Imagina-se que os
primeiros e vários povos litorâneos, por necessidade ou curiosidade, se fizeram
ao mar, afastando-se cada vez mais de seus "portos" de partida.
Durante o dia, orientavam-se por marcas conspícuas do litoral; mas e à noite,
como regressariam? Então, alguém de terra, quem sabe seus familiares, acendiam
fogueiras sobre montes de pedras ou elevavam fogaréus em braseiros com qualquer
artefato possível. Por convenção, acredita-se que as primeiras
"embarcações" tenham sido apenas um tronco de árvore e posteriormente
evoluído para uma jangada rudimentar. À medida que esses primitivos navegantes
se encorajaram e passaram a contornar o litoral circunvizinho, em viagens mais
longas, outros sinais tiveram que ser acendidos, da forma mais rudimentar ao alcance humano da
época. Apesar das maiores atenção e importância sempre dadas às edificações,
nesta fase da história, elas não teriam serventia se não fossem encimadas por
uma fonte luminosa, adequadamente protegida contra os ventos e as intempéries,
por uma "lanterna".
Com o correr dos séculos, a lanterna viria a
merecer igual atenção dispensada às torres dos faróis, por ter de abrigar, além
da fonte luminosa, os aparelhos refletores ou refratores da luz, mecanismos
de rotação e outros acessórios. Aliás, é oportuna uma ligeira
digressão sobre o significado de "lanterna", para nós, nessa época.
Lanterna é tão somente o dispositivo, guarnecido ou não por caixilhos de
material transparente, que encimava o corpo dos faróis, com o propósito de proteger,
a fonte de luz e outros aparelhos afins, que com o tempo surgiram.
Existem registros
documentais, imagens, descrições, inscrições, moedas e outros, que comprovam a
existência de pelo menos 200 faróis na Antiguidade, entre 300 A.C. e 300 D.C., e de no mínimo outros 30 erigidos dentro dos
limites do Império Romano, durante seu esplendor. O mais famoso e o que melhor
se conhece dessa época, considerado, de fato, como o primeiro farol da
História, foi o construído na ilha de Pharos, a oeste da entrada da baía de Alexandria,
nos limites do delta do rio Nilo, e que lhe deu o nome, "Pharos de Alexandria", sua torre de pedra, calcula-se,
com cerca de 149 metros de altura, tinha a forma quadrangular na base, com 33
metros de lado, octogonal na seção intermediária e circular na superior. Sua
fogueira podia ser avistada a 29 milhas náuticas. Essa, em resumo, é a
descrição que nos deixou o geógrafo Edrisi, que o visitou em 1150, antes de sua
destruição por um terremoto em 1200.
O Século XIX é
caracterizado pela precípua necessidade de os faróis serem guarnecidos por dois
ou três faroleiros, a quem cabia acendê-los ao entardecer, dar-lhes cordas
durante a noite (quando para exibir luz intermitente) e apagá-los pela manhã.
Principalmente entre nós, esse período é também aquele em que atravessamos uma
rápida evolução tecnológica, um sensível crescimento numérico de sinais e
expressivas reorganizações administrativas. As rústicas atalaias de madeira e
as primitivas construções de alvenaria foram sendo, a partir da Independência,
paulatinamente substituídas por robustas torres (ainda hoje existentes) e
esguios postes de ferro fundido provenientes da Inglaterra. Um exemplo ainda
remanescente desta época são as fabulosas torres Mitchell, com residências
suspensas, construídas sobre sapatas rosqueadas em terrenos arenosos são
importadas para Salinas, Aracaju, Belmonte, Rio Real e São Tomé, dentre outros.
Evoluímos dos
candelabros e lampiões suspensos, dos aparelhos com refletores parabólicos de
luz fixa, aos sistemas rotativos de corda (tal qual a de um relógio cuco) e aos
aparelhos lenticulares de cristal importados da França, na ocasião, o único
fabricante no mundo. As velas de espermacete e os óleos combustíveis vegetais,
utilizados para inflamar as mechas das lamparinas de luz fixa cedem lugar ao
querosene misturado ao ar sob pressão para incandescer um véu ou camisa, tipo
Aladin. Por ocasião de publicação da primeira relação de faróis e faroletes de
nossa costa, elaborada com dados fornecidos pela Diretoria de Faróis, em 1896, tínhamos
48 faróis dos quais 8 em ilhas, 36 faroletes e 2 barcas-farol. Muitos de nossos
principais faróis, ainda hoje, conservam suas torres e aparelhos lenticulares
originais. Atualmente, apenas 30 de nossos faróis são guarnecidos. Em 1947,
atendendo ao novo Regulamento da Diretoria Geral de Hidrografia e Navegação, é
criado o Departamento de Sinalização Náutica, instalado na Base Almirante
Moraes Rêgo, na Ilha de Mocanguê Grande. E em 9 de julho de 1965, é criado o
Centro de Sinalização Náutica Almirante
Um farol é uma torre, de formato cilíndrico, o que favorece a
resistência aos ventos fortes e as ondas que se projetam sobre ele, é dotada de um potente aparelho ótico o qual
possui uma fonte de potentes lâmpadas e espelhos refletores, cujo
facho de luz é
visível a longas distâncias. Utilizados desde a Antiguidade, quando eram acesas
fogueiras ou grandes luzes de azeite (de oliveira ou de baleia), os faróis foram
concebidos para avisar os navegadores que se estavam a aproximar da terra, ou
de porções de terra que irrompam pelo
mar adentro.
