidas à Cristo e outras a se dedicarem no santo Trabalho do Senhor (Atos 10.22). Servindo a Deus com Moisés: Durante quarenta anos Moisés habitou em Midiã como pastor (Atos 7.30). Cremos que durante esses anos, repartiu com o seu sogro os seus conhecimentos sobre Deus. Ao final dos quarenta anos, Deus o chamou no meio da sarça ardente, para libertar os hebreus da escravidão dos egípcios, obtendo a aprovação de Jetro (Êxodo 4.18-20).

JETRO, O SÁBIO CONSELHEIRO: O que é um conselho: A palavra conselho é de origem latina consiliu, que significa parecer, opinião sobre o que convém fazer. A oportunidade do conselho (Êxodo 18.13-16): Jetro viu que Moisés gastava o dia todo no atendimento ao povo, que era de aproximadamente de um milhão e meio de almas. Atender a essa gente toda era trabalho maior que a resistência de um homem. Muitos obreiros nos nossos dias estão trazendo para si compromissos que se acumulam de tal modo, tornando inviável a sua execução e causando prejuízos à causa de Cristo.

A intenção pode ser a melhor possível, mas não devemos esquecer que somos humanos, sujeitos ao cansaço físico e mental. Vide o exemplo de Jesus e de Epafrodito (Marcos 6.31; Filipenses 2.25-30). Não é pecado descansar. Quantos, que por negligenciarem o descanso do seu corpo e os cuidados com sua saúde, têm tido um ministério reduzido. A exposição do conselho (Êxodo 18.19-24): Após analisar o desempenho da atividade de Moisés, disse-lhe: “Não é bom o que fazes” (Êxodo 18.17). Iniciou, então, pela sua experiência, apresentando ao seu genro um plano administrativo, onde Moisés deveria apresentar a Deus os problemas nacionais e de ordem geral, a fim de evitar o seu desgaste, pois as questões particulares, as divergências pessoais não deviam ocupar o tempo que ele devia dedicar a assuntos de maior importância (v 19). Em seguida sugeriu-lhe três medidas importantíssimas: 1) Ensinar o povo os “estatutos e as leis”.

O povo deveria aprender as leis para que pudesse observá-las. Quantas dificuldades encontramos hoje, no sentido de desenvolver um bom programa nas nossas igrejas por falta de pessoas que conheçam a Palavra de Deus (Sl 119.7,26,27,55,56,111,112). 2) O líder tem que ser o exemplo para os liderados. Tem de estar pronto a mostrar com o seu exemplo “o caminho que devem andar e a obra que devem fazer” (v 20). Vide o ensino de Paulo (I Timóteo 4.12; Tito 2.7). 3)

A liderança consiste na distribuição de responsabilidades e na designação de tarefas (v 21). Moisés, como líder, tinha a responsabilidade de descobrir homens com as seguintes qualidades com os quais dividiria as tarefas: a) ”homens capazes”; b) “homens tementes a Deus”; c) ”Homens comprometidos com a verdade”; d) Homens que aborrecem a avareza”. As exigências continuam as mesmas para escolha dos companheiros que ajudarão os nossos líderes (At 6.1-4; II Timóteo 2.2). Quantos nos dias atuais estão procurando posição e vantagens, sem possuir as qualidades acima mencionadas. A eficácia do conselho (Êxodo 18.23): Que sabedoria! Que prudência! Humildemente pede ao genro que submetesse todo o plano para apreciação e aprovação de Deus. Era um reconhecimento que muito acima de suas experiências estavam os propósitos e vontade de Deus. Não se considerou autossuficiente. Que belo exemplo para nós, que temos responsabilidade na Igreja de Deus (Provérbios 26.12; I Coríntios 1.31; II Coríntios 10.17,18).

O conselho do sacerdote Jetro ao seu genro Moisés. Êxodo 18:13-24: No dia seguinte assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé junto de Moisés desde a manhã até a tarde. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo; perguntou: Que é isto que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, permanecendo todo o povo junto de ti desde a manhã até a tarde? Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo vem a mim para consultar a Deus. Quando eles têm alguma questão, vêm a mim; e eu julgo entre um e o outro e lhes declaro os estatutos de Deus e as suas leis.

