UM CONSELHO SÁBIO (J.F.de ASSIS)
OS MIDIANITAS era um povo idólatra (Números 22.4-7; 25.1-6): Trata-se
de um povo descendente de Abraão e sua mulher Quetura (Gênesis 25.1-6). Os
midianitas tornaram-se idólatras e exerceram uma influência maléfica sobre
Israel. Associaram-se aos moabitas e aos amalequitas com o propósito de
destruir Israel. Foi uma raça trabalhadora, rica e dominante no comércio (Números
31; Juízes\ 8; Isaías 60.6). Afirmam os estudiosos serem os midianitas os
primeiros que domesticaram e usaram camelos.
Estranho às alianças: Embora os midianitas tivessem direito às
promessas feitas a Abraão, valeram-se do livre arbítrio e tomaram caminhos que
desagradaram a Deus. Assim, ficaram alienados das alianças divinas. Quando uma
pessoa ou um povo rejeita a bênção de Deus, suas ações tornam-se impiedosas.
Foi o que aconteceu com os midianitas. Durante sete anos oprimiram a Israel com
tal crueldade, que muitos hebreus se refugiaram em cavernas (Juízes 6.1,2). O
jovem Gideão livrou Israel de um desses períodos de opressão (Juízes 6.7,8,35).
Alcançados pela misericórdia de Deus (Deuteronômio 7.9; II Coríntios
1.3): Embora sendo um povo desviado dos caminhos de Deus, Moisés, que
durante quarenta anos esteve em Midiã como pastor de ovelhas, teria instruído
aquele povo no conhecimento de Jeová. Logo, conhecendo o verdadeiro Deus, Jetro
prestou culto a Jeová, oferecendo sacrifício ao Senhor, pois o Deus que ele
seria era o mesmo de Moisés (Êxodo 18.10-13). Assim sendo, ao pior pecador,
Deus tem providenciado um eficiente meio de salvá-lo, por Sua infinita
misericórdia (Tito 2.11).
JETRO, O SACERDOTE ESTRANGEIRO
Alcançado pela misericórdia de Deus, Jetro é mencionado nas Escrituras
como o sacerdote de Midiã (Êxodo 2.16; 3.1). Jetro tinha conhecimento de Deus
(Êxodo 18.10-13): Nas suas palavras, nestes versículos, demonstrou júbilo
por tudo que Jeová tinha feito, e, por isso ofereceu-lhe sacrifícios na
presença de todos os anciãos de Israel. Foi um genuíno culto, pois até os
mínimos detalhes não foram esquecidos. Era um reconhecimento por muitas bênçãos
alcançadas (Salmos 116.12-14). Será que o leitor tem procedido de modo
semelhante. Servia a Deus com suas limitações: Jetro não possuía os mesmos
conhecimentos que o seu genro Moisés a respeito de Deus, conforme indicam os
textos (Êxodo 23.20,23; 32.9-24; 33.11-17). Mesmo assim, foi responsável
por um grande culto a Jeová (Êxodo 18.10-13). Graças a Deus que temos a
poderosa ajuda do Espírito Santo, que nos esclarece quanto ao verdadeiro culto
racional. Quanta negligência e irreverência encontramos em muitos que dizem
cultuar ao Deus vivo e verdadeiro (Romanos 12.1; Salmos 100.2,3). Quantos saem
de um culto, onde se oferecem louvores ao Senhor, pior do que quando entraram
no santuário. Se este for o teu caso prezado leitor, corrigi-te imediatamente.
Pare de murmurar, Deus não se agrada disso.
JETRO, O SOGRO DE MOISÉS
Moisés, ao fugir do Egito (Êxodo 2.11-15), foi abrigar-se em Midiã,
parando à beira de um poço. Sete filhas de Jetro vieram tirar água para os
rebanhos de seu pai. Vindo os pastores, expulsaram-nas. Moisés interveio a
favor delas, dando de beber ao rebanho. Jetro, assombrado com o rápido regresso
de suas filhas, ficou inteirado da oportuna intervenção do egípcio. Em gratidão
ofereceu sua hospitalidade a Moisés. A permanência na casa de Jetro, conduziu
Moisés ao matrimônio com Zípora, uma de suas filhas. Doutrinado por Moisés: Jetro
descendente de Abraão (Gênesis 25.1-4), ainda não era monoteísta. Sua
declaração: “Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses...” (Êxodo
18.11), significa que ele agora reconhecia Jeová como o único e verdadeiro
Deus. Se Moisés não tivesse fugido do Egito, seguindo para Midiã, é bem
provável que Jetro jamais viesse a ser conhecido fora daquela parte do país.