As fontes de alimentação da luz
foram melhorando, tendo sido o azeite substituído pelo petróleo e pelo gás, e
posteriormente pela eletricidade. Paralelamente, foram inventados vários aparelhos
óticos, que conjugavam espelhos, refletores e lentes, montados em mecanismos de
rotação, não só para melhorar o alcance da luz, como para proporcionar os
períodos de luz e obscuridade, que permitiam distinguir um farol de
outro.
Historicamente, este tipo de
construções ganhou características temporais e sociais, sendo dotados de
características distintas de zonas para zonas. O primeiro farol de que se tem
registro é o farol de Alexandria, construído em 280 a.C. na ilha
de Faros. O Farol de Alexandria emitia uma enorme chama de
fogo que poderia ser avistada a mais de cinquenta quilômetros de distância.
Durante vários séculos, alcançar o território egípcio pela cidade de
Alexandria era uma aventura cercada por riscos. Apesar de litorânea, o
deslocamento de embarcações a esse núcleo urbano era sistematicamente ameaçado
por rochedos capazes de causar acidentes graves. Contudo, graças aos esforços
do rei Ptolomeu II, essa empreitada teve seus riscos diminuídos quando o Farol
de Alexandria foi construído. Inaugurado em 280 a.C., essa construção servia
como referencial para os perigos das proximidades e indicava o caminho para o
porto da Ilha de Pharos. Construído pelo arquiteto grego Sostratus de Cnidus, o
farol emitia uma enorme chama de fogo que poderia ser avistada a mais de
cinquenta quilômetros de distância. Dada sua importância e acabamento, este
projeto arquitetônico faz parte do seleto grupo das Sete Maravilhas da
Antiguidade.
O projeto do farol foi concebido através da formulação de um prédio
único com quatro formatos diferentes. A base da construção tinha forma de
quadrado, seguida por uma parte retangular. A torre intermediária foi
construída com um desenho octogonal e a parte mais elevada com formato
cilíndrico. Nessa última instalação era onde ficava a enorme tocha que
orientava os navegantes do Mediterrâneo. A esse respeito, logo surge uma dúvida
sobre como as chamas do farol eram constantemente mantidas. Pensando nessa questão,
Cnidus transformou a parte octogonal no depósito onde, através de cordas e
roldanas, os funcionários do farol conduziam a lenha até a fornalha. No topo,
as janelas garantiam a circulação do ar necessária para que as chamas ficassem
acesas. Acredita-se que nesse mesmo lugar eram colocadas placas de bronze que
aumentavam a luz refletida pelo fogo.
Tendo grande funcionalidade para os navegadores, o farol foi construído
com pedra de granito clara, e revestido com mármore e calcário. Os blocos de
pedra eram unidos com uma liga que levava chumbo derretido e uma espécie de
cimento feito a partir da mistura de resina com calcário. Além do prédio, o
farol contava com abrigos que alojavam os guardas, trabalhadores e animais que
garantiam o funcionamento da instalação. Os animais empregados, provavelmente
uma população de trezentas cabeças de gado, transportavam os combustíveis
(madeira, esterco e óleos) da base para o salão octogonal por meio de um
sistema de rampas. A força de trabalho humana era organizada em um sistema de
turnos que envolvia aproximadamente cem trabalhadores assalariados, esses,
apesar de receberem pelo serviço, eram obrigados pelo governo egípcio a
trabalharem no lugar. No século XIV, um terrível terremoto foi responsável pela
destruição do Farol de Alexandria, que possuía entre 120 e 140 metros de
comprimento e levava em seu topo uma estátua de Poseidon, divindade da
mitologia grega que controlava os mares. Por volta de 1480, as pedras da
construção original foram reaproveitadas para a construção de um forte. Ainda
hoje, esse último edifício ocupa o lugar dessa maravilha do Mundo Antigo
Diz a lenda que
Sóstrato procurou um material resistente à água do mar e por isso a torre teria
sido construída sobre gigantescos blocos de vidro. Mas não há nenhum indício
disso.
À exceção das pirâmides de Gizé, foi a que mais tempo durou entre as outras
maravilhas do mundo, sendo destruída por um terremoto em 1375. Suas ruínas
foram encontradas em 1994 por mergulhadores, o que depois foi confirmado por
imagens de satélite.
Os romanos também construíram
diversos faróis ao longo do Mar Mediterrâneo, Mar Negro e até o Oceano Atlântico. Mas, com a derrocada do Império
Romano do Ocidente, o
comércio marítimo diminuiu e os faróis romanos desapareceram. Somente no século
XI os faróis passariam a renascer na Europa Ocidental e, com a expansão
marítima das grandes navegações, para o novo mundo. Um dos faróis dessa nova era dos faróis era
a Lanterna de Gênova, cujo faroleiro era Antônio Colombo, tio do
navegador Cristóvão Colombo por volta de 1450.
Atualmente são construções
de alvenaria que incluem para além da
torre (geralmente redonda para minimizar o impacto do vento na estrutura), a
habitação do faroleiro, armazéns, casa do gerador de emergência,
a "casa da ronca" (onde estão instalados os dispositivos de aviso
sonoro que são utilizados em dias de nevoeiro).
Frequentemente associado
aos faróis e aos faroleiros surge um outro personagem:
os afundadores. Este
termo designa aqueles que criavam falsos faróis com o intuito
de atrair os navios para zonas perigosas, causando o seu afundamento, para
posteriormente saquearem os destroços. Em Portugal esta prática nunca assumiu a dimensão que
teve no norte da Europa, pois ao contrário do que aí acontecia, os salvados de
um naufrágio em Portugal pertenciam à Coroa e não a quem os recuperasse.