O sogro de Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes. Certamente desfalecerás, assim como tu, como este povo que está contigo; sê tu pelo povo diante de Deus, e levas tu as causas a Deus; Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus contigo: porque isto te é pesado demais; tu só não o podes fazer. Ensinar-lhes-ás os estatutos e as leis, e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. Além disto, procurarás dentro o povo homens de capacidade, tementes a Deus, homens verazes, que aborreçam a avareza, e o porás sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta, e chefes de dez; E julguem eles o povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda a causa grave, mas toda a causa pequena eles mesmo a julguem; assim mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus te mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo irá em paz para o seu lugar. E Moisés deu ouvido à voz do seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera; (Êxodo 18:13-24)

Entre várias coisas que nos fazem iguais a povos de todos os lugares da Terra e das mais variadas culturas, línguas, crenças, economias, etc. E ainda nos iguala a povos antigos e as gerações futuras... É a dependência humana do nosso próximo!   De uma pequena pergunta como: “- Que horas são?” Até importantes questões que abrangem destinos, vidas de nações e de todo o mundo. Há necessidade de falarmos e mais ainda, ouvirmos uns aos outros.

O aconselhamento é uma característica, função e necessidade do ser humano. Podemos afirmar que o aconselhamento contém três elementos básicos: O (a) aconselhado; O (a) conselheiro (a); O problema, circunstância, o motivo, o contexto que os envolve, etc.  

Todo aconselhamento eficaz depende de uma boa inter-relação destes três. Ou seja, é necessário que os dois primeiros elementos estejam compartilhando ou à par da situação. Que após a explanação ou identificação do problema o aconselhado esteja pronto para ouvir e pôr em prática o conselho, e que o conselheiro o explicará sempre se baseando de um fato real e/ou de uma verdade.  Esse tipo de aconselhamento trará sempre benefícios a todos os envolvidos.

A verdade para nós cristãos e tementes a Deus é sem dúvida as Sagradas Escrituras, e ainda que não haja aceitação não deixará de ser A Verdade e influenciar a humanidade. É pela Bíblia que diferenciamos o mal e o bom conselho. E um dos nomes do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é Conselheiro. (Isaías 9:6)  Para começarmos a analisar o conselho de Jetro a Moisés, devemos saber o suficiente a respeito dos dois e do contexto em que estavam:

 QUEM ERA JETRO E QUEM ERA MOISÉS?

Jetro em  Hebreu significa: “excelência”, era sacerdote e líder da tribo dos Midianitas conhecida como Kenitas, que viviam no deserto do Sinai. Da descendência de Midiã filho de Abrãao com sua esposa Quetura após a morte de Sara (Gênesis 25: 2). O qual foi separado de Isaque com presentes (recursos) para manter-se e criar seu rebanho na terra que recebeu o seu nome. Pai de pastoras (Êxodo 2:16) uma delas Zípora esposa de Moisés (Êxodo 18: 2), avô dos dois filhos de Moisés (Êxodo 18: 3-4).  

Moisés, que em  Hebreu significa: ”Tirado para fora”, foi o grande líder e legislador do povo Hebreu. Nascido no Egito de pai e mãe hebreus da tribo de Levi. Foi escondido por sua mãe até o terceiro mês de nascido, pois Faraó ordenara que fossem mortos todos os primogênitos homens do povo de Israel. Depois colocado em um cesto de juncos em forma de baú, flutuando pelo rio até o lugar onde a filha de Faraó se banhava. Depois voltou a ser criado por sua mãe natural até ser menino já grande. Passando os seus cuidados à filha de Faraó, sua mãe adotiva, a qual chamou- o Moisés por ter sido tirado das águas (Êxodo 2: 1-10).

Na sua fase adulta, já instruído na escrita e ciências dos egípcios, foi ter com o seu povo. Deparando-se com a vida de escravidão e sofrimento que passava o povo hebreu. Viu como um egípcio feria um hebreu, foi ao encontro, o matou e o escondeu. Após esse fato, percebeu que o crime já havia sido descoberto e que Faraó o procurava para matá-lo; foge e vai ao deserto às terras de Midiã. Aonde casa-se e permanece por 40 anos. Onde também o Deus de seus pais, Abraão, Isaque e Jacó, O grande EU SOU; aparece-lhe e revela que seria o líder e o instrumento de Deus para livrar o seu povo do Egito. E manda regressar a Faraó para lhe ordenar a libertação do povo de Israel (Êxodo 2: 11-22; 3: 1-22).