Todavia orientado pelo genro tornou-se parte da História Sagrada.
Influenciado pelo testemunho de Moisés: O bom testemunho de Moisés
muito contribuiu para influenciar o seu sogro. Diz a Bíblia que Moisés era
conhecido como o homem mais manso da terra (Nm 12.3; At 7.22), um notável
elogio a quem possuía tanta autoridade. Sua mansidão, seu caráter e zelo pelas
coisas divinas, sua vida de santidade, influenciaram a seu sogro Jetro. O
Espírito Santo inspirou os escritores do Novo Testamento a escreverem o nome de
Moisés noventa e nove vezes. O apóstolo Paulo, em uma de suas epístolas, diz
que somos cartas abertas para o mundo (2 Co 3.3).
Que o nosso testemunho possa levar muitas vidas à Cristo e outras a se
dedicarem no santo Trabalho do Senhor (Atos 10.22). Servindo a Deus com Moisés: Durante
quarenta anos Moisés habitou em Midiã como pastor (Atos 7.30). Cremos que
durante esses anos, repartiu com o seu sogro os seus conhecimentos sobre Deus.
Ao final dos quarenta anos, Deus o chamou no meio da sarça ardente, para
libertar os hebreus da escravidão dos egípcios, obtendo a aprovação de Jetro
(Êxodo 4.18-20).
JETRO, O SÁBIO CONSELHEIRO: O que é um conselho: A palavra conselho é de origem latina
consiliu, que significa parecer, opinião sobre o que convém fazer. A oportunidade
do conselho (Êxodo 18.13-16): Jetro viu que Moisés gastava o dia todo no
atendimento ao povo, que era de aproximadamente de um milhão e meio de almas.
Atender a essa gente toda era trabalho maior que a resistência de um homem.
Muitos obreiros nos nossos dias estão trazendo para si compromissos que se
acumulam de tal modo, tornando inviável a sua execução e causando prejuízos à
causa de Cristo.
A intenção pode ser a melhor possível, mas não devemos esquecer que
somos humanos, sujeitos ao cansaço físico e mental. Vide o exemplo de Jesus e
de Epafrodito (Marcos 6.31; Filipenses 2.25-30). Não é pecado descansar.
Quantos, que por negligenciarem o descanso do seu corpo e os cuidados com sua
saúde, têm tido um ministério reduzido. A exposição do conselho (Êxodo
18.19-24): Após analisar o desempenho da atividade de Moisés, disse-lhe:
“Não é bom o que fazes” (Êxodo 18.17). Iniciou, então, pela sua experiência,
apresentando ao seu genro um plano administrativo, onde Moisés deveria
apresentar a Deus os problemas nacionais e de ordem geral, a fim de evitar o
seu desgaste, pois as questões particulares, as divergências pessoais não
deviam ocupar o tempo que ele devia dedicar a assuntos de maior importância (v
19). Em seguida sugeriu-lhe três medidas importantíssimas: 1) Ensinar o povo os
“estatutos e as leis”.
O povo deveria aprender as leis para que pudesse observá-las. Quantas
dificuldades encontramos hoje, no sentido de desenvolver um bom programa nas
nossas igrejas por falta de pessoas que conheçam a Palavra de Deus (Sl
119.7,26,27,55,56,111,112). 2) O líder tem que ser o exemplo para os liderados.
Tem de estar pronto a mostrar com o seu exemplo “o caminho que devem andar e a
obra que devem fazer” (v 20). Vide o ensino de Paulo (I Timóteo 4.12; Tito
2.7). 3)
A liderança consiste na distribuição de responsabilidades e na
designação de tarefas (v 21). Moisés, como líder, tinha a responsabilidade de
descobrir homens com as seguintes qualidades com os quais dividiria as tarefas:
a) ”homens capazes”; b) “homens tementes a Deus”; c) ”Homens comprometidos com
a verdade”; d) Homens que aborrecem a avareza”. As exigências continuam as
mesmas para escolha dos companheiros que ajudarão os nossos líderes (At 6.1-4;
II Timóteo 2.2). Quantos nos dias atuais estão procurando posição e vantagens,
sem possuir as qualidades acima mencionadas. A eficácia do conselho (Êxodo
18.23): Que sabedoria! Que prudência! Humildemente pede ao genro que
submetesse todo o plano para apreciação e aprovação de Deus. Era um
reconhecimento que muito acima de suas experiências estavam os propósitos e
vontade de Deus. Não se considerou autossuficiente. Que belo exemplo para nós,
que temos responsabilidade na Igreja de Deus (Provérbios 26.12; I Coríntios
1.31; II Coríntios 10.17,18).
