EM VÃO
VIGIA A SENTINELA... (J.F.DE ASSIS)
A palavra violência não
pode ser definida somente como um ato físico contra um indivíduo, mas qualquer
ato que fira a ordem estabelecida ou prevista na Lei vigente do país. Violência
também é qualquer fato que interfira no direito individual. Ela pode ser moral
ou emocional. O que leva uma população a tomar a justiça em suas próprias mãos,
tornando-se juiz e carrasco contra os violadores dos bons costumes? Diariamente
testemunhamos a mídia veicular notícias sobre a escalada da violência em nosso
país. Os números são alarmantes e com uma tendência a crescer a cada dia que
passa.
As leis brandas que regem
as infrações penais podem estar contribuindo para esse crescimento da
violência? Estariam os cidadãos cansados de esperar por leis mais severas e
revisão do nosso caduco Código Penal? Pagar o mal com o mal seria a saída para
reduzir a criminalidade no Brasil? Que sentimento experimenta uma população que
tem que se sentir presa em sua própria casa e ver a bandidagem se proliferar e
caminhar impune todos os dias? Como reage um cidadão que vê seu patrimônio ser
destruído ou roubado e não poder contar com uma polícia eficiente?
O que resta é um
sentimento de abandono e de impotência, o que leva o cidadão a se embrutecer
para ver defendido o seu patrimônio e a própria vida, chegando ao limite da
violência nivelando-se com o infrator. Qual a saída para mudar esse quadro
negro em que se encontra a segurança pública do Brasil? Uma das causas para a
proliferação de uma atmosfera de insegurança é a impunidade que graça na
justiça brasileira com relação à corrupção. Assistimos perplexos pelos meios de
comunicação uma sentença ser mudada beneficiando políticos que foram condenados
por corrupção, por roubo da coisa pública.
A população interpreta
essas manobras como um desrespeito à lei e à ordem culminando com uma anarquia
generalizada com vandalismos e crimes contra a pessoa. Recursos são desviados
por causa da corrupção ativa e passiva dos que possuem o poder. Quando uma
pessoa tira a vida de outra pessoa, somente aquela vítima foi afetada. Quando
um traficante vende a sua droga somente os viciados a consomem, mas quando um
corrupto rouba o dinheiro que era para ser destinado à Saúde, milhares de
pessoas são afetadas de uma única vez.
O mesmo acontece em
qualquer área da esfera pública como educação, segurança, serviço social, etc.
Um corrupto atinge um país inteiro quando este desvia um recurso público, ou
faz contratações fraudulentas com empresas que também não executarão o que fora
contratado ou na pior das hipóteses, farão o serviço de péssima qualidade a
preços exorbitantes. Campanhas demagógicas e publicidade enganosa dos governos
infestam os meios de comunicação, enganando a população para esta creia que as
ditas “Políticas Públicas” estão sendo implantadas para o bem comum. Na prática
não é o que a população testemunha, mas vê estarrecida a vida diária ser
atropelada pelos problemas diários de uma cidade como o vandalismo, assaltos, assassinato
falta de moradia digna, saneamento básico, água tratada, transporte etc. Não
adianta dizer: “toda criança na escola”, pois a frase não passa de um mero slogan.
O que sabemos é que a
cada dia a população cresce desordenadamente e os estados e os municípios não
acompanham esse crescimento com novas escolas. As que existem estão abarrotadas
e mais parece um depósito de alunos, em detrimento do professor que tem de
arcar com uma turma de mais de quarenta alunos em cada sala de aula, pois a
ordem é: “Toda criança na escola”, mas não é o que presenciamos na prática. O
resultado é uma educação de má qualidade, sem falar na péssima remuneração e
desvalorização do profissional da educação que tem nas mãos, a responsabilidade
de educar e formar cidadãos. Os recursos são parcos ou inexistentes para que se
cumpra o que é exigido. Não basta apenas ordenar que a lei seja cumprida, mas
dar condições de se cumprir a contento o que é imposto.
As escolas também são
assoladas pela violência deixando professores à mercê de uma situação
insustentável. As gangues se proliferam e invadem os ambientes causando terror,
assaltam comércios, destroem patrimônio e em muitos casos ceifam vidas
inocentes. Não é raro o cidadão lançar mão de um número de emergência e fazer
uma solicitação de ocorrência e não ser atendido. A ocorrência é feita e
registrada, mas não há a tomada de providência. Em muitos casos por indiferença,
falta de viaturas, falta de combustível ou de pessoal suficiente.
O cidadão se sente
abandonado, enganado e entregue à própria sorte. Na falta de uma fiscalização
eficiente, infrações no trânsito são uma constante nas grandes e pequenas
cidades. Observamos motoristas dirigindo embriagados, motociclistas andando
pelo calçamento ou fazendo malabarismos com a motocicleta, ciclistas andando
placidamente na contramão, obrigando motoristas a fazer manobras perigosas para
não atropelar o incauto infrator. A certeza da impunidade generalizada advém de
um país onde a lei é apenas para os menos abastados e afortunados. A lei do
cassetete é apenas para a massa falida. Para os abastados existem manobras
legais, isto sem falar nas leis brandas e hipócritas que defendem os “di menor”,
que se arvoram de inocência e falta de discernimento do que é certo ou errado,
matando e esfolando em nome da inocência da idade.
Como exigir cumprimento
da lei se o que vemos é algo contrário do que é pregado na escola e em casa. Na
Bíblia encontramos o versículo em Provérbios: “Ensina a criança o caminho em deve andar, pois ainda que esteja velho
nunca se desviará dele”(Provérbios 22:6). Não vislumbramos uma saída para
esse caos social em que vivemos, a não ser com a interferência da misericórdia
de Deus. No mundo em que vivemos somente o amor de Deus pode nos mostrar uma
saída para contemplarmos um horizonte de esperança em meio ao turbilhão de
problemas e tribulações. Não é utópico o que aqui esperamos, pois a palavra de
Deus nos diz que “O Senhor é poderoso para fazer infinitamente mais do que
pedimos ou imaginamos”. Resta-nos confiar nas Suas promessas. A palavra do
Senhor diz: “Em vão vigia a sentinela,
se o Senhor não guardar a cidade”.
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