Moisés e seu sogro se encontraram no deserto junto ao monte Sinai (o monte de Deus, Êx odo18: 5). Moisés após ter levado em frente o propósito de Deus para sua vida e do seu povo Israel, depois de ter vencido pela insistência e pelo poder de Deus a Faraó e todo Egito a não querer libertar Israel, através das pragas que houve (Êxodo 7 ao 12). Depois da maravilhosa e tremenda salvação que Deus realizou abrindo o Mar Vermelho e o seu povo à pés enxutos fez passar (Êxodo 14:15-26); A morte dos seus inimigos (Êxodo 14: 27-31); De ter experimentado a providência divina através das águas amargas que se tornaram doces (Êxodo 15:23-27); Do alimento que desceu dos céus (Êxodo 16:1-36); Da vitória contra Maleque e seu exército em Refidim (Êx17: 8-16). No terceiro mês da saída dos filhos de Israel (Êxodo 19: 1-2). Ele acampou-se no deserto do Sinai com todo o Israel.

Jetro sacerdote de Midiã após ter ouvido todas as coisas que o Senhor realizou ao seu povo tomou sua filha Zípora e seus netos Gerson e Eliezer, que haviam sidos enviados aos seus cuidados por Moisés; e veio ao encontro do seu genro (Êxodo 18:1-5). Depois de um caloroso e alegre reencontro, Jetro ouviu de Moisés todas as boas e maravilhosas notícias das que Deus realizara.  O qual como sacerdote adorou ao Senhor com holocaustos e sacrifícios, pelo qual Moisés convidou a Arão e a todos anciões de Israel a comerem pão com seu sogro diante de Deus (Êxodo 18:7-12).  No dia seguinte, começa a surgir o conselho de Jetro após o mesmo ter visto a maneira que Moisés julgava o povo:  

            Depois de uma noite de celebração e adoração (v.12), amanheceu no acampamento e com isso os trabalhos do dia-a-dia. Moisés como líder político e religioso estava na incumbência de cuidar dos problemas sócio-político e espirituais de Israel. Além de ser o porta-voz de Deus ao seu povo era também intermediador de Israel e o Senhor Jeová. Por isso cremos que os trabalhos começavam antes do sol raiar com a busca de Moisés à presença de Deus e logo com os primeiros raios do sol, os primeiros a consultarem a Deus por intermédio de Moisés (v.15). Haja vista que o povo que saiu do Egito havia se multiplicado grandemente lá (Êxodo 1: 7-12). 


Devido a esse fato as audiências se estendiam até o pôr- do- sol (v.13). Cansando aos que esperavam e também ao próprio Moisés. Observando este procedimento, pôde Jetro fazer as perguntas do versículo 14. Também já subentendendo suas razões e motivos que seu genro lhe declara nos versos 15 e 16, pois Jetro era líder espiritual em sua terra. Dessa maneira notamos que este conselho começou de uma boa observação da parte de alguém que não era leigo no assunto, e que já gozava de um bom tempo de experiência.   Uma das etapas, mas difíceis em todo aconselhamento é o de exortar, corrigir e retificar. Porque envolve muita prudência, sabedoria e o bom uso de atos e palavras. E acima de tudo para nós cristãos requer amor em nossos corações (Atos 20: 31; I Coríntios 4:14). Mas também de igual valor a humildade e sabedoria da parte de quem ouve (Provérbios 18: 8; Provérbios 11:22). É de suma importância para um bom e eficaz aconselhamento.

Notemos que a liderança, experiência tão elevados dadas por Deus a Moisés não o tornaram soberbo ao ponto de não ouvir ao seu sogro e sacerdote de Midiã. Houve atenção e respeito para receber o conselho de Jetro, começando pelo motivo que o levou a rejeitar a forma de trabalhar adotada pelo genro.   Com os avanços da tecnologia nesse mundo moderno que vivemos fazem com que as pessoas se isolem e já não tenham tempo de ouvir e falar umas às outras. As conversas nas esquinas das ruas ou praças são cada vez diminuídas pela conversa virtual na Internet e/ou violência. O amor nos corações se esfria. E muitos vão aos psiquiatras, psicólogos, videntes, “mães- de-santo”, etc. Pagando verdadeiras fortunas por um bom conselho. 

