segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A INVEJA GERA AMARGURA







A INVEJA GERA AMARGURA (J.F.de ASSIS)


“O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos. ” (Pv 14:30)
“A inveja é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia” (Cícero)


Segundo a língua portuguesa a palavra inveja significa: desgosto, ódio ou pesar por prosperidade ou alegria de outrem, significando também cobiça não é à toa que se fala em "olho gordo", porque doentes e deformados estão os olhos de quem não se admira positivamente com o que dá alegria aos outros. Este sentimento vil é também tratado na obra de Dante Alighieri que foi um escritor, poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como il sommo poeta ("o sumo poeta"). Na divina comédia, apresenta os invejosos no Purgatório, com os olhos costurados. Quem, durante a vida, não soube apreciar o bom e o belo com abertura de coração, depois da morte não conseguirá enxergar nada.

A inveja é um sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de obter exatamente o que os outros possuem (podem ser tanto coisas materiais como qualidades inerentes ao ser) e de tirar essa mesma coisa de outro indivíduo, fazendo com que o mesmo fique sem. É um sentimento gerado pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos, não podendo suportar que outrem seja melhor.

Marco Túlio Cícero, foi um filósofo, orador, escritor, advogado e político romano. Cícero é normalmente visto como sendo uma das mentes mais versáteis da Roma antiga. Ele afirmava que “A inveja é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia”.

Curioso é que a origem latina da palavra inveja é "invidere" que significa "não ver". Com o tempo essa definição foi perdendo o sentido e começado a ser usado ao lado da palavra cobiça, a qual culminou, então, no sentido que conhecemos hoje. A cobiça é o desejo veemente de conseguir alguma coisa. Uma ambição desmedida de riquezas, decorrente da própria inveja, que desperta no indivíduo o desejo por coisas que não pode obter enquanto vislumbra o outro que a possui.

Os indivíduos disputam poder, riquezas e status, aqueles que possuem tais atributos sofrem do sentimento da inveja alheia dos que não conseguiram e que almejariam ter tais atributos. A inveja é originária desde tempos antigos. A inveja seria, popularmente falando, a arma dos "incompetentes". Numa outra perspectiva, a inveja também pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual.

 Por isso o significado da palavra seja “não ver”, pois não vemos realmente o quanto é positivo alguém querer seguir o que somos ou o que fazemos. Só que isto requer disciplina, vontade, ânimo, força, determinação, persistência e uma série de virtudes que muitos de nós não queremos ter. Preferimos nos acomodar, sentirmo-nos injustiçados e sofrer porque alguém quer o que temos, do que admirar nosso potencial. Talvez a razão de agirmos de forma errada com relação ao sentimento se deve ao fato de não incorporarmos o seu verdadeiro significado.

Às vezes em nosso local de trabalho, encontramos pessoas invejosas que gostariam de estar fazendo o que fazemos, mas não conseguem. Desejam ser como somos no vestir, no pensar, no falar, no modo de pensar e até no modo como conduzimos algumas situações de conflitos. Somos invejados pelo que apresentamos em nosso testemunho como cristãos e isto incomoda uma pessoa invejosa.

Quando o invejoso não consegue ser ou ter o que possuímos, começa a querer nos prejudicar, maquinando o mal contra nós. Quem nunca enfrentou colegas de trabalho invejosos do sucesso alheio? A inveja também pode ser encontrada até mesmo dentro da igreja, entre nossos irmãos. Não estamos livres desse sentimento, entretanto, a palavra de Deus nos diz: “Orai e vigiai, para que não cair em tentação. ” (Mc 14:38)

Uns invejam porque não se sentem capazes; outros porque não conhecem o caminho; outros porque precisam ter mais poder pessoal e autoestima e talvez existam outros motivos que nem saberia descrever. Quando detectamos que estamos invejando algo ou alguém, poderíamos começar a trilhar um caminho de autoconfiança, acreditando que somos merecedores de receber a graça de conquistar aquilo que almejamos.

Usar as pessoas como espelho é positivo, mas querer o que elas possuem não é, portanto, precisamos aprender a ver, seguir o exemplo, escolher o melhor trajeto a seguir e deixar de cobiçar a vida alheia. Às vezes, temos excelentes aspirações, só que cada um tem seus dons e sua maneira de chegar onde quer. Por isso não dá para querer que seja tudo do mesmo jeito. Precisamos ser criativos, criar novas possibilidades, crer em nós!

Já os afetados pela inveja precisam aprender a valorizar o que são. Aprender que ninguém quer ser ou ter coisas ruins ou maléficas. Pelo contrário, quem nos inveja quer o que temos de melhor. Então, só precisamos reconhecer que estamos no caminho e que servimos de bom exemplo para quem nos segue. Ao começarmos a usufruir de nossos dons, confiar em nosso potencial, pois todos nós somos capazes de ser e ter o que quisermos, nós deixaremos definitivamente de praticar a inveja. Ou seja, além de não cobiçar, “não ver”, pois agindo assim, veremos o que temos de bom para oferecer ao mundo.

Não precisamos viver a podridão de nossos ossos, nem a amargura de ver a felicidade dos outros. “Mas quem pode resistir à inveja? ” (Pv 27:4) A inveja foi o sentimento que fez Satanás ser expulso do reino dos céus. A inveja de Satanás fez com que enganasse à mulher, levando-a a pecar contra Deus. O resultado dessa desobediência por parte do homem e da mulher, foi a expulsão dos dois do Paraiso. A inveja é um sentimento maligno, capaz de corromper o homem e leva-lo, na maioria das vezes à ruina. Cultivar a inveja no coração é plantar o ódio, a contenda, a discórdia entre outros malefícios para si e para outrem.

Deus não habita em um coração tomado pela amargura da inveja. Caim deixou-se levar por este sentimento de inveja, quando matou o seu próprio irmão por que Deus havia dado mais atenção à oferta de Abel, em detrimento da oferta de Caim. O coração de Caim deu lugar ao sentimento vil e maléfico da inveja. Quando Satanás imprime no homem esse sentimento, o resultado sempre é a destruição do ser humano, pois o inimigo das almas nunca aceitou a criação da humanidade como um projeto de Deus. Por isso, trabalha incansavelmente para destruir a obra de Deus e não se importa com o que o virá depois, ao incentivar o homem a experimentar tais sentimentos.

Às vezes, quem tem o sentimento de inveja, também pode começar mascarando esse sentimento imprimindo em si outro sentimento: o de desdém. A pessoa invejosa começa a desdenhar tudo o que a pessoa invejada tem e, tudo o que ela é. Começa a desconsiderar tudo o que pode ser relacionado à pessoa da qual tem inveja. É uma luta desgastante, pois a pessoa invejosa tem que negar que não quer o que a outra tem, mas seu coração arde em desejos pelo que a outra pessoa possui. O seu amargor é cada vez mais intenso a cada dia e com isto, começa a desenvolver outros sentimentos como revolta, baixa-estima, inferioridade, agressividade.

Não queira que um sentimento tão maléfico destrua a obra mais maravilhosa de Deus que é você, pois a palavra de Deus nos diz constantemente, em várias passagens: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. “ (Mc 12:31) E não vos esqueçais que a INVEJA GERA AMARGURA.


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