O termo farol deriva da palavra grega Faros, nome da ilha próxima à cidade de Alexandria onde, no ano 280 a.C., foi erigido o farol de Alexandria — uma das sete maravilhas do mundo antigo. A origem dos faróis de navegação remonta à
época em que os primeiros habitantes das povoações litorâneas se aventuraram ao
mar, pois logo surgiu a necessidade de estabelecer sinais luminosos que
pudessem servir, durante a noite, como pontos de referência em terra, além de
indicar aos navegantes os locais perigosos. Este foi o primeiro farol de que se
tem notícia construído por Ptolomeu II (323 a 285 a.C.) em Pharos - de onde
deriva a palavra farol -, pequena ilha no delta do Rio Nilo, na entrada da Baía
de Alexandria. Suas torres alcançavam cerca de 120 metros do nível do mar e no
seu topo mantinha-se acesa uma fogueira, cuja luz, à noite, e sua fumaça,
durante o dia, eram vistas a 22 milhas náuticas (cerca de 50 Km). Num processo
evolutivo, os faróis utilizaram velas de sebo, lâmpadas de óleo e gás de
acetileno. Com o passar do tempo, a ciência substituiu todos esses métodos
primitivos pelos aperfeiçoados sistemas de construção de torres, lanternas,
luzes elétricas e lentes modernas. Os faróis resistiram aos avanços
tecnológicos e aos recursos eletrônicos da navegação.
Talvez alguns já não
sejam mais indispensáveis como instrumentos de auxílio aos navegantes, mas continuam
a existir em função da beleza da sua arquitetura e do arrojo das suas
construções. Famosos ou não, ainda hoje ponteiam pelos mares, indiferentes aos
progressos da tecnologia, aos satélites artificiais. Com sua luz intermitente,
trazem aos homens lampejos de poesia e meditação. Verdadeiros monumentos às
vezes fincados em locais isolados e inóspitos.
Um dos mais famosos faróis é
aquele construído sobre uma rocha chamada La Jument, a cerca de 300
metros da costa da ilha de Ouessant. La Jument tornou-se conhecida em 1989,
através de uma série de fotografias tiradas por Jean Guichard. Em 21 de
dezembro de 1989, uma frente de baixa pressão vinda da Irlanda trouxe ventos
fortes e grandes ondas de 20 a 30 metros de altura que se abateram
espetacularmente contra o farol. As ondas adentraram quebrando as janelas
inferiores do farol, arrancando a porta da frente, inundando a torre e levando
o mobiliário onda abaixo. O faroleiro Théodore Malgorn decidiu se refugiar na
sala do farol enquanto esperava para ser resgatado.
Naquele mesmo tempo, o fotógrafo
Jean Guichard estava em Lorient contratando um helicóptero para tomar fotos
aéreas da tempestade. Guichard quis voar sobre o mar de Iroise, apesar das condições
de voo extremamente perigosas. O helicóptero chegou ao La Jument e pairou em
torno para que Guichard tomasse fotos das ondas batendo contra o farol. Dentro
da torre, Théodore Malgorn ouvi o que ele pensava ser seu helicóptero de
resgate e desceu correndo até a porta. Naquele exato momento, uma onda gigante
levantou-se sobre a parte traseira do farol e Guichard tomou sua mundialmente
famosa fotografia em que a onda quebra contra a torre. Théodore Malgorn, de
repente, percebeu que uma onda gigante estava prestes a engolir a estrutura e
correu de volta para dentro a tempo de salvar sua vida.
Mas não vamos aqui neste estudo
falar sobre ondas gigantes e faróis no meio do mar. Não vamos falar da
resistência destas construções que se mostram firmes e inabaláveis diante das
ondas violentas e terríveis dos mares e dos oceanos. Não vamos nos ater ao
poder de resistência destas construções que desafiam as forças da
natureza. O que vamos aqui abordar é a
capacidade que devemos ter de enfrentar as dificuldades que se apresentam contra
nós, tentando nos jogar por terra ou nos afogar nas ondas de medo e de
insegurança. Muitas vezes somos levados a crer que as ondas são maiores do que
o nosso barco pode aguentar. Ondas que se levantam no horizonte sombrio e
tempestuoso a nossa volta. Ondas que nos ameaçam e nos fazem pensar que somos
pequenos demais para enfrentar. Mas é exatamente isto que o inimigo das almas
quer que pensemos, que a onda gigante irá nos tragar para sempre de uma forma
arrebatadora e onde não teremos nenhuma chance de defesa, apenas contemplar o
perigo iminente que se aproxima.
Certa vez tive um sonho ou uma
visão assim, não sei definir exatamente o que era, só sei que eu via o céu
sobre mim, azul e límpido girar como se um motor os fizesse girar, era como um
liquidificador girando, o céu inteiro sobre mim girava em toda a sua extensão,
da esquerda para a direita e fortes ventos sopravam junto com este girar do
céu. Era uma ventania fortíssima, varrendo tudo o que estava em sua trajetória.
Não era um tufão, um furacão ou outra força da natureza em formação, não, era
uma ventania total, uniforme, varrendo tudo com o mover em círculo do céu. Não
bastasse esse fenômeno, eu contemplava uma onda gigantesca, nunca vista por
mim, antes, se formando a partir da margem do rio.
Da sacada da minha casa eu via as
águas se retraindo como se algo as estivessem sugando para si e alimentando a
onda gigante que se formava na linha do horizonte. A onda formava um paredão
horizontal e alto, tão alto que parecia querer tocar o céu que continuava
girando e afunilando o seu centro, como um garrafão emborcado. Eu corri para a
parte da frente da casa em que eu estava e a onda continuava a se formar
varrendo arvores, casas, prédios e eu ouvia o grito e o desespero das pessoas,
chorando e gritando de pavor. A onda era imensa e nós parecíamos tão pequenos
diante dela. Eu despertei com aquela visão em minha mente, ainda hoje a tenho
nítida em minha lembrança. Nunca mais vou esquecer aquela visão aterrorizante
daquele dia. Eu despertei assustado e sem ar, tomado de pavor. Nunca havia
experimentado algo tão terrível assim.