Nenhum conselho será dito como bom se não fizer com que haja uma eliminação do erro ou causa, para prevalecer o correto e verdadeiro. Se não beneficiar com a solução do problema e/ou aperfeiçoamento, satisfação do aconselhado. Ainda que com dor, renuncia, mudança, etc.

Por exemplo: Uma prescrição médica para a cura de uma doença que exige injeção ou cirurgia pode não ser agradável, mas é melhor que continuar doente! Por essa razão e pela graça de Deus ainda existem homens que se respaldam não em filosofias humanistas passíveis ao erro, mas na Palavra do Deus Vivo (Mateus 24: 35), a Bíblia Sagrada. Trazendo conselhos que são bons, corrigem aperfeiçoam para o viver e conviver aqui nesta Terra como na Eternidade. Pessoas que podem e tem autoridade para dizer após seus conselhos que “Deus será contigo”.

Por outro lado, também o Deus Trino e Uno que respalda o conselho segundo seus padrões também adverte a respeito dos falsos mestres e profetas que enganam a muitos (Mateus 24:11). Dessa forma para todos os filhos de Deus e os que serão mediante o sacrifício de Cristo, prossegue o conselho do profeta Oséias: “- Conheçamos e prossigamos a conhecer o Senhor...”. 

E a oração e a leitura bíblica como hábito já é um bom começo. Sem poder recorrer a Palavra escrita de Deus, Moisés sabia disso e por isso pôde avaliar o conselho do seu sogro e acatá-lo como de Deus. Ele viu que teve um bom começo, confirmando algo que Deus já incumbira a fazer, não desfazendo ou desmentindo o propósito e a palavra falada de Deus desde o seu chamado. Pois “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para se arrepender. ” (Números 23:19a)

Nós, povo brasileiro, temos a mania de valorizar o que é dos outros e menosprezar o que é nosso. O que nos faz parar nesta frase é que o sacerdote Jetro poderia usar do seu prestígio e indicar alguém do seu povo ou até mesmo se “escalar para o serviço”, importando a mão-de-obra dos midianitas. Mas não, antes ele ressaltou “procura dentre todo o povo”. Ensinando e lembrando-nos da importância de valorizarmos a “prata da casa”. Por outro lado, deveriam ser tirados dentre todas as tribos de Israel para evitar descriminação e os problemas que poderiam acarretar.

O nome Jetro significa ‘superioridade'. Olhando pelo aspecto de liderança, ele possuía uma visão superior - estava numa posição de maior visibilidade. Jetro, sacerdote de Midiã (Êxodo 18.1), é o pai da descentralização administrativa. Ele observou como Moisés concentrava a sua liderança.  "No dia seguinte, assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até ao pôr do sol. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até ao pôr do sol? Respondeu Moisés ao seu sogro: Porque o povo me vem a mim para consultar a Deus; quando alguma questão, vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis. O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes"(Êxodo 18.13-17)
 
          Ele percebeu Moisés pesado, atordoado e tenso diante de tanta gente para julgar. Como líderes, temos a tendência de concentrar e controlar as coisas. Somos, muitas vezes, egocêntricos e não damos oportunidade a outros para crescerem emocional e espiritualmente. A relação entre Moisés e Jetro era uma relação além de genro e sogro. Era uma relação orientada por Deus para o bem de Moisés e o povo da promessa, o povo chamado. O Senhor sempre usa pessoas das mais diversas matizes para cumprir o Seu propósito. Os princípios administrativos de Jetro continuam até hoje. Moisés entendeu o conselho e o colocou em prática.

Jetro era um homem que temia Yaweh. Conhecia o caráter de Moisés. Ele se colocou numa posição de ajuda. Foi um consultor competente. Estava atento às coisas que aconteciam à sua volta. Era detentor de um olhar clinico. Sensível às necessidades do outro. Simpático e empático estava comprometido com a excelência do líder. Via a liderança como multiplicadora de líderes. Ele entendia de gestão. Suas qualidades eram bem definidas. Homem firme em suas convicções, personalidade madura e uma capacidade de entender as dificuldades do próximo. Disponível para servir. Um homem proativo, isto é, de iniciativa.

