sexta-feira, 7 de outubro de 2016

VASO TAÇA DE PÓ DE MÁRMORE E DRACENA RUBRA


VASO COM AMOR-PERFEITO


BRUGMANSIA ROSA


JARDIM COM LUMINÁRIAS


FONTE USANDO PNEU VELHO


TÉCNICA KINTSUGI DE RESTAURAÇÃO





RESTAURANDO VIDAS (J.F.de ASSIS)



A palavra restauro é, etimologicamente, uma derivação de restaurar; por sua vez, o verbo restaurar vem do Latim restaurāre. Restauro é ato ou efeito de restaurar; restauração; trabalho de recuperação de obras de arte, construções, etc., danificadas ou desgastadas; e reparação; conserto.

conservação e restauro de obras de arte é uma atividade que tem por objeto a reparação ou atuação preventiva de qualquer obra que, devido a sua antiguidade ou estado de conservação, seja necessária uma intervenção para preservar sua integridade física, assim como seu valor artístico, respeitando ao máximo a essência original da obra. Na opinião de Cesare Brandi, "o restauro deve se dirigir ao reestabelecimento da unidade potencial da obra de arte, sempre que isso seja possível sem cometer uma falsificação artística ou uma falsificação histórica, e sem apagar pegada alguma do transcurso da obra de arte através do tempo.

Na arquitetura, o restauro é apenas do tipo funcional, para preservar a estrutura e unidade do edifício, ou reparar rachaduras ou pequenos defeitos que podem surgir nos materiais. Até o século XVIII, os restauros arquitetônicos só preservavam as obras de culto religioso, dado seu caráterlitúrgico e simbólico, reconstruindo outro tipo de edifício sem respeitar sequer o estilo original. Por fim, desde o auge da arqueologia ao final do século XVIII, especialmente com as escavações dePompeia e Herculano, se tendeu a preservar a medida do possível qualquer estrutura do passado, sempre e quando tivesse um valor artístico e cultural.

Ainda assim, no século XIX os ideais românticos levaram a buscar a pureza estilística do edifício, e a moda do historicismolevou a planejamentos como os de Viollet-le-Duc, defensor da intervenção em monumentos com base em um certo ideal estilístico. Na atualidade, se tende a preservar ao máximo a integridade dos edifícios históricos.

Na área da pintura, tem evoluído desde uma primeira perspectiva de tentar recuperar a legibilidade da imagem, acrescentando se fosse necessário partes perdidas da obra, a respeitar a integridade tanto física como estética da obra de arte, fazendo as intervenções necessárias para suas conservação sem que se produza uma transformação radical da obra. A restauração pictórica adquiriu um crescente impulso a partir do século XVII, devido ao mal estado de conservação de pinturas a fresco, técnica bastante corrente naIdade Média e no Renascimento.

Do mesmo modo, o aumento do mercado de antiguidades proporcionou a restauração de obras antigas caras a sua posterior comercialização. Por último, a escultura tem sido uma evolução paralela: desde a reconstrução de obras antigas, geralmente em relação a membros mutilados (como a reconstrução doLaocoonte em 1523-1533 por parte de Giovanni Angelo Montorsoli), até a atuação sobre a obra preservando sua estrutura original, mantendo em caso necessário um certo grau de reversibilidade da ação praticada.

Pode remontar-se a preocupação com a conservação do património histórico e cultural à Idade Antiga, quando, no Império Romano, o imperador Alexandre Severo, no século III, determinou a aplicação de multas a quem adquirisse uma casa com o a finalidade de demoli-la. O Império Romano possuía um código de posturas que visava a conservação da imagem da cidade. Essa preocupação transmitiu-se ao Império Bizantino, que, já ao final do século IV, possuía leis que proibiam a desfiguração das fachadas e dos seus ornamentos.

No início da Idade Moderna, no período do Renascimento Italiano, conhecem-se novas medidas de proteção do património, por iniciativa da Igreja, visando a conservação de documentos e dos seus edifícios. Mais tarde, durante o barroco, tiveram  lugar obras de conservação e reconstrução de antigos castelos e catedrais, tanto na Alemanha quanto na Itália.Na França, à época da Revolução Francesa, publicou-se um decreto que considerava propriedade pública todas as antiguidades nacionais.

No início do século XIX, na Alemanha, existiu uma resolução de proteção ao património, legislação essa ampliada no início do século XX. A moderna legislação sobre o tema, entretanto, iniciou-se em outubro de 1931, com a chamada Carta de Atenas. Deste então, mais de quatro dezenas de normas de conduta internacionais voltadas para a preservação do património histórico e cultural tem sido publicadas.