O uso do termo luz na Escritura é muito rico. O termo é usado para
descrever o próprio Deus e enfatizar a sua santidade e justiça. “Deus é luz, e não há nele treva
nenhuma” (I João 1:5). O Senhor é o “Pai das luzes” (Tiago 1:17), que está “coberto de
luz como de um manto” (Salmos 104:2) e “habita em luz inacessível” (I Timóteo 6:16). A luz é relacionada também à salvação de Jeová: “O Senhor é a minha luz e a
minha salvação” (Salmo 27:1). A atividade salvadora de Deus
ilumina as trevas da calamidade e tribulação e dá vida, paz e alegria. No
evangelho de João, Jesus é descrito como a “vida” e “a luz dos homens”, “a luz que resplandece nas trevas” (João 1:4,5);
e “a verdadeira luz, que, vinda
ao mundo, ilumina a todo homem”. Ele é chamado “a luz do mundo”.
Assim como os israelitas seguiam a Luz quando saíram da terra de escravidão, em
direção à terra prometida, assim os discípulos do Salvador o seguem, saindo das
trevas do pecado, ignorância, depravação, e morte, em direção à redenção no
sentido mais pleno desse termo. Por causa disso o nosso Senhor disse: “Eu vim como luz para o mundo, a
fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (João
12:46). Cristo se apresenta a toda a humanidade como a única fonte de
salvação do pecado e como iluminação espiritual a respeito de toda verdade
espiritual.
Toda a luz que os homens têm, ou possam ter, vem de Jesus. Como a luz
foi a primeira coisa na criação original, a luz de Cristo é o fundamento da
recriação salvadora. Portanto, quando discutimos os cristãos como luz sempre
devemos ver Jesus como a luz original e não derivada. Ele é o Deus homem; a
fonte de verdade, salvação, santidade, revelação e justiça. “Num sentido
secundário os cristãos são a luz do mundo; Cristo imediatamente, eles
mediatamente; ele a original, eles a derivado; ele o sol, eles a lua refletindo
o sol.” O profeta Isaías descreve Cristo e seu ministério como uma grande luz
brilhando sobre os habitantes da Galileia: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na
região da sombra da morte, resplandeceu lhes a luz” (Isaías 9:2).
Por causa de Jesus e o seu evangelho, uma grande luz apareceu àqueles que
andavam nas trevas. “No lugar das trevas da calamidade as pessoas viram a luz
da paz e bem-aventurança; no lugar das trevas da morte, a luz da vida; no lugar
das trevas da ignorância, a luz do conhecimento; no lugar das trevas do pecado,
a luz da salvação. A salvação em seu sentido mais amplo brilhou sobre essas
pessoas; ocorreu uma completa reversão de sua condição.”
O termo luz é também usado para descrever a revelação escrita de Deus,
pois é por meio da sagrada Escritura que aprendemos o que devemos crer para
sermos salvos e levar vidas que agradam a Deus. Como Davi disse, “Pois em ti está o manancial da
vida; na tua luz, vemos a luz” (Salmos 36:9). “Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz…” (Provérbios
6:23). “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem” (Salmos
43:3). “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos
simples” (Salmos 119:130). Deus, sem dúvida, precisa nos
iluminar pelo seu Espírito para que sua Palavra seja eficaz. “Porque fazes resplandecer a
minha lâmpada; o Senhor, meu Deus, derrama luz nas minhas trevas”
(Salmos 18:28).
Paulo usa o termo luz para descrever o evangelho de Jesus Cristo e
representar Deus brilhando no coração do homem para causar regeneração e
conversão. “Nos quais o deus deste século
cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos
pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como
vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse: Das trevas
resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação
do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (II Coríntios
4:4-6). Deus nos dá a luz do evangelho e a luz do entendimento espiritual
quando remove o véu que reside em nosso coração e nos mostra a glória de
Cristo. Para o eleito, a verdade salvadora é sempre acompanhada por um
entendimento espiritual dela.
Na passagem diante de nós, os discípulos são chamados de luz porque os
cristãos, por suas palavras e obras, são chamados a ser transmissores da luz de
Cristo e do evangelho. Jesus era a luz própria no sentido que, em seu ser e na
sua obra de redenção, ele é o fundamento e a fonte da verdade, salvação e
iluminação. A luz de Jesus: (1) nos livra das trevas da morte espiritual (“Ele vos deu vida, estando vós
mortos nos vossos delitos e pecados”, Efésios 2:1. Cristo, por
seu sofrimento e morte, mereceu a regeneração, fé e arrependimento para o seu
povo. O que eles eram incapazes de fazer em suas trevas e depravação ética, o
Salvador conseguiu para eles); (2) nos salvou das trevas ou cegueira imposta
sobre o homem caído pelo pecado (II
Coríntios 4); (3) nos redimiu das trevas da morte eterna e do inferno pelo
seu dom de justificação (Efésios 2:8-9;
Filipenses 3:8-9); (4) nos libertou da escravidão ao pecado e do andar nas
trevas por seu dom da santificação definitiva. “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas,
mentimos e não praticamos a verdade” (I João 1:6; Rm 6). “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor;
andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e
justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais
cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as”
(Efésios 5:8-11). Portanto, quando falamos dos cristãos sendo luz, essa é
sempre um espelho que reflete a luz de Cristo já revelada e recebida.