Moisés, por outro lado, estava absorto no atendimento ao povo. Ele não estava vendo além do povo que liderava. O foco do líder cristão deve ser sempre o Senhor. Não podemos tirar os olhos dEle porque fracassaremos. Somos chamados à liderança responsável que é caracterizada pelo treinamento e acompanhamento daqueles que lideramos. Jetro é o nosso modelo de servo que serve com amor àqueles que estão em dificuldade. Ele entendia o que é levar a carga do outro. Paulo nos faz caminhar nesta posição (Gálatas 6.2). O líder preciso treinar outros a partir da dependência do Senhor e de um caráter íntegro. Ele amadurece quando treina outros.  Jesus é a ponte entre Jetro e nós. Ele escolheu doze homens, treinou-os e deu-lhes uma missão (Mateus 28.18-20). Ele era o Servo-Sofredor que veio para servir e dar a Sua vida por nós (Mateus 20.28). O líder cristão autêntico tem as características de Moisés, Jetro e Jesus. Moisés porque era um homem trabalhador e obedeceu, colocando os ensinos de Jetro em pratica; Jetro porque entrou para ajudar no momento certo e Jesus porque veio para servir.

Na verdade, a síntese dos três é o serviço abnegado.
Como líderes, devemos estar sempre dispostos a ouvir conselhos dos mais experientes. Trabalharmos com espírito de servo. Submeter-nos àquele que pode todas as coisas. Moisés estava trabalhando errado, mas Deus levantou Jetro para fazê-lo trabalhar certo. Podemos errar, mas não devemos permanecer no erro.  Certamente aprendemos com os erros durante a nossa caminhada com o Senhor. Os erros revelam a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, nos leva à dependência do Pai. Jetro é um exemplo para todos nós - exemplo de amor, sensibilidade, disposição para servir e proatividade. Sejamos assim para a Glória do Pai

 

O homem não dá o valor que merecem os conselhos. Popularmente se diz que “se conselho fosse bom não eram dados, mas vendidos”. Mas se o homem não valoriza muito os conselhos de outras pessoas, Deus recomenda que muitas vezes devíamos dar ouvidos ao que os outros tem a dizer. Se Deus não desse tanto valor à importância dos conselhos, certamente não teria inspirado o homem para que escrevesse livros como Provérbios e Eclesiastes, formados quase que exclusivamente por conselhos e recomendações, nem tampouco teria feito com que o homem os colocasse na Sua Palavra.

Por isso que precisamos tanto da comunhão da igreja e do discipulado. Andando junto aos irmãos e compartilhando nossos problemas com eles, saberemos o que o outro pensa de nossos problemas, e o que ele vê de positivo ou negativo neles. Geralmente o outro, que está fora da nossa realidade, vê nos nossos problemas, aspectos que não percebemos, pois temos tendência de ser cegos quando nossos sentimentos e emoções são afetados.

Quem anda sozinho, erra mais fácil. Eu diria que quem anda só, é como o cavalo que anda com aquela viseira (ou “tapa”), que nele é colocada para puxar carroça. O cavalo, ao contrário do homem, não possui os olhos próximos entre si, mas um em cada lado da fronte. Portanto, apesar de ver de forma mais “desorganizada”, tem um campo de visão mais amplo. O dono coloca a viseira para que ele enxergue só o que lhe aparece na frente, o que dá ao animal mais foco na dianteira. Mas ao mesmo tempo que ele ganha em foco, ele perde em referência, pois com a viseira, o cavalo não terá mais a capacidade de ver as ameaças que vem dos lados. Assim é quem anda só, sem ouvir os conselhos. Tem a visão limitada e não consegue ver certos tipos de ameaças e problemas que o ser humano não vê sem ser alertado pelo outro. Como um cavalo com uma viseira colocada em seus olhos. Não interessa qual o homem, sua posição social, idade ou religião. Todos precisam de conselhos. Jesus Cristo dizia que até mesmo um rei precisava tomar conselho antes de tomar decisões difíceis (Lucas 14:31). A falta de um bom conselho faz muitos homens tropeçarem. E foi exatamente isso que aconteceu com Absalão. Através de parte de sua história, descrita em II Samuel 17, podemos tirar pelo menos 6 lições importantes a respeito do valor dos conselhos.