O conselho do sacerdote
Jetro ao seu genro Moisés. Êxodo 18:13-24: No dia seguinte assentou-se Moisés
para julgar o povo; e o povo estava em pé junto de Moisés desde a manhã até a
tarde. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo; perguntou: Que
é isto que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, permanecendo todo o povo
junto de ti desde a manhã até a tarde? Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o
povo vem a mim para consultar a Deus. Quando eles têm alguma questão, vêm a
mim; e eu julgo entre um e o outro e lhes declaro os estatutos de Deus e as
suas leis.
O sogro de Moisés,
porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes. Certamente desfalecerás, assim como
tu, como este povo que está contigo; sê tu pelo povo diante de Deus, e levas tu
as causas a Deus; Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus
contigo: porque isto te é pesado demais; tu só não o podes fazer. Ensinar-lhes-ás
os estatutos e as leis, e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra
que devem fazer. Além disto, procurarás dentro o povo homens de capacidade,
tementes a Deus, homens verazes, que aborreçam a avareza, e o porás sobre eles
por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta, e chefes de dez; E
julguem eles o povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda a causa grave, mas
toda a causa pequena eles mesmo a julguem; assim mesmo te aliviarás da carga, e
eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus te mandar, poderás então
subsistir; assim também todo este povo irá em paz para o seu lugar. E Moisés
deu ouvido à voz do seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera; (Êxodo 18:13-24)
Entre várias coisas que
nos fazem iguais a povos de todos os lugares da Terra e das mais variadas
culturas, línguas, crenças, economias, etc. E ainda nos iguala a povos antigos
e as gerações futuras... É a
dependência humana do nosso próximo!
De uma pequena pergunta como: “- Que horas são?” Até importantes questões que abrangem
destinos, vidas de nações e de todo o mundo. Há necessidade de falarmos e mais
ainda, ouvirmos uns aos outros.
O aconselhamento é uma
característica, função e necessidade do ser humano. Podemos afirmar que o
aconselhamento contém três elementos básicos: O (a) aconselhado; O (a) conselheiro (a); O problema, circunstância, o motivo, o
contexto que os envolve, etc.
Todo aconselhamento
eficaz depende de uma boa inter-relação destes três. Ou seja, é necessário que
os dois primeiros elementos estejam compartilhando ou à par da situação. Que
após a explanação ou identificação do problema o aconselhado esteja pronto para
ouvir e pôr em prática o conselho, e que o conselheiro o explicará sempre se
baseando de um fato real e/ou de uma verdade. Esse tipo de
aconselhamento trará sempre benefícios a todos os envolvidos.
A verdade para nós
cristãos e tementes a Deus é sem dúvida as Sagradas Escrituras, e ainda que não
haja aceitação não deixará de ser A Verdade e influenciar a humanidade. É pela
Bíblia que diferenciamos o mal e o bom conselho. E um dos nomes do Nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo é Conselheiro.
(Isaías 9:6) Para começarmos a analisar o conselho de Jetro a Moisés,
devemos saber o suficiente a respeito dos dois e do contexto em que estavam:
QUEM ERA JETRO E QUEM ERA MOISÉS?
Jetro em Hebreu significa: “excelência”, era sacerdote e líder da tribo dos Midianitas
conhecida como Kenitas, que viviam no deserto do Sinai. Da descendência de
Midiã filho de Abrãao com sua esposa Quetura após a morte de Sara (Gênesis 25:
2). O qual foi separado de Isaque com presentes (recursos) para manter-se e
criar seu rebanho na terra que recebeu o seu nome. Pai de pastoras (Êxodo 2:16)
uma delas Zípora esposa de Moisés (Êxodo 18: 2), avô dos dois filhos de Moisés
(Êxodo 18: 3-4).
Moisés, que em Hebreu significa: ”Tirado para fora”, foi o grande
líder e legislador do povo Hebreu. Nascido no Egito de pai e mãe hebreus da
tribo de Levi. Foi escondido por sua mãe até o terceiro mês de nascido, pois
Faraó ordenara que fossem mortos todos os primogênitos homens do povo de
Israel. Depois colocado em um cesto de juncos em forma de baú, flutuando pelo
rio até o lugar onde a filha de Faraó se banhava. Depois voltou a ser criado
por sua mãe natural até ser menino já grande. Passando os seus cuidados à filha
de Faraó, sua mãe adotiva, a qual chamou- o Moisés por ter sido tirado das
águas (Êxodo 2: 1-10).