Somos luz porque cremos e possuímos a verdade e comunicamos essa verdade
sobre Cristo a um mundo em trevas. Como o sal da terra os discípulos eram
cruciais em purificar e preservar o mundo; como a luz do mundo eles devem
iluminá-lo com a luz de Cristo. Sal é usado para deter a putrefação, enquanto
luz é usada para iluminar e dissipar as trevas. As metáforas são similares,
exceto que o sal é primariamente negativo e a luz primariamente positiva. Ela ilumina,
esclarece e capacita as pessoas a ver. “O pensamento necessariamente sugerido à
multidão de ouvintes foi o de comunicar conhecimento, corrigir erros e dissipar
a escuridão, coisas inseparáveis do estado de ignorância espiritual. ”
A declaração, “vós sois a luz do
mundo”, como a declaração sobre o sal, é muito enfática. “Vocês (os
cristãos) e somente vocês são a luz do mundo”. A única esperança do mundo de
salvação, iluminação espiritual e libertação das trevas reside nos seguidores
de Cristo como indivíduos e como um corpo (as sete igrejas na Ásia são
descritas por João, sob inspiração divina, como sete candeeiros de ouro [Apocalipse 1:12-13,20]). Também, como
a metáfora do sal, o termo luz aplica-se especialmente aos apóstolos e a todos
os pregadores do evangelho, que testemunham de Jesus de uma maneira única,
comissionada. Como Jesus disse a Paulo: “Livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para
lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de
Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança
entre os que são santificados pela fé em mim” (Atos 26:17-18).
A
função da luz: É interessante que Jesus convoca Seus seguidores a
ser aquilo que Ele mesmo é – “Eu
sou a luz do mundo” ( João 8:12). Aqueles que permanecem em
Cristo, a verdadeira Luz, são também luz. A luz de Jesus, brilhando neles,
aparece em cada rosto, nas palavras, nas ações, e ilumina o mundo ao redor. A luz deve ser vista – As casas na Palestina eram
bastante escuras, com uma abertura pequena que servia de janela. A posse da luz
de Cristo faz com que Seus discípulos sejam visíveis, como uma “cidade
edificada sobre um monte”, que pode ser claramente vista
a quilômetros de distância. Os crentes não podem se esconder e deixar de
brilhar para Cristo. Esse texto enfatiza que não
pode haver discípulos secretos. A nossa fé deve ser vista na maneira pela qual
tratamos o balconista na loja, a doméstica em casa, o porteiro no prédio, o
empregado no serviço.
A
luz dissipa as trevas – Paulo, ao escrever aos filipenses,
enfatiza sua função: “Inculpáveis
no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como
luzeiros no mundo” (Filipenses 2:15). O mundo não pode permanecer
nas trevas. A luz avisa do perigo – revela os perigos que nos
cercam neste mundo tenebroso. A luz é um guia – “Lâmpada para os meus pés é a tua
palavra, e luz para os meus caminhos” (Salmos 119:105). Pelo nosso
testemunho brilhante, dirigimos muitos no caminho certo. A luz deve brilhar no MUNDO – é bom observar que o lugar onde devemos brilhar para Jesus é o
mundo, onde as trevas dominam. Jesus não disse – “Vós
sois a luz da igreja”, mas “Vós sois a luz do mundo”.
A luz como resultado faz com que outros possam ver as nossas
boas obras – Jesus esclarece que as nossas boas obras são essa
luz. Essa expressão abrange tudo o que o crente faz e diz, demonstrando sua fé
cristã. Em outras palavras, refere-se ao seu testemunho diário.
O diabo anda ao derredor de nós para nos tragar e não se cansa de tentar
nos induzir ao mal. Suas tentativas são incansáveis e ele tenta reunir todas as
suas forças para nos derrubar, para nos jogar por terra. Assim como as ondas
bravias do mar em uma tempestade, elas avançam fortes contra a construção e o
farol se mantém inabalável. Algumas janelas podem até ser quebradas por causa
do choque das ondas, mas a edificação permanece firme, como foi o caso do farol
La Jument, na França. Às vezes, o pecado nos deixa consequências desastrosas e
danificam partes de nossa vida, contudo, Deus não permite que ele nos destrua
totalmente.
Às vezes, Deus permite que a provação
chegue para que reconheçamos que precisamos da sua proteção e da sua graça.
Quantas vezes esquecemos que somos dependentes de sua graça e proteção. Muitas
vezes deixamos que o mundo dite as regras de vida para nós. Adotamos um estilo
de vida profano que nos afastam de Deus e nos dão uma ilusória sensação de
bem-estar. Quantas vezes permitimos que as ondas do pecado e das tentações do mundo
avancem ameaçadoras para nós e não reagimos, não resistimos e somos tragados por
sua força devastadora, deixando que suas ondas alaguem tudo, destruindo tudo o
que construímos com sacrifício e abnegação.
O pecado avança como a onda que
se forma e se alimenta de nossas forças e se joga contra nós para nos derrubar.
O pecado lança mão de tudo o que temos para fortalecer-se e usa contra nós
mesmos, como a onda que se forma a partir da própria agua. O alimento da onda é
a água, o alimento do pecado é a nossa permissividade, nossa legalidade, nossa
vontade que lhe dá força e permissão para agir contra nós.
"Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo,
e ele fugirá de vós". Tiago 4.7.
Este texto diz que temos que
resistir ao diabo para ele fugir de nós. Em Efésios 6.17diz que devemos tomar a
espada do Espírito como arma de ataque ao diabo. Isto nos estimula em confiar a
capacidade para a luta em nossas próprias forças, mas isto também não passa de
uma tentação. O texto acima nos ensina qual deve ser o nosso procedimento
quando somos tentados pelo diabo: "Sujeita-vos, pois, a Deus".