1. Devemos seguir o conselho correto. Absalão não seguiu o conselho correto. Apesar de Husai ser um homem sábio, ele não era um profeta de Deus. Por isso, por mais sábio que possa parecer um homem, não podemos sempre guiar nossa conduta pelo que ele fala se ele não for um profeta de Deus. O conselho correto geralmente vem sempre das mesmas pessoas. Pessoas que tem autoridade sobre nossas vidas e nos conhece, geralmente são as mais qualificadas para nos dar conselhos.

Nossos pastores e líderes na igreja e nossos pais (principalmente se forem cristãos) são bons exemplos. O problema é que muitas vezes ouvimos conselhos diferentes, cada um nos recomendando coisas opostas ao outro. Existem situações que são de difícil resolução, que dependem muitas vezes de oração, para se ter revelação da Vontade de Deus. Mas outras são resolvidas facilmente, bastando olhar a Bíblia. A Palavra de Deus nos recomenda, por exemplo, que não devemos andar sob o conselho de ímpios (Salmos 1:1; Provérbios 12:5). Se um ímpio nos diz para fazer algo, e as pessoas que nos acompanham na igreja recomendam algo diferente, quase sempre o melhor conselho vem da igreja.

Além dos que estão na igreja, pessoas próximas de nós podem ser usadas por Deus para nos dar um bom conselho. E geralmente essas pessoas são mais velhas, têm maior experiência de vida (às vezes até passaram por problemas semelhantes), e por isso podem nos aconselhar sabiamente. O próprio Moisés se deparou com uma situação de dúvida e acertou ao seguir o conselho de seu sogro (Êxodo 18:24).

2. Devemos pensar bem antes de seguir conselhos que nos agradam. Absalão se deparou com dois conselhos: o de Husai e o de Aitofel. Aitofel propôs uma ação imediata dos exércitos de Absalão contra Davi, enquanto Husai propôs que Absalão adiasse o combate, para que houvesse tempo de Absalão formar um exército mais numeroso, que lhe desse uma vitória mais expressiva, e promovesse sua imagem frente o povo. Como sabemos, Absalão, certamente por vaidade, seguiu o conselho de Husai.

Mas o erro de Absalão é cometido por muitos de nós. Muitas vezes seguimos o conselho que mais nos agrada ou que coloca nosso ego em evidência. A Bíblia nos diz que mesmo o caminho do insensato parece ser bom aos seus próprios olhos (Provérbios 12:15). Por isso, seguir o conselho que mais nos agrada nem sempre pode ser a melhor opção. É em situações como essas em que mais nos sentimos independentes para tomar decisões sozinhos. Contudo, mesmo que a boa escolha pareça lógica, precisamos de conselhos de pessoas usadas por Deus sempre que nos depararmos com escolhas que influenciarão significativamente o nosso futuro, para que não corramos o risco de sermos levados por nossas duvidosas impressões pessoais.

3. Precisamos de conselho em situações difíceis, por que há situações em que não sabemos tomar a melhor decisão. O desejo que Absalão tinha de abater o exército de Davi e alcançar o trono, o pôs em um dilema no qual ele não conseguiu pensar com sabedoria. Nós como seres humanos, somos constantemente movidos por emoções. Emoções que são aguçadas em situações de pressão, que fazem com que não consigamos pensar direito. Quando pressionado, o homem toma decisões que podem ir até mesmo contra os seus próprios valores morais. A ambição pelo poder, alimentada por Absalão, era tão grande que fez com que ele não se importasse sequer com a vida de seu próprio pai. Só importava a ele usurpar o poder, ainda que isso custasse a própria vida de Davi.

4. Os conselhos de Deus nos livram de problemas futuros. Enquanto Absalão tentava escolher qual era o sábio que tinha o melhor conselho, Davi buscou o bom conselho. Orou a Deus, e pediu que Ele interviesse na questão, e fizesse com que Absalão não seguisse o melhor conselho, pois isso implicaria na morte de Davi. E Deus o atendeu, como atende todos aqueles que dependem do conselho d’Ele para suas vidas. Em 1 Samuel 25:33, Davi agradeceu a Deus por ter enviado a ele Abigail, que o impediu de derramar sangue inocente, vingando com suas próprias mãos.