Na sua fase adulta, já instruído
na escrita e ciências dos egípcios, foi ter com o seu povo. Deparando-se com a
vida de escravidão e sofrimento que passava o povo hebreu. Viu como um egípcio
feria um hebreu, foi ao encontro, o matou e o escondeu. Após esse fato,
percebeu que o crime já havia sido descoberto e que Faraó o procurava para
matá-lo; foge e vai ao deserto às terras de Midiã. Aonde casa-se e permanece
por 40 anos. Onde também o Deus de seus pais, Abraão, Isaque e Jacó, O grande
EU SOU; aparece-lhe e revela que seria o líder e o instrumento de Deus para
livrar o seu povo do Egito. E manda regressar a Faraó para lhe ordenar a
libertação do povo de Israel (Êxodo 2: 11-22; 3: 1-22).
Moisés e seu sogro se
encontraram no deserto junto ao monte Sinai (o monte de Deus, Êx odo18: 5).
Moisés após ter levado em frente o propósito de Deus para sua vida e do seu
povo Israel, depois de ter vencido pela insistência e pelo poder de Deus a
Faraó e todo Egito a não querer libertar Israel, através das pragas que houve
(Êxodo 7 ao 12). Depois da maravilhosa e tremenda salvação que Deus realizou
abrindo o Mar Vermelho e o seu povo à pés enxutos fez passar (Êxodo 14:15-26);
A morte dos seus inimigos (Êxodo 14: 27-31); De ter experimentado a providência
divina através das águas amargas que se tornaram doces (Êxodo 15:23-27); Do
alimento que desceu dos céus (Êxodo 16:1-36); Da vitória contra Maleque e seu
exército em Refidim (Êx17: 8-16). No terceiro mês da saída dos filhos de Israel
(Êxodo 19: 1-2). Ele acampou-se no deserto do Sinai com todo o Israel.
Jetro sacerdote de
Midiã após ter ouvido todas as coisas que o Senhor realizou ao seu povo tomou
sua filha Zípora e seus netos Gerson e Eliezer, que haviam sidos enviados aos
seus cuidados por Moisés; e veio ao encontro do seu genro (Êxodo 18:1-5).
Depois de um caloroso e alegre reencontro, Jetro ouviu de Moisés todas as boas
e maravilhosas notícias das que Deus realizara.
O qual como sacerdote adorou ao Senhor com holocaustos e sacrifícios,
pelo qual Moisés convidou a Arão e a todos anciões de Israel a comerem pão com
seu sogro diante de Deus (Êxodo 18:7-12). No dia seguinte, começa a
surgir o conselho de Jetro após o mesmo ter visto a maneira que Moisés julgava
o povo:
Depois
de uma noite de celebração e adoração (v.12), amanheceu no acampamento e com
isso os trabalhos do dia-a-dia. Moisés como líder político e religioso estava
na incumbência de cuidar dos problemas sócio-político e espirituais de Israel.
Além de ser o porta-voz de Deus ao seu povo era também intermediador de Israel
e o Senhor Jeová. Por isso cremos que os trabalhos começavam antes do sol raiar
com a busca de Moisés à presença de Deus e logo com os primeiros raios do sol, os
primeiros a consultarem a Deus por intermédio de Moisés (v.15). Haja vista que
o povo que saiu do Egito havia se multiplicado grandemente lá (Êxodo 1:
7-12).
Devido a esse fato as
audiências se estendiam até o pôr- do- sol (v.13). Cansando aos que esperavam e
também ao próprio Moisés. Observando este procedimento, pôde Jetro fazer as
perguntas do versículo 14. Também já subentendendo suas razões e motivos que
seu genro lhe declara nos versos 15 e 16, pois Jetro era líder espiritual em
sua terra. Dessa maneira notamos que este conselho começou de uma boa
observação da parte de alguém que não era leigo no assunto, e que já gozava de
um bom tempo de experiência. Uma das etapas, mas difíceis em todo
aconselhamento é o de exortar, corrigir e retificar. Porque envolve muita
prudência, sabedoria e o bom uso de atos e palavras. E acima de tudo para nós
cristãos requer amor em nossos corações (Atos 20: 31; I Coríntios 4:14). Mas
também de igual valor a humildade e sabedoria da parte de quem ouve (Provérbios
18: 8; Provérbios 11:22). É de suma importância para um bom e eficaz
aconselhamento.