Não é resistir ao diabo, mas
sujeitarmos a Deus. A própria sujeição a Deus já é resistência ao diabo. O
testemunho claro desse ensino está na Pessoa de Jesus. Quando Ele foi levado ao
deserto para ser tentado pelo diabo, em todas as ocasiões Ele se sujeitou a
Deus primeiro, e com a sujeição veio automaticamente a resistência àquela
tentação: "E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a
esta pedra que se transforme em pão. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está
escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus. E o
diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os
reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua
glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me
adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de
mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele
servirás. Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e
disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está
escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem, e que te
sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. E
Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus. E,
acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo" Lucas 4.3-13.
Toda tentação é humana; toda ela
é para o nível da carne e da alma do homem: "Não veio sobre vós
tentação, senão humana..." I
Coríntios 10:13. O diabo, nosso adversário, cogita nas suas tentações das
coisas que são dos homens, e não das que são de Deus: "Ele, porém,
voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de
escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são
dos homens" Mateus 16.23.
A tentação é uma proposta para o
nosso eu, para a nossa carne e para a nossa alma. Como então resistir às
tentações? Sujeitando-nos a Deus: "Humilhai-vos, pois, debaixo da
potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre ele toda a
vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios; vigiai; porque o
diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem
possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se
cumprem entre os vossos irmãos no mundo" I Pedro 5.6-9
Se quisermos resistir ao diabo
ele jamais fugirá de nós. Ele estará sempre disposto a nos persuadir novamente
com as suas tentações. Mas se nos sujeitarmos a Deus, ele fugirá de nós até
achar novamente ocasião oportuna. Se a mulher no Éden tivesse se sujeitado a
Deus e não tentado convencer o diabo, ele teria fugido dela e esperado outra
oportunidade: "E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores
do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse
Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a
serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia
em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o
bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto,
e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela" Gênesis 3.2-6.
É fato que enquanto estivermos
neste corpo mortal, neste mundo que jaz no maligno, seremos tentados. Todo
momento em que estamos em fraqueza, em necessidades, em aflições e em tribulações
são oportunas para o diabo, mas em todas elas temos a promessa do nosso Pai
para nos sujeitarmos; temos o Senhor Jesus em nós para nos fortalecer: "No
demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as
astutas ciladas do diabo" Efésios
6:10-11
O Senhor Jesus em nós é o nosso
socorro bem presente. Ele em tudo foi tentado a nossa semelhança e agora
pode nos socorrer com a Sua fé: "Já estou crucificado com Cristo; e
vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne,
vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por
mim" Gálatas 2:20. Sujeitai-vos,
pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós: "...porque
maior é o que está em vós do que o que está no mundo" I João 4:4.
A vida
é como um mar em fúria, cujas ondas nos arremessam de um lado para o outro
contra rochas, machucando-nos por vezes... sendo quase impossível nadar em
direção à luz do farol.
Ora, o farol é Jesus, nossa luz indicando-nos o
caminho. Mas as situações da vida nos envolvem de tal forma, que muitas vezes nos
desviamos deste caminho, desta luz... Daí a importância de entregar-se
diariamente a Deus: As ondas podem ser comparadas aos nossos sentimentos
em desequilíbrio, tais como raiva, vingança, medo... não queremos ir por este
caminho, mas os sentimentos falam mais forte e nos perdemos. Assim, Jesus não
deve ser apenas a luz que brilha, nosso farol; mas deve ser também o condutor de
nosso barco, o condutor de nossas vidas.
Amplamente conhecida a
história em que Jesus e Pedro andaram sobre as águas do Mar da Galiléia e do
temor que os discípulos tiveram ao contemplar Jesus caminhando sobre as águas.
Este acontecimento se dá após Jesus ter alimentado uma grande multidão, com a multiplicação de cinco pães e dois
peixinhos.
Diante de tantos milagres presenciados, a multidão queria arrebatá-lo para o
fazer Rei de Israel. Jesus sabia que aquilo seria um movimento catastrófico.
Eles seriam presas fáceis para os soldados romanos. O mestre se compadecia e
valorizava a vida daqueles homens, mulheres e crianças. Além disso, o mestre
deixava claro que o seu reino não era deste mundo. Jesus, vendo a intenção de
fazê-lo rei, se apressa em desfazer aquele movimento (que poderia se
transformar em uma revolta) e a enviar seus discípulos para, o outro lado do
lago, Betsaida. Após isso, Jesus
então retira-se para o monte das bem-aventuranças, onde permanece sozinho. "E logo
obrigou os seus discípulos a subir para o barco, e passar adiante, para o outro
lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão." Marcos 6:45
Entendemos no texto de João 6:22, que os discípulos seguindo
as ordens de Jesus, partiram de Tiberíades, deixando um barco para o mestre, na
esperança de que ele os alcançasse mais à frente. E fez-se noite, escureceu,
caiu a madrugada. Por mais que esperassem, não avistavam o barco do mestre se aproximando.
Já tinham navegado vinte e cinco ou trinta estádios (cerca de 5,5km de distância da costa). O vento começa a soprar forte, as
ondas se elevam.
Os discípulos, como pescadores experientes, estavam acostumados
às intempéries, porém a força do vento e o mar ameaçavam afundar o barquinho
que navegavam. Na quarta vigília (entre
3h e 6h da madrugada), no pior momento, vem Jesus caminhando sobre as
aguas. Eles se apavoram com aquela visão. Tinha jeito de ser Jesus, parecia
coisa de Jesus, era algo que só Jesus podia fazer, mas eles não o reconhecem: É
um fantasma!
De modo que não esperavam
o mestre caminhando sobre o mar. Eles haviam deixado um barco para o Senhor.