O Kintsugi é uma técnica japonesa de restauração de cerâmica, que quer dizer: colagem com ouro. Diz-se que tudo começou com o shogun Ashikaga Yoshimasa que enviou para a China, para que lá fosse consertada, uma peça de cerâmica que havia se quebrado. Seu vasilhame voltou arranjado, mas tinhas uns grampos feios de metal que ademais tornaram o pote inservível e tosco. Descontente, incumbiu alguns de seus comandados que encontrassem artesãos japoneses que tivessem uma melhor solução, desenvolvendo assim uma nova forma de consertar cerâmica. Mas, quando a peça retornou o reparo era tão feio que ele pediu que artesãos japoneses refizessem tal restauração. Foi então que os artesãos, imbuídos do espírito zen budista de mushin, desapego e aceitação, consertaram a peça utilizando uma mistura de laca e pó de ouro.

O sucesso do kintsugi foi tal, que alguns colecionadores japoneses foram acusados de quebrar deliberadamente valiosas cerâmicas, só para consertá-las com ouro. Uma técnica muito valorizada que converte objetos quebrados em verdadeiras obras de arte, o kintsugi acrescenta um novo nível de complexidade estética às peças consertadas. Faz com que antigas vasilhas coladas sejam ainda mais valorizadas do que as que nunca se quebraram. Como se estivessem costuradas com fio de ouro maciço por um ourives, as peças que podiam ter acabado no lixo renascem ainda com mais beleza. Em uma grande ironia nesta época de usar e jogar no lixo.

Na cultura japonesa, as peças que recebem esta reparação comumente são mais valorizadas que as que estão intactas. Isso por que sua estética trabalha mais com questões como a transitoriedade e a impermanência do que com a beleza propriamente dita.  Ao invés de se envergonhar pelas “feridas” expostas, eles as embelezam para que sejam uma celebração constante da vida cotidiana. Dos pequenos e grandes erros que cometemos e da possibilidade que temos de aprender com isso.  Ao contrário de nós que queremos sempre que as coisas voltem a ser como novas, eles querem mostrar que parte do nosso legado é aquilo que tentamos esconder com mais determinação: as nossas falhas e defeitos.

“Ele não quebrará a cana rachada e nem apagará o pavio que fumega” (Isaías 42:3) No livro de Isaías está escrito que “Ele (Jesus) não quebrará a cana rachada e nem apagará o pavio que fumega” (42:3). Esses dias li um comentário incrível sobre esse versículo onde dizia que naquele tempo as crianças brincavam de fazer flauta usando pequenos pedaços de junco que encontravam no meio das plantações de cana. Mas, enquanto tentava fazer os buracos da flauta de brinquedo, muitas vezes, a cana se rachava e eles a jogavam fora, pois havia centenas de outros pedaços que poderiam utilizar.

Outra figura tinha haver com pavios de fios de linho, que as donas de casa utilizavam para iluminar o ambiente. O pavio era colocado em um jarro com azeite e aceso. Quando o azeite acabava e o pavio fumegava, um mau cheiro era exalado. Neste momento a dona de casa pegava aquele pavio fumegante e jogava fora, pois ela tinha muitos outros fios dentro de casa.

Essas figuras, usadas por Isaías, tem a ver com o Messias que ele anunciava. Mas, usando essas figuras para nossa própria vida, podemos dizer que Deus nos toma, muitas vezes, como canas rachadas, mas não nos descarta. Ás vezes, somos rachados por causa dos processos de relacionamentos, das aparentes “perdas”, dos desafios pelos quais estamos vivendo, das impossibilidades, mas Ele nos restaura. Deus pode fazer de nossa vida, ainda que ela esteja como uma cana rachada, um instrumento de sua orquestra.

Outras vezes parecemos pavios fumegantes, apagados, exalando o mau cheiro do desânimo e do pessimismo. Mas não seremos jogados no lixo da existência. Pelo contrário, Deus pode reascender em nós uma nova luz, uma chama de amor, de otimismo, de vida. De alguma maneira maravilhosa, Deus pode transformar os piores momentos de nossa vida em momentos maravilhosos. Ele recupera o nosso senso de autoestima, de valor pessoal, de que somos amados e podemos amar.

Deus não descarta você, Ele pode restaurar o que seus olhos naturais não podem ver, Ele é o Deus do impossível, é o Deus que abriu o mar para Moisés, que livrou Daniel da cova dos Leões, é o Deus de ontem, de hoje e para sempre. Ele pode fazer de você de uma cana rachada, uma vida restaurada. Ele pode fazer de você, de um pavio fumegante, uma chamar ardente.

O que está rachado em sua vida? Sua família? Suas amizades? Seu coração ferido? E o que tem sido apagado em você? O seu ministério? Os seus talentos? Não limite o poder de Deus ao que as circunstâncias dizem sobre a sua vida. Nós não cremos em circunstâncias, cremos em um Deus vivo e fiel, que faz nova todas as coisas. Se lance no Senhor, lance toda sua vida, lance todas as suas ansiedades, lance todos os seus medos, lance sua família, lance tudo, pois aquele que começou a boa obra na minha e na sua vida, terminará.
 Deixe-o então restaurar a sua vida, pois aquilo que perdido foi, não se compara com o que há de vir. “Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. ”  (I Coríntios 2:9)