A INVEJA GERA AMARGURA (J.F.de ASSIS)
“O
coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos. ” (Pv
14:30)
“A inveja
é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia” (Cícero)
Segundo a língua
portuguesa a palavra inveja significa: desgosto, ódio ou pesar por prosperidade
ou alegria de outrem, significando também cobiça não
é à toa que se fala em "olho
gordo", porque doentes e deformados estão os olhos de quem não se
admira positivamente com o que dá alegria aos outros. Este sentimento vil é também tratado na obra de Dante Alighieri que foi um escritor,
poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua
italiana, definido como il sommo poeta ("o sumo poeta"). Na divina comédia, apresenta os
invejosos no Purgatório, com os olhos costurados. Quem, durante a
vida, não soube apreciar o bom e o belo com abertura de coração, depois da
morte não conseguirá enxergar nada.
A inveja é um
sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este
sentimento gera o desejo de obter exatamente o que os outros possuem (podem ser
tanto coisas materiais como qualidades inerentes ao ser) e de tirar essa mesma
coisa de outro indivíduo, fazendo com que o mesmo fique sem. É um sentimento
gerado pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos,
não podendo suportar que outrem seja melhor.
Marco Túlio Cícero, foi um filósofo, orador, escritor,
advogado e político romano. Cícero é normalmente visto como sendo uma das
mentes mais versáteis da Roma antiga. Ele
afirmava que “A inveja é a amargura
que se sofre por causa da felicidade alheia”.
Curioso é que a origem
latina da palavra inveja é "invidere"
que significa "não ver".
Com o tempo essa definição foi perdendo o sentido e começado a ser usado ao
lado da palavra cobiça, a qual culminou, então, no sentido que conhecemos hoje. A cobiça é o desejo veemente de conseguir
alguma coisa. Uma ambição desmedida de riquezas, decorrente da própria inveja,
que desperta no indivíduo o desejo por coisas que não pode obter enquanto
vislumbra o outro que a possui.
Os indivíduos disputam
poder, riquezas e status, aqueles que possuem tais atributos sofrem do
sentimento da inveja alheia dos que não conseguiram e que almejariam ter tais
atributos. A inveja é originária desde tempos antigos. A inveja seria,
popularmente falando, a arma dos "incompetentes". Numa outra
perspectiva, a inveja também pode ser
definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de
outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja
pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual.
Por isso o significado da palavra seja “não
ver”, pois não vemos realmente o quanto é positivo alguém querer seguir o que
somos ou o que fazemos. Só que isto requer disciplina, vontade, ânimo, força,
determinação, persistência e uma série de virtudes que muitos de nós não
queremos ter. Preferimos nos acomodar, sentirmo-nos injustiçados e sofrer
porque alguém quer o que temos, do que admirar nosso potencial. Talvez a razão
de agirmos de forma errada com relação ao sentimento se deve ao fato de não
incorporarmos o seu verdadeiro significado.
Às vezes em nosso local
de trabalho, encontramos pessoas invejosas que gostariam de estar fazendo o que
fazemos, mas não conseguem. Desejam ser como somos no vestir, no pensar, no
falar, no modo de pensar e até no modo como conduzimos algumas situações de
conflitos. Somos invejados pelo que apresentamos em nosso testemunho como
cristãos e isto incomoda uma pessoa invejosa.
Quando o invejoso não
consegue ser ou ter o que possuímos, começa a querer nos prejudicar, maquinando
o mal contra nós. Quem nunca enfrentou colegas de trabalho invejosos do sucesso
alheio? A inveja também pode ser encontrada até mesmo dentro da igreja, entre
nossos irmãos. Não estamos livres desse sentimento, entretanto, a palavra de
Deus nos diz: “Orai e vigiai, para que
não cair em tentação. ” (Mc 14:38)
Uns invejam porque não
se sentem capazes; outros porque não conhecem o caminho; outros porque precisam
ter mais poder pessoal e autoestima e talvez existam outros motivos que nem
saberia descrever. Quando detectamos que estamos invejando algo ou alguém,
poderíamos começar a trilhar um caminho de autoconfiança, acreditando que somos
merecedores de receber a graça de conquistar aquilo que almejamos.
Usar as pessoas como espelho é positivo, mas querer o que
elas possuem não é, portanto, precisamos aprender a ver, seguir o exemplo,
escolher o melhor trajeto a seguir e deixar de cobiçar a vida alheia. Às vezes, temos
excelentes aspirações, só que cada um tem seus dons e sua maneira de chegar
onde quer. Por isso não dá para querer que seja tudo do mesmo jeito. Precisamos
ser criativos, criar novas possibilidades, crer em nós!
Já os afetados pela
inveja precisam aprender a valorizar o que são. Aprender que ninguém quer ser
ou ter coisas ruins ou maléficas. Pelo contrário, quem nos inveja quer o que
temos de melhor. Então, só precisamos reconhecer que estamos no caminho e que
servimos de bom exemplo para quem nos segue. Ao começarmos a usufruir de nossos
dons, confiar em nosso potencial, pois todos nós somos capazes de ser e ter o
que quisermos, nós deixaremos definitivamente de praticar a inveja. Ou seja, além
de não cobiçar, “não ver”, pois agindo assim, veremos o que temos de bom para
oferecer ao mundo.
Não precisamos viver a
podridão de nossos ossos, nem a amargura de ver a felicidade dos outros. “Mas quem pode resistir à inveja? ” (Pv
27:4) A inveja foi o sentimento que fez Satanás ser expulso do reino dos
céus. A inveja de Satanás fez com que enganasse à mulher, levando-a a pecar contra
Deus. O resultado dessa desobediência por parte do homem e da mulher, foi a
expulsão dos dois do Paraiso. A inveja é
um sentimento maligno, capaz de corromper o homem e leva-lo, na maioria das
vezes à ruina. Cultivar a inveja no coração é plantar o ódio, a contenda, a
discórdia entre outros malefícios para si e para outrem.
Deus não habita em um coração tomado pela amargura da
inveja.
Caim deixou-se levar por este sentimento de inveja, quando matou o seu próprio
irmão por que Deus havia dado mais atenção à oferta de Abel, em detrimento da
oferta de Caim. O coração de Caim deu lugar ao sentimento vil e maléfico da inveja.
Quando Satanás imprime no homem esse sentimento, o resultado sempre é a
destruição do ser humano, pois o inimigo das almas nunca aceitou a criação da
humanidade como um projeto de Deus. Por isso, trabalha incansavelmente para
destruir a obra de Deus e não se importa com o que o virá depois, ao incentivar
o homem a experimentar tais sentimentos.
Às vezes, quem tem o
sentimento de inveja, também pode começar mascarando esse sentimento imprimindo
em si outro sentimento: o de desdém.
A pessoa invejosa começa a desdenhar tudo o que a pessoa invejada tem e, tudo o
que ela é. Começa a desconsiderar tudo o que pode ser relacionado à pessoa da
qual tem inveja. É uma luta desgastante,
pois a pessoa invejosa tem que negar que não quer o que a outra tem, mas seu
coração arde em desejos pelo que a outra pessoa possui. O seu amargor é cada
vez mais intenso a cada dia e com isto, começa a desenvolver outros sentimentos
como revolta, baixa-estima, inferioridade, agressividade.
Não queira que um
sentimento tão maléfico destrua a obra mais maravilhosa de Deus que é você,
pois a palavra de Deus nos diz constantemente, em várias passagens: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. “ (Mc
12:31) E não vos esqueçais que a INVEJA
GERA AMARGURA.
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