Estavam na expectativa de avistar Jesus no barco que deixaram para ele.
Esperavam que ele os alcançasse dentro dos preceitos, formato e meios humanos.
Mas o Mestre veio de uma forma própria de Deus.
Isso acontece com a religião, que muitas vezes tenta
ajudar a Deus.
E dão um formato a ele. Estabelecem a forma como ele tem que agir. O vestem com
um tipo cultural. Traçam dele um estereótipo. Calculam até "um modus
operandi", de forma a não o reconhecer. "E os discípulos,
vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram
com medo." Mateus 14:26 O barco em que estavam os discípulos,
representava os recursos materiais desta vida. Pedro, porém, desce do barco
para andar sobre o mar. Ou seja, ele deixa os recursos humanos e materiais, e
passa a confiar somente na palavra de Jesus, que o chamou a
caminhar também sobre as águas. "E ele disse: Vem. E Pedro, descendo
do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus." Mateus 14:29-30.
Entretanto, no meio do
caminho, Pedro deixa de dar a sua atenção à Jesus e passa a se preocupar com o
vento (que soprava forte) e com as altas ondas do mar. Pedro então enche-se de
medo e começa a afundar. Ainda assim, ele clama por Jesus que prontamente o
socorre. "Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir
para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! E logo Jesus, estendendo a
mão, segurou-o e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?" Mateus
14:30-31. E é assim mesmo que acontece. Temos que deixar de confiar nos
recursos materiais e passar a confiar na palavra de Jesus. Ele mesmo nos
convida a passear sobre um mar de tempestades, um mar de problemas que tentam
nos atingir. Há uma tendência natural de buscarmos proteção em recursos
materiais que conhecemos. Muitas vezes ficamos presos à materialidade. Temos
medo de nos arriscarmos no mundo da fé. É difícil vencer a dúvida.
Os discípulos
preferiram a sensação de segurança que o barco deles trazia, não puderam
experimentar do poder de Jesus. Pedro, porém, por um momento, conseguiu
desprender-se do seu instinto natural de sobrevivência. Pedro teve a percepção
espiritual de que era muito mais seguro confiar na palavra do Mestre. Pedro
pôde experimentar do grande poder de Jesus, e caminhou sobre o mar!
O mestre os mostrou que com barco ou sem barco, ele é Senhor de tudo e pode nos
fazer andar com ele sobre as águas. Ele pode te fazer caminhar sobre as
dificuldades e problemas que você tem enfrentado. Mas você precisa sair do
barco, precisa confiar na palavra de Jesus. E não olhe o vento. Não olhe as
ondas. Veja somente Jesus. Lembre-se de que mesmo que submerjas, as mãos do
mestre te trarão à tona para andar e caminhar com ele em segurança.
Quando Jesus mandou Pedro andar sobre as aguas e ele afundou, Jesus
disse que ele era um homem de pouca fé! Se eu tiver fé suficiente eu consigo
caminhar sobre as aguas? Por que Pedro afundou? O que foi que saiu errado, se
ele estava convicto o suficiente para descer do barco em pleno mar, sem pensar
duas vezes? De repente, Pedro desviou o olhar da direção onde estava Jesus, a
única certeza que ele tinha de estar seguro." É exatamente isso que tem
acontecido com muitas pessoas nos dias de hoje, nos momentos de “perigos da vida”,
eles tiram os olhos de Jesus, e “quem
tira os olhos de Jesus afunda”.
Andar sobre as águas, é algo humanamente falando, impossível, mas ele
usou a fé, confiou em Jesus, quando ele afundou, parou de pensar e agir através
da fé. É como se ele tivesse pensado: "Ei,
eu estou andando por cima da água, isso é impossível", a dúvida
entrou, deixou a fé de lado, e pensou na naturalidade e nas limitações. Lhe
faltou a fé. A certeza de que poderia fazer isso. Quando a dúvida entra,
neutraliza qualquer tipo de fé e impede aquilo que era para ter acontecido. O
vento e tudo que estava acontecendo para fazer com que se distraísse, são as
adversidades de hoje. Jesus disse: "Homem
de pequena fé, por que duvidaste? "
A fé é certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se
veem" (Hebreus 11:1).
Quando lemos esse texto parece que nos passa uma cena de um filme do que
aconteceu naquele momento. Jesus mandou que seus discípulos fossem adiante dele
para o outro lado do Mar da Galiléia. Então, o Mestre despediu a multidão e foi
ao monte orar (Mateus 14:22). Em
princípio, esta não seria uma situação complicada para os 12, porque alguns
deles eram pescadores experientes e sabiam navegar muito bem. Além disso, a
visibilidade era boa, pois o dia ainda estava claro. Certamente, poderiam
atravessar o mar sem que Jesus estivesse com eles. O início da viagem parece
ter sido tranquilo. Contudo, o tempo passou e a tarde chegou. De repente,
começou uma ventania e o mar ficou bravo. A noite caiu e eles não conseguiam
chegar ao outro lado. Já estavam no meio do mar, mas o vento contrário não os
deixava avançar.
Viram-se então em apuros, em perigo, correndo risco de naufrágio e morrer.
De repente naquele estado de insegurança, o que eles veem? Simplesmente um
homem andando por sobre o mar. Já estavam inseguros, com medo e de repente
visualizam uma cena daquela... Qual a
primeira reação? Os gritos de que era um Fantasma. Naquela agitação toda Jesus
logo lhes fala que era Ele e que não era para eles ficarem com medo. Pedro
quando vê que era Jesus lhe fala que se realmente era o Senhor, que também o
fizesse andar por cima das águas para encontrá-lo.
Podemos comparar esta cena às nossas vidas ou algum momento vivido.