Notemos que a
liderança, experiência tão elevados dadas por Deus a Moisés não o tornaram
soberbo ao ponto de não ouvir ao seu sogro e sacerdote de Midiã. Houve atenção
e respeito para receber o conselho de Jetro, começando pelo motivo que o levou
a rejeitar a forma de trabalhar adotada pelo genro. Com os avanços
da tecnologia nesse mundo moderno que vivemos fazem com que as pessoas se
isolem e já não tenham tempo de ouvir e falar umas às outras. As conversas nas
esquinas das ruas ou praças são cada vez diminuídas pela conversa virtual na
Internet e/ou violência. O amor nos corações se esfria. E muitos vão aos
psiquiatras, psicólogos, videntes, “mães- de-santo”, etc. Pagando verdadeiras
fortunas por um bom conselho.
Nenhum conselho será
dito como bom se não fizer com que haja uma eliminação do erro ou causa, para
prevalecer o correto e verdadeiro. Se não beneficiar com a solução do problema
e/ou aperfeiçoamento, satisfação do aconselhado. Ainda que com dor, renuncia,
mudança, etc.
Por exemplo: Uma
prescrição médica para a cura de uma doença que exige injeção ou cirurgia pode
não ser agradável, mas é melhor que continuar doente! Por essa razão e
pela graça de Deus ainda existem homens que se respaldam não em filosofias
humanistas passíveis ao erro, mas na Palavra do Deus Vivo (Mateus 24: 35), a
Bíblia Sagrada. Trazendo conselhos que são bons, corrigem aperfeiçoam para o
viver e conviver aqui nesta Terra como na Eternidade. Pessoas que podem e tem
autoridade para dizer após seus conselhos que “Deus será contigo”.
Por outro lado, também
o Deus Trino e Uno que respalda o conselho segundo seus padrões também adverte a respeito dos
falsos mestres e profetas que enganam a muitos (Mateus 24:11). Dessa forma para
todos os filhos de Deus e os que serão mediante o sacrifício de Cristo,
prossegue o conselho do profeta Oséias: “- Conheçamos e prossigamos a conhecer
o Senhor...”.
E a oração e a leitura
bíblica como hábito já é um bom começo. Sem poder recorrer a Palavra escrita de Deus, Moisés sabia
disso e por isso pôde avaliar o conselho do seu sogro e acatá-lo como de Deus. Ele viu que teve um bom
começo, confirmando algo que Deus já incumbira a fazer, não desfazendo ou
desmentindo o propósito e a palavra
falada de Deus desde o seu chamado. Pois “Deus não é homem para que minta, nem filho
do homem para se arrepender. ” (Números 23:19a).
Nós, povo brasileiro,
temos a mania de valorizar o que é dos outros e menosprezar o que é nosso. O
que nos faz parar nesta frase é que o sacerdote Jetro poderia usar do seu
prestígio e indicar alguém do seu povo ou até mesmo se “escalar para o
serviço”, importando a mão-de-obra dos midianitas. Mas não, antes ele ressaltou
“procura dentre todo o povo”. Ensinando e lembrando-nos
da importância de valorizarmos a “prata da casa”. Por outro lado, deveriam ser
tirados dentre todas as tribos de Israel para evitar
descriminação e os problemas que poderiam acarretar.
O nome Jetro significa ‘superioridade'. Olhando pelo aspecto
de liderança, ele possuía uma visão superior - estava numa posição de maior
visibilidade. Jetro, sacerdote de Midiã (Êxodo 18.1), é o pai da
descentralização administrativa. Ele observou como Moisés concentrava a sua
liderança. "No dia seguinte,
assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés
desde a manhã até ao pôr do sol. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele
fazia ao povo, disse: Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas só, e
todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até ao pôr do sol? Respondeu
Moisés ao seu sogro: Porque o povo me vem a mim para consultar a Deus; quando
alguma questão, vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare
os estatutos de Deus e as suas leis. O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é
bom o que fazes"(Êxodo 18.13-17)
Ele percebeu Moisés pesado, atordoado e tenso diante de tanta gente para julgar. Como líderes, temos a tendência de concentrar e controlar as coisas. Somos, muitas vezes, egocêntricos e não damos oportunidade a outros para crescerem emocional e espiritualmente. A relação entre Moisés e Jetro era uma relação além de genro e sogro. Era uma relação orientada por Deus para o bem de Moisés e o povo da promessa, o povo chamado. O Senhor sempre usa pessoas das mais diversas matizes para cumprir o Seu propósito. Os princípios administrativos de Jetro continuam até hoje. Moisés entendeu o conselho e o colocou em prática.