5. Quem discerne o bom conselho, não tem do que se preocupar. Davi confiava em Deus. Apesar de sua tristeza, ele submeteu-se à Vontade de Deus, ao dizer "faça de mim como melhor lhe parecer". Não buscou sábios, como fez Absalão, mas entendeu que o melhor para sua vida era o cumprimento do propósito de Deus naquele momento. E foi exatamente por ter passado por essa situação, em que teve que fugir de Absalão, que ele pôde escrever o 3º capítulo de Salmos, em que ressaltou a confiança que tinha em Deus.

6. Não há conselho melhor que o de Deus. O meio que Deus usou para livrar a vida de Davi foi permitindo que Absalão seguisse o conselho errado. Todos nós seguimos conselhos errados sempre que não damos ouvidos ao conselho de Deus, pois como somos homens, temos dificuldade de reconhecer os caminhos que são inadequados para nós (Provérbios 16:2). Não há ninguém que nos conheça tão bem, nem que saiba exatamente o que o futuro nos reserva quanto Deus. Por isso é que não encontraremos, em lugar algum, conselhos melhores que o d’Ele. Devemos entregar nossos caminhos a Deus, para sermos guiados pelo melhor conselho e Ele faça acontecer o melhor d’Ele em nossas vidas, como está escrito no livro de Salmos: “Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.”(Salmos 37:5)

Dizem que Deus trata com as pessoas de duas formas: pelo “amor” ou pela “dor”. Eu vejo isso de uma forma um pouco diferente. Existem pessoas que seguem a Deus e estão dispostas aceitar os conselhos e a Vontade de Deus para suas vidas. Outros querem andar pelas próprias pernas, não aceitam aquilo que Deus deseja delas, e por isso acabam pagando caro no futuro. Submeter-se à Deus é uma escolha, mas é inegável que os frutos colhidos por uma pessoa que segue as ordenanças de Deus para sua vida são muito melhores do que os que são colhidos por aquelas que querem seguir aquilo que acham que é certo. Com estes, Deus não trata senão pela forma dolorosa, através de dores, perdas e vergonhas.

O meu conselho é que você, que lê este texto, aprenda a conhecer a Vontade de Deus e aceitá-la, ainda que lhe seja exigido que tome decisões drásticas ou faça mudanças que você não planejava. A Bíblia nos ensina que é melhor obedecer do que sacrificar (1 Samuel 15:22) e, de fato, é melhor seguir os conselhos de Deus, do que acreditar na incerteza dos frutos de nossas próprias decisões. “Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança. ” (Provérbios 11:14) “Ouve o conselho, e recebe a correção, para que no fim sejas sábio. ” (Provérbios 19:20)

Todo aconselhamento digno de ser chamado cristão possui quatro características distintivas.

1. Aconselhamento centralizado em Cristo: Primeiramente, o aconselhamento cristão está consciente e abrangentemente centralizado em Cristo. O aconselhamento cristão atribui muito valor ao que Cristo é; ao que Ele fez por nós em sua vida, sua morte, sua ressurreição e seu envio do Espírito Santo; ao que Ele está fazendo por nós agora em sua intercessão, à direita do Pai, e ao que ainda fará por nós, no futuro. No aconselhamento cristão, o Cristo da Bíblia não é um acessório, um acréscimo com o qual podemos viver melhor. Pelo contrário, Ele está no centro, nos arredores e em todos os aspectos do aconselhamento. O aconselhamento centralizado em Cristo envolve o entendimento da natureza e das causas de nossas dificuldades humanas, bem como o entendimento das maneiras em que somos diferentes de Cristo em nossos valores, aspirações, desejos, pensamentos, escolhas, atitudes e reações. Resolver dificuldades relacionadas ao pecado inclui sermos pessoas redimidas e justificadas por Cristo, recebermos o perdão de Deus por meio de Cristo e obtermos dEle o poder que nos capacita a substituir padrões de vida pecaminosos e anticristãos por um modo de viver piedoso e semelhante ao de Cristo.