Temos tantos alvos, propósitos, objetivos. Queremos chegar a algum lugar,
alcançar a concretização dos nossos sonhos e projetos. No primeiro momento,
pensamos que conseguiremos sozinhos, por conta própria. Afinal, somos fortes,
capazes e experientes. Sabemos aonde vamos. Conhecemos a rota, os remos, as
velas e a maré. Entretanto, o tempo passa e a tempestade vem. A noite chega e
os ventos se tornam contrários. Os impedimentos se multiplicam e muitas forças
querem nos impelir na contramão dos nossos planos. Quando procuramos a ajuda dos
nossos amigos, vemos que todos estão no mesmo barco e na mesma dificuldade.
No meio do mar revolto, os discípulos perderam o controle da embarcação,
que era arremessada pelas ondas de um lado para o outro. Porém, o texto nos diz
que, na quarta vigília da noite, depois das 3 horas da madrugada, Jesus foi até
eles (Mateus 14:25). O Mestre não os
abandonou. Vemos naquele versículo a manifestação da misericórdia divina.
Todavia, eles podem ter questionado: por quê Jesus demorou tanto? Nossa ideia
de tempo é diferente da ideia que Deus tem. Afinal, ele vive na eternidade. Nós
vivemos na ansiedade. Queremos tudo imediatamente. Esperar é um sacrifício,
principalmente para o homem moderno. Muitas vezes, Deus não nos socorre
imediatamente porque ele tem um propósito nisso. É o tempo necessário para
valorizarmos mais a sua presença, clamando pelo seu nome em oração. Enquanto
isso, esgotam-se as nossas forças, nossos recursos e nossa autoconfiança. Somos
desafiados a crer somente nele.
Jesus vem ao encontro daqueles que estão no meio da tempestade,
perdidos, amedrontados ou até desesperados. Muitos momentos da vida se parecem
com aquela situação dos discípulos. A tormenta de cada um pode ser o conflito
conjugal, a separação, a solidão, a enfermidade, o desemprego, o aperto
financeiro, a falência, etc. Nesse momento difícil, é preciso erguer os olhos e
ver Jesus. Ele é a nossa única esperança. Cristo vinha andando sobre o mar,
pisando sobre aquilo que os discípulos temiam. Ele é soberano, domina sobre
todas as coisas e supera todas as nossas expectativas. Os discípulos o viram,
mas não o reconheceram. Jesus então lhes disse: “Tende bom ânimo. Sou eu. Não temais.
” Eles estavam amedrontados e desanimados, mas o Senhor lhes trouxe a sua
palavra para encorajar, erguer e animar. Ainda hoje, este é o efeito da palavra
de Deus sobre nós.
Pedro, o mais atirado do grupo, disse a Cristo: “Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas”. E
ele lhe disse: “Vem”. Jesus veio até
nós, mas nós também precisamos ir até ele, ou seja, ele nos socorre, mas nós
precisamos crer e aceitar a sua ajuda. Não vamos esperar que ele resolva tudo
sem o nosso conhecimento ou sem a nossa participação. Pedro precisou sair do
barco e caminhar até o Mestre. Apesar de toda a complexidade da situação, os
discípulos ainda confiavam no barco. Precisavam confiar apenas em Jesus. O
barco é aquele último recurso terreno que nos impede de caminhar com o Senhor.
Precisamos descer, renunciando àquilo que nos prende.
Pedro desceu, mas 11 discípulos continuaram a bordo. A maioria não foi
tão longe. Todos queriam o Mestre, mas não estavam dispostos a correr grandes
riscos para se aproximarem dele. As maiores experiências com Deus estão
reservadas para aqueles que são mais ousados. Isto não significa fazer qualquer
loucura, mas apenas atender à palavra de Deus, saindo da zona de conforto e
indo além dos limites humanos. Pedro ouviu a voz do Mestre dizendo: “Vem”.
Sobre a palavra de Jesus, Pedro depositou sua fé. Além de crer, ele também agiu.
Temos então: palavra, fé e ação. O resultado é o milagre.
Aos olhos humanos, a ação de Pedro era um suicídio, perda total, o fim.
Contudo, aquele ato de fé era o início de uma jornada extraordinária. Jesus não
arrancou Pedro do barco. Ele precisou demonstrar o exercício de sua própria
vontade ao descer e caminhar. Era uma questão de escolha, decisão e iniciativa.
Da mesma forma, Jesus continua chamando a muitos. Ele diz: “Vem”. Ele nos chama
para uma vida sobrenatural, para andar sobre as águas. Pedro andou. Ali
aconteceu o imprevisível, improvável e impossível. Pedro encontrou segurança e
firmeza no meio da instabilidade. Se você crê em Jesus, o impossível pode
acontecer. Deus pode trazer soluções inimagináveis. Contudo, isto não se
concretiza simplesmente a partir da nossa vontade, embora possamos pedir, como
Pedro fez.
O fator determinante é uma palavra de Jesus a nosso favor. Se cremos na
palavra de Deus e agimos de acordo com ela, em obediência, o sobrenatural
acontece. Essa situação só vai ser resolvida depois que os propósitos de Deus
forem concretizados na sua vida e na vida daqueles a quem Deus quer
transformar! Não se importe com as circunstâncias, se importe em buscar a
Presença do Senhor, confia n’Ele e o mais, Ele tudo fará.
Se nos mantivermos firmes no
Senhor, permitindo que ele seja o centro de nossa vontade, nada poderá nos
balar. Embora o inimigo tente nos envolver e nos derrubar, nada nos afetará.
Pois os que confiam no Senhor, são como os montes de Sião, não se abalam, FIRMES PARA SEMPRE. (Salmos 125: 1)
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