Jetro era um homem que temia Yaweh. Conhecia o caráter de Moisés. Ele se
colocou numa posição de ajuda. Foi um consultor competente. Estava atento às
coisas que aconteciam à sua volta. Era detentor de um olhar clinico. Sensível
às necessidades do outro. Simpático e empático estava comprometido com a
excelência do líder. Via a liderança como multiplicadora de líderes. Ele
entendia de gestão. Suas qualidades eram bem definidas. Homem firme em suas
convicções, personalidade madura e uma capacidade de entender as dificuldades
do próximo. Disponível para servir. Um homem proativo, isto é, de iniciativa.
Moisés, por outro lado, estava absorto no atendimento ao povo. Ele não
estava vendo além do povo que liderava. O foco do líder cristão deve ser sempre
o Senhor. Não podemos tirar os olhos dEle porque fracassaremos. Somos chamados
à liderança responsável que é caracterizada pelo treinamento e acompanhamento
daqueles que lideramos. Jetro é o nosso modelo de servo que serve com amor
àqueles que estão em dificuldade. Ele entendia o que é levar a carga do outro.
Paulo nos faz caminhar nesta posição (Gálatas 6.2). O líder preciso treinar
outros a partir da dependência do Senhor e de um caráter íntegro. Ele amadurece
quando treina outros. Jesus é a ponte entre Jetro e nós. Ele escolheu
doze homens, treinou-os e deu-lhes uma missão (Mateus 28.18-20). Ele era o Servo-Sofredor que veio para servir e
dar a Sua vida por nós (Mateus 20.28). O líder cristão autêntico tem as
características de Moisés, Jetro e Jesus. Moisés
porque era um homem trabalhador e obedeceu, colocando os ensinos de Jetro em
pratica; Jetro porque entrou para ajudar no momento certo e Jesus porque veio
para servir.
Na verdade, a síntese dos três é o serviço abnegado.
Como líderes, devemos estar sempre dispostos a ouvir conselhos dos mais experientes. Trabalharmos com espírito de servo. Submeter-nos àquele que pode todas as coisas. Moisés estava trabalhando errado, mas Deus levantou Jetro para fazê-lo trabalhar certo. Podemos errar, mas não devemos permanecer no erro. Certamente aprendemos com os erros durante a nossa caminhada com o Senhor. Os erros revelam a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, nos leva à dependência do Pai. Jetro é um exemplo para todos nós - exemplo de amor, sensibilidade, disposição para servir e proatividade. Sejamos assim para a Glória do Pai
Como líderes, devemos estar sempre dispostos a ouvir conselhos dos mais experientes. Trabalharmos com espírito de servo. Submeter-nos àquele que pode todas as coisas. Moisés estava trabalhando errado, mas Deus levantou Jetro para fazê-lo trabalhar certo. Podemos errar, mas não devemos permanecer no erro. Certamente aprendemos com os erros durante a nossa caminhada com o Senhor. Os erros revelam a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, nos leva à dependência do Pai. Jetro é um exemplo para todos nós - exemplo de amor, sensibilidade, disposição para servir e proatividade. Sejamos assim para a Glória do Pai
O homem não dá o valor
que merecem os conselhos. Popularmente se diz que “se conselho fosse bom não
eram dados, mas vendidos”. Mas se o homem não valoriza muito os conselhos de
outras pessoas, Deus recomenda que muitas vezes devíamos dar ouvidos ao que os
outros tem a dizer. Se Deus não desse tanto valor à importância
dos conselhos, certamente não teria inspirado o homem para que escrevesse
livros como Provérbios e Eclesiastes, formados quase que exclusivamente por
conselhos e recomendações, nem tampouco teria feito com que o homem os
colocasse na Sua Palavra.
Por isso que precisamos
tanto da comunhão da igreja e do discipulado. Andando junto aos irmãos e
compartilhando nossos problemas com eles, saberemos o que o outro pensa de
nossos problemas, e o que ele vê de positivo ou negativo neles. Geralmente o
outro, que está fora da nossa realidade, vê nos nossos problemas, aspectos que
não percebemos, pois temos tendência de ser cegos quando nossos sentimentos e
emoções são afetados.