2. Aconselhamento centralizado na salvação: Um conselheiro cristão é um crente que expressa sua fé, de modo consciente e abrangente, em sua perspectiva a respeito da vida. O aconselhamento verdadeiramente cristão é realizado por indivíduos que experimentaram a obra regeneradora do Espírito Santo, que vieram a Cristo, através do arrependimento e da fé, que O reconheceram como Senhor e Salvador de suas vidas e que desejam viver em obediência a Ele; são pessoas cujo principal objetivo da vida é exaltar a Cristo e glorificar o nome dEle. Os conselheiros verdadeiramente cristãos são pessoas que creem no fato de que, se Deus não poupou seu próprio Filho (de ir à cruz e de morrer ali), mas O entregou (à cruz e à morte) por nós (em nosso favor e em nosso lugar, como nosso substituto), Ele nos dará graciosamente tudo que necessitamos para uma vida eficiente e produtiva (para nos transformar na própria imagem de seu Filho, na totalidade de nosso ser). O aconselhamento verdadeiramente cristão é realizado por aqueles cujas convicções teológicas influenciam, permeiam e controlam sua vida pessoal, bem como sua teoria e prática de aconselhamento.

3. Aconselhamento centralizado na Igreja: Outra característica distintiva do aconselhamento verdadeiramente cristão é que ele estará centralizado, de modo consciente e abrangente, na Igreja. As Escrituras deixam claro que a igreja local é o instrumento primário pelo qual Deus realiza sua obra no mundo. A igreja local é o instrumento designado por Ele para chamar o perdido a Si mesmo e o ambiente no qual Ele santifica e transforma seu povo na própria semelhança de Cristo. De acordo com as Escrituras, a Igreja é a casa de Deus, a coluna e o baluarte da verdade; é o instrumento que Ele utiliza para ajudar seu povo a despojar-se da velha maneira de viver (hábitos, estilo de vida, maneiras de pensar, sentimentos, escolhas e atitudes características da vida sem Cristo) e vestir-se do novo homem (uma nova maneira de viver com pensamentos, escolhas, sentimentos, atitudes, valores, reações, estilo de vida e hábitos semelhantes ao de Cristo (ver 1 Timóteo 3.15; Efésios 4.1-32).

4. Aconselhamento centralizado na Bíblia: Finalmente, o aconselhamento verdadeiramente cristão está fundamentado, de modo consciente e abrangente, na Bíblia, extraindo dela a sua compreensão a respeito de quem é o homem, da natureza de seus problemas, dos “porquês” destes problemas e de como resolvê-los. Em outras palavras, o conselheiro precisa estar comprometido, de modo consciente e envolvente, com a suficiência das Escrituras para resolver e compreender todas dificuldades não-físicas, relacionadas ao pecado, que afetam o próprio indivíduo e seu relacionamento com os outros. Muitos em nossos dias se declaram conselheiros cristãos, mas não afirmam a suficiência das Escrituras. Em vez disso, eles creem que precisamos de discernimento proveniente de teorias psicológicas e extra bíblicas para compreendermos e ajudarmos as pessoas, especialmente se elas têm problemas sérios.

Para tais conselheiros, a Bíblia possui autoridade apenas designadora (ou seja, como um instrumento que nomeia) e não funcional (atual, genuína e respeitada quanto à pratica) no aconselhamento. Estes conselheiros reconhecem que a Bíblia é a Palavra de Deus e, por isso, digna de respeito, mas, quando se refere a entender e resolver muitos dos problemas autênticos da vida, eles creem que a Bíblia possui valor limitado. Onde quer e por quem quer que seja realizado esse tipo de aconselhamento, somos convencidos de que, embora o conselheiro seja um crente, seu aconselhamento é sub-cristão, porque não está fundamentado, de modo consciente e abrangente, na Bíblia. Estas quatro características distintivas do aconselhamento não constituem assuntos que podemos deixar de lado. Também não são “uma tempestade num copo d’água”. Pelo contrário, elas são o âmago de qualquer aconselhamento digno do nome “cristão”. 


Um comentário:

  1. "Uma das etapas, mas difíceis em todo aconselhamento é o de exortar, corrigir e retificar. Porque envolve muita prudência, sabedoria e o bom uso de atos e palavras. E acima de tudo para nós cristãos requer amor em nossos corações (Atos 20: 31; I Coríntios 4:14). Mas também de igual valor a humildade e sabedoria da parte de quem ouve (Provérbios 18: 8; Provérbios 11:22). É de suma importância para um bom e eficaz aconselhamento." O aconselhamento é um instrumento de Deus.

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