quarta-feira, 17 de agosto de 2016

ACORDA TU QUE DORMES

ACORDA, TU QUE DORMES!  (J.F.DE ASSIS)


O que leva uma população a tomar a justiça em suas próprias mãos, tornando-se juiz e carrasco contra os violadores dos bons costumes? Diariamente testemunhamos a mídia veicular notícias sobre a escalada da violência em nosso país. Os números são alarmantes e com uma tendência a crescer a cada dia que passa. As leis brandas que regem as infrações penais podem estar contribuindo para esse crescimento da violência? Estariam os cidadãos cansados de esperar por leis mais severas e revisão do nosso caduco Código Penal? Pagar o mal com o mal seria a saída para reduzir a criminalidade no Brasil? Que sentimento experimenta uma população que tem que se sentir presa em sua própria casa e ver a bandidagem se proliferar e caminhar impune todos os dias? Como reage um cidadão que vê seu patrimônio ser destruído ou roubado e não poder contar com uma polícia eficiente?

O que resta é um sentimento de abandono e de impotência, o que leva o cidadão a se embrutecer para ver defendido o seu patrimônio e a própria vida, chegando ao limite da violência nivelando-se com o infrator. Qual a saída para mudar esse quadro negro em que encontra a segurança pública do Brasil? Uma das causas para a proliferação de uma atmosfera de insegurança é a impunidade que graça na justiça brasileira com relação à corrupção. Assistimos perplexos pelos meios de comunicação uma sentença ser mudada beneficiando políticos que foram condenados por corrupção, por roubo da coisa pública. A população interpreta essas manobras como um desrespeito à lei e à ordem culminando com uma incredulidade na justiça e na ordem. Em havendo esta incredulidade na punição, o cidadão acredita que pode tomar a justiça por conta própria e o que é pior, o criminoso estimula-se para cometer crimes contra a pessoa e ao patrimônio.

Resta ao cidadão de bem questionar-se: Até quando irá experimentar um clima de insegurança e desmandos? Constantemente o cidadão ouve propagandas de “Salvadores da Pátria” que se levantam para mudar o status quo da sociedade caótica em que vive a população. Indivíduos profissionais, treinados para impressionar com o discurso com uma demagógica encenação. Personagens de um circo que se criou no seio da sociedade. Certo ativista e anarquista político que conheci usava uma expressão que bem caracteriza esses indivíduos, inclusive a si mesmo: “São tudo farinha do mesmo saco!”, dizia ele. Eles são forja da mesma bigorna. São forjados com o egoísmo, com a ganância, a mentira e toda sorte de mazelas. Contaminam tudo por onde passam, arregimentando outros desavisados, engrossando suas fileiras. Muitos se vendem por não vislumbrarem outra saída para melhorar de vida. Alguns já nascem com esta índole de corrupção e gastam suas energias e tempo para planejar sua escalda ao poder através do mal, em detrimento do povo.


Quando um político se locupleta com o erário que deveria ser destinado ao bem da população, ele causa danos irreparáveis a essa população. Esse prejuízo funciona como um rastilho de pólvora que irá explodir adiante com problemas na educação, na saúde, na segurança pública, no saneamento, etc. É inconcebível o cidadão viver em uma sociedade que para ter seus direitos respeitados, ela precise lançar mão do vandalismo e da anarquia, destruindo o patrimônio alheio. Está na hora de a população dar um basta de vez nessa situação. Não basta ir às ruas e bater latas, queimar e destruir o patrimônio público e privado, atirar paus e pedras. O povo tem que fazer uma revolução pacífica e inteligente: usar o voto nas urnas, caçar os corruptos e deixar de se vender por migalhas que o governo cria para ludibriar a massa falida. O político corrupto sobrevive do poder que emana do povo. Esse mesmo povo precisa acordar para retirar de circulação os corruptores do país. O povo precisa realmente acordar e não somente mudar a posição do travesseiro. Acorda, tu que dormes!

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