1. Devemos seguir o
conselho correto. Absalão não seguiu o
conselho correto. Apesar de Husai ser um homem sábio, ele não era um profeta de
Deus. Por isso, por mais sábio que possa parecer um homem, não podemos sempre
guiar nossa conduta pelo que ele fala se ele não for um profeta de Deus. O
conselho correto geralmente vem sempre das mesmas pessoas. Pessoas que tem
autoridade sobre nossas vidas e nos conhece, geralmente são as mais
qualificadas para nos dar conselhos.
Nossos pastores e
líderes na igreja e nossos pais (principalmente se forem cristãos) são bons
exemplos. O problema é que muitas vezes ouvimos conselhos diferentes, cada um
nos recomendando coisas opostas ao outro. Existem situações que são de difícil
resolução, que dependem muitas vezes de oração, para se ter revelação da
Vontade de Deus. Mas outras são resolvidas facilmente, bastando olhar a Bíblia.
A Palavra de Deus nos recomenda, por exemplo, que não devemos andar sob o
conselho de ímpios (Salmos 1:1; Provérbios 12:5). Se um
ímpio nos diz para fazer algo, e as pessoas que nos acompanham na igreja
recomendam algo diferente, quase sempre o melhor conselho vem da igreja.
Além dos que estão na
igreja, pessoas próximas de nós podem ser usadas por Deus para nos dar um bom
conselho. E geralmente essas pessoas são mais velhas, têm maior experiência de
vida (às vezes até passaram por problemas semelhantes), e por isso podem nos
aconselhar sabiamente. O próprio Moisés se deparou com uma situação de dúvida e
acertou ao seguir o conselho de seu sogro (Êxodo 18:24).
Mas o erro de Absalão é
cometido por muitos de nós. Muitas vezes seguimos o conselho que mais nos
agrada ou que coloca nosso ego
em evidência. A Bíblia nos
diz que mesmo o caminho do insensato parece ser bom aos seus próprios olhos (Provérbios 12:15). Por
isso, seguir o conselho que mais nos agrada nem sempre pode ser a melhor opção.
É em situações como essas em que mais nos sentimos independentes para tomar
decisões sozinhos. Contudo, mesmo que a boa escolha pareça lógica, precisamos
de conselhos de pessoas usadas por Deus sempre que nos depararmos com escolhas
que influenciarão significativamente o nosso futuro, para que não corramos o
risco de sermos levados por nossas duvidosas impressões pessoais.
Dizem que Deus trata
com as pessoas de duas formas: pelo “amor” ou pela “dor”. Eu vejo isso de uma
forma um pouco diferente. Existem pessoas que seguem a Deus e estão dispostas
aceitar os conselhos e a Vontade de Deus para suas vidas. Outros querem andar
pelas próprias pernas, não aceitam aquilo que Deus deseja delas, e por isso
acabam pagando caro no futuro. Submeter-se à Deus é uma escolha, mas é inegável
que os frutos colhidos por uma pessoa que segue as ordenanças de Deus para sua
vida são muito melhores do que os que são colhidos por aquelas que querem
seguir aquilo que acham que é certo. Com estes, Deus não trata senão pela forma
dolorosa, através de dores, perdas e vergonhas.
Todo aconselhamento digno de ser chamado cristão possui quatro
características distintivas.
1. Aconselhamento centralizado em Cristo: Primeiramente, o aconselhamento cristão está consciente e
abrangentemente centralizado em Cristo. O aconselhamento cristão atribui muito
valor ao que Cristo é; ao que Ele fez por nós em sua vida, sua morte, sua
ressurreição e seu envio do Espírito Santo; ao que Ele está fazendo por nós
agora em sua intercessão, à direita do Pai, e ao que ainda fará por nós, no
futuro. No aconselhamento cristão, o Cristo da Bíblia não é um acessório, um
acréscimo com o qual podemos viver melhor. Pelo contrário, Ele está no centro,
nos arredores e em todos os aspectos do aconselhamento. O aconselhamento
centralizado em Cristo envolve o entendimento da natureza e das causas de
nossas dificuldades humanas, bem como o entendimento das maneiras em que somos
diferentes de Cristo em nossos valores, aspirações, desejos, pensamentos,
escolhas, atitudes e reações. Resolver dificuldades relacionadas ao pecado
inclui sermos pessoas redimidas e justificadas por Cristo, recebermos o perdão
de Deus por meio de Cristo e obtermos dEle o poder que nos capacita a
substituir padrões de vida pecaminosos e anticristãos por um modo de viver
piedoso e semelhante ao de Cristo.
2. Aconselhamento centralizado na salvação: Um conselheiro cristão é um crente que expressa sua fé, de modo
consciente e abrangente, em sua perspectiva a respeito da vida. O
aconselhamento verdadeiramente cristão é realizado por indivíduos que
experimentaram a obra regeneradora do Espírito Santo, que vieram a Cristo,
através do arrependimento e da fé, que O reconheceram como Senhor e Salvador de
suas vidas e que desejam viver em obediência a Ele; são pessoas cujo principal
objetivo da vida é exaltar a Cristo e glorificar o nome dEle. Os conselheiros verdadeiramente
cristãos são pessoas que creem no fato de que, se Deus não poupou seu próprio
Filho (de ir à cruz e de morrer ali), mas O entregou (à cruz e à morte) por nós
(em nosso favor e em nosso lugar, como nosso substituto), Ele nos dará
graciosamente tudo que necessitamos para uma vida eficiente e produtiva (para
nos transformar na própria imagem de seu Filho, na totalidade de nosso ser). O
aconselhamento verdadeiramente cristão é realizado por aqueles cujas convicções
teológicas influenciam, permeiam e controlam sua vida pessoal, bem como sua
teoria e prática de aconselhamento.
3. Aconselhamento centralizado na Igreja: Outra característica distintiva do aconselhamento verdadeiramente
cristão é que ele estará centralizado, de modo consciente e abrangente, na
Igreja. As Escrituras deixam claro que a igreja local é o instrumento primário
pelo qual Deus realiza sua obra no mundo. A igreja local é o instrumento
designado por Ele para chamar o perdido a Si mesmo e o ambiente no qual Ele
santifica e transforma seu povo na própria semelhança de Cristo. De acordo com
as Escrituras, a Igreja é a casa de Deus, a coluna e o baluarte da verdade; é o
instrumento que Ele utiliza para ajudar seu povo a despojar-se da velha maneira
de viver (hábitos, estilo de vida, maneiras de pensar, sentimentos, escolhas e
atitudes características da vida sem Cristo) e vestir-se do novo homem (uma nova
maneira de viver com pensamentos, escolhas, sentimentos, atitudes, valores,
reações, estilo de vida e hábitos semelhantes ao de Cristo (ver 1 Timóteo 3.15;
Efésios 4.1-32).
4. Aconselhamento centralizado na Bíblia: Finalmente, o aconselhamento verdadeiramente cristão está
fundamentado, de modo consciente e abrangente, na Bíblia, extraindo dela a sua
compreensão a respeito de quem é o homem, da natureza de seus problemas, dos
“porquês” destes problemas e de como resolvê-los. Em outras palavras, o
conselheiro precisa estar comprometido, de modo consciente e envolvente, com a
suficiência das Escrituras para resolver e compreender todas dificuldades
não-físicas, relacionadas ao pecado, que afetam o próprio indivíduo e seu
relacionamento com os outros. Muitos em nossos dias se declaram conselheiros
cristãos, mas não afirmam a suficiência das Escrituras. Em vez disso, eles creem
que precisamos de discernimento proveniente de teorias psicológicas e extra
bíblicas para compreendermos e ajudarmos as pessoas, especialmente se elas têm
problemas sérios.
Para tais conselheiros, a Bíblia possui autoridade apenas designadora
(ou seja, como um instrumento que nomeia) e não funcional (atual, genuína e
respeitada quanto à pratica) no aconselhamento. Estes conselheiros reconhecem
que a Bíblia é a Palavra de Deus e, por isso, digna de respeito, mas, quando se
refere a entender e resolver muitos dos problemas autênticos da vida, eles creem
que a Bíblia possui valor limitado. Onde quer e por quem quer que seja
realizado esse tipo de aconselhamento, somos convencidos de que, embora o
conselheiro seja um crente, seu aconselhamento é sub-cristão, porque não está
fundamentado, de modo consciente e abrangente, na Bíblia. Estas quatro
características distintivas do aconselhamento não constituem assuntos que
podemos deixar de lado. Também não são “uma tempestade num copo d’água”. Pelo
contrário, elas são o âmago de qualquer aconselhamento digno do nome “cristão”.
"Uma das etapas, mas difíceis em todo aconselhamento é o de exortar, corrigir e retificar. Porque envolve muita prudência, sabedoria e o bom uso de atos e palavras. E acima de tudo para nós cristãos requer amor em nossos corações (Atos 20: 31; I Coríntios 4:14). Mas também de igual valor a humildade e sabedoria da parte de quem ouve (Provérbios 18: 8; Provérbios 11:22). É de suma importância para um bom e eficaz aconselhamento." O aconselhamento é um instrumento de Deus.
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